Vejamos: últimos segundos de jogo, Ricardo Moreita converte o livre de 7 metros, o F.C.Porto fica na frente, 29-28; o treinador do Sporting pede desconto de tempo e a mesa concede; os árbitros não interrompem o jogo; Edgar Landim faz uma falta quando o jogo devia estar parado, é excluído injustamente; Obradovic reage à injustiça, protesta alegando que o jogo estava parado, é também expulso, os portistas ficam a jogar com menos 2 jogadores de campo. Em clara superioridade, Sporting ataca, Alexis Hernández vai tentar apagar o incêndio, faz falta grosseira, livre de 7 metros e expulsão, bem assinalados. Portanto, no último suspiro, os de Alvalade têm oportunidade de empatar e forçar o prolongamento. Felizmente Quintana desviou a bola, garantiu a vitória dos Dragões e a conquista da Supertaça. Mas se o Sporting tivesse convertido o livre de 7 metros, o jogo fosse para prolongamento e por ficar a jogar com apenas três jogadores de campo, o F.C.Porto perdesse o jogo e a Supertaça? Será ficaríamos caladinhos ou falaríamos? Não sei, mas sei que devíamos ter falado e falado bem alto, contra uma decisão absurda e que podia ter causado danos irreparáveis a uma equipa e a um treinador que encarnam verdadeiramente o espírito do Dragão, o que é ser Porto. Falaríamos em cima de uma vitória, ninguém nos poderia acusar de estar a arranjar desculpas, ninguém nos poderia acusar de maus perdedores. Mas, como em muitas outras situações e em todas as modalidades, neste caso, apenas L.Obradovic deu a cara, pagou o pato. Não compreendo, nem aceito esta política do come cala, levada a cabo por quem dirige o F.C.Porto. Os outros falam por tudo e por nada, nós não falamos, mesmo quando estamos cobertos de razão. Não percebo, não entendo, não me revejo neste Porto silencioso, calado e conformado. Se pensam que com este comportamento vão ser olhados de maneira diferente pelos fazedores de opinião e os vendilhões do templo, desenganem-se. Nós, F.C.Porto, só seremos os bons da fita se, tal como acontecia no passado, na longa travessia do deserto, não fizermos mal a uma mosca. Alguém quer isso?

Nota final:
O Andebol é uma referência do F.C.Porto. Analisando com cuidado o trabalho de L.Obradovic e seus jogadores, temos lá todos os ingredientes que formam uma equipa com qualidade, mas também com raça, alma, espírito guerreiro, um por todos todos por um, uma equipa com a marca do Dragão e um exemplo a seguir. Também perde jogos, perde finais, comete erros, mas nunca ninguém a pode acusar de não deixar tudo em campo para conseguir ganhar. E isso para mim é fundamental.


Tinha dito no post em que me armei em treinador de bancada, o seguinte:
"Nem com 6 pontos de avanço, nem por ser contra o último eles facilitam: João Capela no Benfica - Gil Vicente. Fantástico, Melga!".
Premonitório, hein! O Benfica manteve a vantagem de seis pontos em relação ao F.C.Porto graças a uma vitória falsa, construída a partir de um golo irregular. O andor chegou à Capela. Assim fica difícil, muito difícil, mas apesar destas poucas vergonhas semanais, ninguém tem o direito de desistir.