terça-feira, 24 de novembro de 2015
Mesmo sabendo que o empate lhe garantia desde logo o apuramento para os oitavos-de-final, o F.C.Porto não só não conseguiu o resultado que lhe permitia atingir o primeiro objectivo da época, como ainda fez pior, perdeu por dois golos, agora fica obrigado a ganhar em Londres ao Chelsea para seguir em frente na Champions. Foi uma noite negra, já não me lembro de uma noite assim no Dragão para as competições europeias há muitos anos. E quem viu os primeiros 20 a 25 minutos do jogo nunca imaginaria o que estava para vir. Durante esse período, sem ser brilhante, a equipa de Lopetegui estava organizada, equilibrada, não permitiu qualquer lance de perigo para a baliza de Casillas, era bem melhor que o Dínamo. Circulando bem e aproveitando a largura que Tello na direita e Brahimi na esquerda lhe davam, ao F.C.Porto durante cerca de metade da primeira-parte, apenas faltava mais assertividade na altura de rematar, definir melhor o último passe. Só que a partir daí tudo que estava bem passou a estar mal, os jogadores ucranianos deixaram de ter pressão, passaram a ter espaço, tempo para pensar e executar à vontade, começaram a aproximar-se com perigo da baliza da equipa da casa, ameaçaram muito e aos 28 minutos só por acaso não marcaram, marcariam aos 35 minutos, de penalty, a castigar uma falta de Imbula junto à linha da área. Em vantagem e portanto, nas suas sete quintas, o conjunto da Ucrânia continuou a ser melhor, beneficiou do desacerto total do F.C.Porto, chegou ao intervalo a vencer com justiça.
A perder apenas por um golo e com 45 minutos para jogar, Lopetegui meteu André André, tirou Maxi, passou Layú para a direita, Danilo para o centro da defesa e Indi para a esquerda, o F.C.Porto parecia capaz de fazer o golo que lhe daria o empate e a passagem para a fase seguinte da Champions. Mesmo não jogando bem, mas com coração e com o apoio do público, os Dragões iam chegando com algum perigo, tiveram uma ou outra oportunidade para marcar, não muito claras, diga-se, mas os remates foram sempre fracos, fáceis para o guarda-redes, ou para fora. Nesse período, com o F.C.Porto mais perto do empate que o Dínamo de aumentar a vantagem, os ucranianos que nunca se desorganizaram, nem deixaram de sair para o ataque, aproveitaram um erro grave de Casillas, fizeram o segundo, acabaram com as dúvidas sobre o vencedor. Como o jogo estava, ninguém acreditou que fosse possível evitar a derrota do F.C.Porto. É verdade que ainda houve duas bolas a baterem nos ferros da baliza, mas foram em lances fortuitos: o primeiro foi um corte defeituoso do defesa, o segundo já nos descontos, com o remate de André André a tabelar noutro defesa e a ir à barra.
Tudo somado, talvez o F.C.Porto merecesse o golo de honra, mas numa noite negra da equipa de Lopetegui, a vitória dos ucranianos é justa, foram melhores durante a maior parte do tempo de jogo.
Notas finais:
Como se viu na minha equipa provável, lá estavam quatro médios. Sim!, porque desde os tempos de José Mourinho aprendi que na prova rainha da UEFA defrontamos equipas que não têm nada a ver com a esmagadora maioria das equipas do campeonato português, raras são as equipas que jogam em 4x3x3 e por isso, porque os jogos se começam a ganhar ou a perder no meio-campo, mesmo em casa, devemos ter nesse sector nevrálgico tantos jogadores como o adversário. E então se nas alas do 4x3x3, como é o caso, temos jogadores pouco vocacionados para baixar, como são Tello e Brahimi, nem se fala. Lopetegui disse que foi o mesmo meio-campo do jogo com o Chelsea, foi, mas frente ao Chelsea estava na equipa André André como falso ala e hoje o jovem caxineiro ficou, vá lá saber-se porquê, no banco. Viu-se a diferença com ele em campo. Dos que entraram foi o único que fez alguma coisa de jeito. Corona foi zero e Osvaldo... bem, para não ser mauzinho, foi abaixo de zero. Se o italo/argentino já não está com a cabeça no Dragão, quer regressar ao Boca, então que se chame para o banco André Silva e se passe a utilizar Alberto Bueno que esse ao menos quer jogar no F.C.Porto.
As grandes equipas quando caem, mesmo com muito estrondo, não ficam o chão a chorar e a lamentar-se, levantam-se, cerram os dentes e vão à luta mesmo com a s feridas ainda por cicatrizar. Era assim o F.C.Porto. Mas esse F.C.Porto anda desaparecido e não é apenas por culpa de Lopetegui...