Populares Mês

quinta-feira, 8 de maio de 2014


Acho de péssimo gosto dizer-se que é preciso uma vassourada, depois de uma época negativa, por mais negativa que ela seja. Não gosto do termo, vindo de ex-jogadores de futebol, muito pior. Como encarariam eles na altura que já estavam no ocaso das suas carreiras, ou não renderam o esperado, se dissessem que deviam ser varridos? Os jogadores, no caso do F.C.Porto, não chegaram ao plantel de assalto, estão no plantel porque o clube os contratou. Também, porque não acho que o F.C.Porto precise de uma revolução, comprar uma equipa, vender uma equipa. Não, para mim é claro que o F.C.Porto precisa de fazer apenas  ajustamentos. Explico: se saírem jogadores do núcleo duro, por exemplo, Fernando, Jackson ou Mangala, temos de contratar jogadores já "feitos" para os substituir e depois retocar e acrescentar qualidade num ou outro lugar em que estamos mais carenciados. Precisamos, isso sim, é de um treinador que consiga, pelo menos, fazer aqueles que já temos a certeza terem valor, renderem ao nível que já mostraram; um treinador capaz de potenciar o talento que alguns têm, no entanto ainda pouco se viu; um treinador que não faça milagres, isto é, transforme um jogador que não é craque, num craque, mas que possa melhorar o seu rendimento, torná-lo útil no plantel. Uma equipa forte, é em primeiro lugar uma equipa colectivamente competente e nessas equipas há lugar para os craques que fazem a diferença, mas também há lugar para aqueles que com o seu trabalho de sapa, o seu espírito de missão e de sacrifício, criam condições para os mais talentosos brilharem. É isto que não tem acontecido nos últimos anos, em particular na época que termina para o F.C.Porto no próximo sábado. Esta época, não só não fizemos crescer ninguém, como alguns até regrediram, se não os conhecêssemos pensaríamos que tinham sido um grosseiro erro de casting. E sendo assim, quem chegou e apanhou um "pato" destes pela frente, parece que é pior do que efectivamente é. Esse é o grande desafio de Julen Lopetegui, fazer com que o F.C.Porto volte a ter treinador, no que isso significa: competência, liderança, coragem e ousadia. Algo que esta época não teve, com todo o respeito que me merece o homem e o profissional Paulo Fonseca.
O espaço do líder da equipa técnica é sagrado, a estrutura está para ajudar, mas a estrutura não treina, não escolhe a equipa, não dá  táctica, não faz substituições. E se por acaso, a estrutura complicar, o treinador tem de reagir, não deve engolir em seco, encolher-se. Mais vale sair fazendo aquilo que deve ser feito, que sair arrependido por não ter feito. Não queremos treinadores que fiquem para a história por serem bons moços, queremos treinadores que fiquem para a história por terem sucesso. E o sucesso não se alcança com medo até da própria sombra. A sorte protege os audazes.

Notas finais: 
Trapattoni dizia que um bom treinador pode melhorar uma equipa em apenas 15 por cento mas um mau treinador pode piorá-la em mais de 50 por exemplo.

Paulo Fonseca falou e disse aquilo que já tínhamos percebido: não estava preparado para treinar o F.C.Porto.


- Copyright © Dragão até à morte. F.C.Porto, o melhor clube português- Edited by andreset