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quinta-feira, 31 de março de 2016


Nota de abertura:
Quem gosta do F.C.Porto e quer o melhor para o F.C.Porto, mas quer mesmo, na prática e não na teoria de ficar pelas bocas nas redes sociais, não pode nem deve, sempre que aparece uma notícia negativa, seja de que tipo for, atirar logo a matar. Não, deve procurar informar-se, questionar porque é assim e não assado, colocar no prato da balança a bondade ou a malignidade da coisa. Se depois de tudo ponderado, houver motivos para criticar e censurar, então vamos a isso. Não é o que acontece neste momento, qualquer notícia que surja é logo o fim da picada, isto não pode ser, aquilo é uma vergonha, rua com esta gente, etc. Não é essa a minha forma de ser portista, nunca será esse o caminho a percorrer pelo Dragão até à morte.

No que toca ao F.C.Porto, de repente, parece que alguém descobriu a pólvora...
Pagámos comissões? Que novidade, comissões pagam todos os clubes que negoceiam jogadores, em Portugal e em todo o Mundo. Como costumo dizer, já no tempo de José Maria Pedroto se falavam em comissões, na altura sob outro nome, eram os chamados prémios. Nessa altura também se ouviam bocas que havia treinadores que recebiam uma parte dos salários dos jogadores que indicavam aos clubes. Agora tudo é muito mais transparente.

Pois, a Doyen. Também aqui há alguma novidade que a Doyen é um parceiro importante no modelo desportivo do F.C.Porto e de outros clubes? Não! Tem vantagens e tem inconvenientes. Sem a parceria com a Doyen seria impossível a chegada ao F.C.Porto de alguns jogadores, vários, fundamentais em grandes sucessos desportivos. No outro lado da moeda, quando negociamos com a Doyen também já sabemos que quando se trata de dividir o bolo, temos de lhes dar umas fatias. A questão que se coloca, é: Tem a Doyen sido um mau parceiro ou passou a ser agora, nestes tempos de crise e de seca de resultados? Será possível, nos tempos actuais, termos um F.C.Porto a fazer umas gracinhas nas provas europeias, sem a parceria com a empresa gerida por Nélio Lucas?

E agora vamos ao ponto quente, Alexandre Pinto da Costa.
Primeiro, uma declaração de interesses:
Como acompanho o F.C.Porto há décadas, conheço bem o clube, quem o dirige e tenho memória, não esqueço nem perdoo, aquilo que Alexandre Pinto da Costa(APC) e o seu antigo sócio e compincha, José Veiga, fizeram contra o F.C.Porto, disseram do seu presidente, nos finais da década de 90 até meados da primeira década do novo Século. Por isso, quando vejo APC ser figura omnipresente no dia a dia do F.C.Porto, fico profundamente incomodado, cheio de coceira, vêm-me à memória muitas coisas tristes, disse-o no momento que ele começou a circular nos corredores do Dragão, disse também quando se começou a falar na guerra entre Alexandre e Antero. Devem lembrar-se os que vêm ao tasco que a minha posição era muito clara: não pode haver guerra entre um vice-presidente eleito do clube e CEO do Grupo F.C.Porto e um empresário de jogadores, mesmo que esse empresário seja filho do líder do clube e SAD. Por uma razão: cada macaquinho no seu galho, se há guerra é culpa de quem lidera. Ponto final.

Dito isto vamos ao que interessa. Toda a gente sabe que APC no passado negociou jogadores e voltou a negociar a partir do momento que fez a pazes com o pai - portanto, surpresa, só pode ser por distracção ou porque Pinto da Costa nesta matéria meteu os pés pelas mãos na entrevista ao Porto Canal. Basta ver os R&C para saber que o líder na altura estava distraído. A questão é esta: sendo filho do presidente, APC não pode fazer negócios com o clube cujo pai é o máximo responsável, porque pode haver promiscuidades, à mulher de César não basta ser séria, tem de parecer? Também aqui a minha posição é clara e não é de agora, vem do Século passado, ainda antes de haver SAD: se na carteira de jogadores do empresário APC há jogadores com qualidade e que interessam ao F.C.Porto, a relação familiar não deve impedir qualquer negócio, o filho do presidente deve ser encarado como outro empresário qualquer. Caso contrário e como reverso da medalha: se um jogador com qualidade e com interesse, não fosse contratado pelo F.C.Porto, só porque era representado por APC e aparecesse a brilhar noutro rival, o que diriam os portistas? Se isto para mim é claro, outra coisa é não haver necessidade de qualquer intermediação, haver possibilidades de fazer um negócio sem encargos, mas entregá-la a APC só ele beneficiar da comissão. Isso não faz sentido, nem pode acontecer, melhor dizendo, se acontece, tem de acabar. Mas se no caso das intermediações de jogadores as premissas são estas, seria o fim da picada, algo inexplicável que a empresa de APC fosse intermediária em negócios que nada têm a ver com jogadores e o F.C.Porto não precisa de intermediação para nada. Nesta questão, espero que os rumores sejam isso mesmo, apenas rumores.

Três notas finais:
O que está escrito sobre APC serve para todas as outras relações familiares que existem e que estão nas bocas do povo.

Se a Doyen paga assessorias à empresa Energy Soccer, o F.C.Porto não tem nada a ver com isso. A Doyen gasta o seu dinheiro com quem quer. Nestes casos, como aconteceu com Casemiro, a empresa de APC está para a Doyen como um departamento de Scouting ou um director desportivo, está, por exemplo, para os donos do PSG ou Manchester City. Se a Doyen precisa de alguém que lhes indique os jogadores que devem contratar, para depois negociar e posteriormente receber mais valias e escolhe a Energy Soccer, é lá com eles.

Deve o F.C.Porto, perante certas notícias vindas a público, explicar-se? Já disse, mas repito: deve dizer alguma coisa, mesmo que seja para não dizer nada. Explico e é simples: o F.C.Porto não pode andar a comentar publicamente todas as notícias sobre negócios que saem nos jornais. Assim, bastava uma nota a dizer o seguinte: os negócios do F.C.Porto estão explicitados no R&C, quem quiser saber mais tem de colocar as perguntas nos locais próprios.

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