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sexta-feira, 15 de agosto de 2014


Estádio cheio - 48.036 espectadores -, grande entusiasmo e expectativa na estreia do F.C.Porto no campeonato, agora sob o comando de Julen Lopetegui. Não foi um show de bola, nem uma estreia de gala, mas foi uma vitória justa da melhor equipa e ficaram muitas e boas promessas para o futuro.
Frente a um Marítimo bem organizado e com uma estratégia bem definida: defender bem e procurar sair no contra-ataque, faltou ao conjunto azul e branco uma maior dinâmica e mais rapidez para desmontar a organização maritimista, alguma tranquilidade para escolher as melhores opções no último terço do campo, um melhor aproveitamento das jogadas de linha de fundo e foram várias - o passe para golo raramente saiu nas melhores condições. Também não ajudou a uma melhor exibição dos dragões, o facto do segundo golo só ter aparecido já no fim do jogo e a diferença mínima ter permitido aos insulares jogarem quase sempre da mesma maneira - apenas nos primeiros 15 da segunda-parte o Marítimo pressionou à frente e aí criou dificuldades a uma equipa do F.C.Porto que não percebeu que quando a primeira fase de construção está bloqueada, não pode jogar curto, tem de jogar longo e ganhar as segundas bolas -, bem como algum nervosismo e ansiedade natural em dia de estreia, para mais quando há um treinador novo e muita gente nova. 

Na noite de hoje e em relação aos jogos da pré-época, se por um lado não vimos um Porto tão pressionante, voltamos a ver uma equipa com largura, ora atacando pela direita, ora pela esquerda; uma equipa com capacidade para jogar curto e no pé ou mais largo, com variações de flanco em passes longos; assim como voltamos a ver alguns criativos a conseguirem fazer coisas bonitas - Brahimi, principalmente, mas Tello no tempo que jogou também conseguiu coisas muito interessantes, a melhor das quais, o fantástico passe que permitiu a Jackson marcar o segundo golo. Como voltamos a ver alguns erros que já são pecados velhos - Alex Sandro tem de fazer, no mínimo, um passe desastrado por jogo; Fabiano tem de se atrapalhar uma vez ou outra quando tem de jogar com os pés. Vimos hoje uma coisa que ainda não tínhamos visto, mas que merece uma chamada de atenção: uma equipa que joga com a defesa subida não pode ter ninguém a desalinhar na hora de sair para fazer o fora-de-jogo. A única grande oportunidade do Marítimo nasceu do facto da defesa subir e Alex ficar, colocar o avançado em jogo e isso só por acaso não teve consequências. A máquina também emperrou em alguns períodos porque Herrera esteve aquém do que vinha jogando, Óliver e Quaresma às vezes complicaram. Rúben estreou-se oficialmente na principal equipa do F.C.Porto e não podia desejar melhor: um golo e uma exibição de qualidade, embora melhor a seis que mais à frente. Jackson teve dificuldades porque teve muito pouco espaço e raramente foi bem servido. Indi e Maicon estiveram bem, com a excepção já referida, de tardarem a perceber que nem sempre temos que sair a jogar desde trás. Danilo foi o melhor do quarteto defensivo e Alex se não tivesse aquelas falhas de concentração teria feito um grande jogo. O problema de Fabiano continua o mesmo: muito bem entre os postes, fraco a jogar com os pés. Casemiro entrou muito bem e deu estabilidade ao meio-campo, depois que entrou ficou mais fácil sair a jogar desde trás. Evandro também entrou cheio de vontade e cumpriu.

Notas finais: Era importante ganhar, ganhamos, ninguém colocará em causa a justiça da nossa vitória. Conquistamos o 3 pontos e nada melhor que vitórias para dar ânimo e moral às tropas, em vésperas do jogo em Lille, muito importante para o futuro do F.C.Porto - estar na Champions é um dos objectivos prioritários dos portistas para esta época de resgate. A equipa trabalhou bem, esteve unida, teve e tem o espírito correcto. O treinador agiu com propriedade, mostrou que tem boas ideias, coragem e todos são iguais.

Há muito talento, temos gente para formar uma excelente equipa e gente que ficando no banco pode entrar e somar. Mesmo não tendo tempo para ter tempo, o play-off já está aí, já temos uma base e processos assimilados que dão algumas garantias de na quarta-feira apresentarmos um conjunto com a solidez necessária para conseguir estar à altura das responsabilidades do jogo.
 

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