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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016


Sempre disse e essa vai continuar a ser a prática enquanto o tasco estiver aberto, porque ao contrário dos adeptos, tem os dados todos - se o treinador é competente, treina bem, tem um discurso com os jogadores pró-activo, motivador, galvanizador, tem empatia com o grupo, relaciona-se bem com a estrutura, desde o técnico de equipamentos até ao responsável médico, etc. -, compete  a quem de direito, Presidente, restante Administração da SAD e responsável pelo futebol, analisar e ponderar cuidadosamente, se o treinador tem as condições para levar o contrato até ao fim, ou não. A decisão nunca deve ser tomada por pressão dos adeptos - no meu caso só admitiria mudar de opinião, se o treinador faltasse aos respeito, tivesse atitudes provocatórias contra à Instituição F.C.Porto, contra quem a dirige ou contra os seus apaniguados. Nesse caso seria o primeiro a pedir a saída, nem que fosse logo no início da época. Dito isto, decidiu que tinha de decidir, Julen Lopetegui já não é treinador do F.C.Porto. Feita a introdução, vamos ao que interessa.
Após um época, 2013/2014, que correu mal, Jorge Nuno Pinto da Costa e seus pares, resolveram iniciar um novo projecto, foram buscar Julen Lopetegui que era seleccionador dos sub-21 da nossa vizinha Espanha, ofereceram-lhe um contrato de 3 anos, deram-lhe condições e poder que nenhum outro treinador teve no F.C.Porto. Julen Lopetegui não teve sucesso, muitas culpas próprias, obviamente, era ele quem treinava, preparava os jogos, fazia opções, antes e durante os jogos, como disse anteriormente, teve um poder para contratar que mais ninguém teve. Mas culpas também da estrutura do futebol, Presidente à cabeça - sim, sendo Pinto da Costa durante mais de 30 anos, quase em exclusivo a voz do F.C.Porto, era ele quem em primeiro lugar devia sair a terreiro na defesa de um treinador contratado para três anos e que desde que chegou começou logo a ser vítima dos mais torpes e vergonhosos ataques, tudo serviu para atacar Lopetegui, desde a nacionalidade até ao currículo, passando pelas constantes humilhações em trocadilhos relacionados com o seu nome. Num ano de andor ou colinho, como foi a época 2014/2015, o treinador foi, quase em exclusivo, a voz do F.C.Porto, com o desgaste que isso provoca. Para além disso, mesmo que o actual plantel tenha qualidade para mais e melhor, não podemos passar por cima da saída de meia dúzia de titulares da temporada anterior. Portanto, espero que esta decisão, não seja apenas para agradar às massas, sirva para mudar o que está mal e o que está mal no F.C.Porto não era apenas o treinador, ou, indo mais longe, os treinadores das últimas épocas. Que o F.C.Porto acomodado, silencioso, sem alma, chama e espírito guerreiro; o Porto que assobia para o lado e fecha os olhos às maiores poucas vergonhas, vide Vitória-Benfica; que não reage a nada, mesmo às mais miseráveis faltas de respeito; o Porto que trata um jogo decisivo, apelidado até como o jogo do ano, como foi o jogo frente ao Dínamo de Kiev, como um qualquer jogo da Taça da Liga; dê lugar ao Porto onde o Líder volte a ser a figura de referência, corajoso, frontal, directo, temido, que aparecesse, não todos os dias, mas quando necessário e em circunstâncias particulares. Um Líder que se já não tem essa capacidade e compreende-se porquê, seja capaz de criar as condições para aparecer alguém, passando ele a ter um papel importante, mas noutras funções. Isto não ganha jogos, mas ajuda muito!

Não vou mandar bitaites sobre quem deve ser o novo treinador, acho que mandei só uma vez e depois senti-me traído, como aconteceu com André Villas-Boas. Mas espero que o próximo responsável técnico tenha provas dadas de resultados; seja experiente, conhecedor do que é o F.C.Porto e de preferência o futebol português; um treinador com personalidade forte, exigente, mas amigo e solidário com os seus jogadores e a estrutura; um treinador que transmita confiança, tenha capacidade para motivar e galvanizar os adeptos.

Termino com uma palavra de apoio e carinho para alguém que falhou, mas foi sempre um profissional sério e um homem correcto.
Felicidades, Julen e tudo de bom para o teu futuro, pessoal e profissionalmente.

A minha postura em relação ao futuro treinador dos Dragões será a mesma, sempre, apoio crítico. Espero que aqueles que mesmo na hora de saída festejam sem respeito nenhum ao homem e ao profissional, a saída de Lopetegui, tenham posições semelhantes.

Para ler o artigo de Pedro Marques Lopes, clicar sobre a imagem.

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