quarta-feira, 25 de novembro de 2015
Na antevisão do jogo, Julen Lopetegui disse que era o jogo mais importante do ano. Disse ele, pensamos todos nós. Estava em causa a passagem aos oitavos-de-final, primeiro objectivo da época, não podíamos deixar tudo para decidir em Londres no duelo contra o Chelsea, que mesmo não estando em grande forma, é, não nos esqueçamos, a melhor equipa e principal favorito do grupo. Mas alguém viu no antes do jogo, nas dinâmicas da SAD, qualquer coisa de diferente para motivar e mobilizar os adeptos para o jogo mais importante do ano? Não, o dito jogo do ano, foi tratado como um qualquer jogo da Taça da Liga.
Mas no jogo mais importante do ano, André André, um jogador de referência, alguém que, pelo rendimento, pela alma, raça, intensidade, organização e equilíbrio, sem esquecer os golos que vai marcando, alguns decisivos, é fundamental para a equipa, fica no banco? Porquê?
E no jogo mais importante do ano, o F.C.Porto só joga vinte e poucos minutos, quando o Dínamo encaixou, cortou os espaços, o F.C.Porto deixou de ter soluções, nunca mais se encontrou, perdeu o controlo do jogo, permitiu que os ucranianos jogassem à vontade, fossem bem melhores? Pois foi, no jogo mais importante do ano, o F.C.Porto bloqueou, nunca deu mostras de grande força anímica para mudar o rumo dos acontecimentos, apenas André André, Rúben e Marcano, tiveram aquele espírito que nos habituamos a ver no passado. Nem o facto do treinador do Dínamo ter provocado, espicaçou os jogadores portistas.
Sou do tempo que nestes jogos mais importantes do ano, emergiam os craques que, ajudados pelos Andrés, faziam a diferença. Agora emergem os Andrés, os craques escondem-se. Se calhar só são craques nas redes sociais e na massa salarial.
Brahimi está para o F.C.Porto como Yarmolenko está para o Dínamo, penso que não estarei a exagerar nesta análise. Pois o que se viu ontem? Tirando aqueles minutos iniciais, Brahimi, apesar de não estar muito inspirado, quando recebia a bola estava sempre cercado de adversários, não tinha tempo para pensar, grandes dificuldades em executar. Já Yarmolenko, craque da cabeça aos pés, alguém a quem não se deve dar espaço, recebia sempre à vontade, nas melhores condições para ir no um contra um. Mais, várias vezes tinha ajuda do lateral que descia à vontade para o ajudar. Como foi possível?
Não sei se foi porque em Kiev o F.C.Porto jogou melhor que o Dínamo, esteve muito perto de ganhar e isso teve influência na preparação do jogo, mas sei que no jogo mais importante do ano o F.C.Porto fez a pior exibição dos últimos anos, em jogos europeus disputados no Dragão. No jogo mais importante do ano, o F.C.Porto falhou clamorosamente e em vários e importantes itens.
Notas finais:
Não sou adepto de atirar a toalha, mas estou cansado de andar neste sobe e desce constante, de pensar que as coisas estão no bom caminho, para logo a seguir verificar que estava a ser demasiado optimista.
Assim, a bola está do lado de lá, aqueles que sonham com as grandes equipas e as grandes ligas, têm a oportunidade de mostrar em Stamford Bridge que têm direito ao sonho e recuperar o crédito que já mereceram.
Se bem se recordam, ainda não passaram muitos dias que Jorge Nuno Pinto da Costa, presidente do F.C.Porto, clube e SAD, disse que estava muito contente com Julen Lopetegui, esperava que o actual treinador ficasse no F.C.Porto por muito tempo. Está tudo dito.
Nenhum treinador serve, venha o D.Sebastião, não é a minha praia. Os problemas do F.C.Porto estão longe, muito longe de se resumirem ao treinador. Mesmo que alguns treinadores disfarcem bem alguns problemas que não lhes dizem respeito.
Não comento substituições, às vezes correm bem, mesmo quando parecem absurdas, outras correm mal quando tinham tudo para correr bem. Quando correm bem o treinador é um génio, bestial. Quando correm mal, é uma besta.