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terça-feira, 12 de abril de 2016


Compreendo que depois de ter feito silêncio durante tanto tempo, mesmo quando tinha o dever de não ficar calado, o F.C.Porto não diga nada sobre arbitragens - a newsletter Dragões Diário e o treinador, não contam -, agora que está a 12 pontos da liderança, quando chegou a ser líder a 3 jornadas do final da primeira volta. Mais, vamos culpar os árbitros quando jogamos tão pouco e qualquer mija na escada nos ganha? Mas se compreendo que agora o silêncio faça sentido, cheiraria claramente a desculpas de mau perdedor, já não compreendo a estratégia portista no que às arbitragens diz respeito. E que tem muito a ver com uma política de comunicação, nesta como noutras questões, que não faz sentido neste cantinho à beira mar plantado. Um exemplo paradigmático, que já aqui foi referido, mas importa repetir e que mostra bem os danos que esta política e este silêncio nos causam. Porque, não me canso de repetir, está tudo ligado.
O F.C.Porto contratou Julen Lopetegui, apresentou-o com pompa e circunstância para um projecto de três anos. Deu-lhe um poder que nenhum outro teve, fez um grande esforço para lhe satisfazer quase todas as vontades, nunca nenhum treinador teve tanto protagonismo na contratação de jogadores como o técnico espanhol. Mas, em simultâneo, deixou-o quase sempre sozinho, nunca reagiu contra ataques sucessivos ao treinador que tinha escolhido para liderar a sua principal equipa de futebol durante três anos. Ora era a armada espanhola para a frente e a falta de experiência para trás; ora era a falta de currículo e só tinha treinado miúdos; a torre foi ridicularizada, mas depois copiada, a rotatividade achincalhada. Lopetegui
cometeu erros, sem dúvida, mas é normal, em 22 de Outubro de 2014, quando o F.C.Porto já tinha ultrapassado o play-off da Champions e na Fase de Grupos estava a ter uma prestação bem razoável, estava a cumprir no campeonato e apenas a Taça de Portugal não tinha corrido bem no jogo frente ao Sporting, um comportamento dos adeptos portistas como o que podem ler aqui?
Não, não é, muitas cabecinhas foram condicionadas pela propaganda que não dava tréguas. E o que aconteceu quando Lopetegui falava e cheio de razão, sobre arbitragens e benefícios ao clube do regime? O técnico espanhol foi tratado como um ET, alguém que estava a cometer um crime de lesa pátria, pasme-se, num país onde todos falam dos árbitros, desde presidentes, treinadores, directores de comunicação, até políticos no activo ou "Chouriços" que foram ministros, onde existem programas em que se passam horas a esmiuçar os erros dos homens do apito. Onde estava o F.C.Porto nessa altura? A assobiar para o lado, a vê-los passar. Também muitos portistas preferiram dar porrada em Lopetegui que combater esta estratégia que tem causado instabilidade permanente e danos irreparáveis no futebol e não só, do F.C.Porto.
Meus caros, é óbvio para mim que não chega ter uma comunicação activa, agressiva, que ataque os problemas logo no início e não os deixe alastrar, como tem acontecido e com as consequências conhecidas e referidas no dia a dia do F.C.Porto. Não, é preciso ter treinadores que juntem à competência, liderança; jogadores que juntem à qualidade, carácter; uma estrutura forte, coesa, unida, solidária, com todos a puxar para o mesmo lado e onde todos dêem ao litro e os que não dão, ao menos não atrapalhem; para que o F.C.Porto volte ser aquilo que foi: um clube de sucesso, ganhador, à frente no tempo. Mas nos dias de hoje, com esta comunicação que se transmite à velocidade da luz, este Porto silencioso, institucionalista e que parece condicionado pela conversa do inimigo - sobre a estratégia cínica, hipócrita, trafulha, do clube do regime e do que disse o "estadista de pacotilha", falaremos nos próximos dias - tem de acabar. Ou então, vamos ter muitos problemas no futuro... mesmo com treinadores competentes e um plantel recheado de bons jogadores. A época passada é um bom exemplo.
Curiosamente, os que passaram ano e meio a triturarem Julen Lopetegui, são os mesmos que agora andam atrás dele para que reaja à entrevista de Pinto da Costa. Para quê? Nem vale a pena dizer...

Notas finais:
Ver Vítor Baía falar de contas já é o máximo. Ver Vítor Baía pedir uma auditoria às contas do futebol, quando o futebol do F.C.Porto é gerido pela SAD, que está cotada em Bolsa e tem contas auditadas, só não dá vontade de rir, porque no momento as coisas que dizem respeito ao nosso clube não têm piada nenhuma. Nesta altura, se o emplastro dissesse qualquer banalidade, tenho a certeza, teria logo destaque nas latrinas do grupo Cofina.
Não admira que eles tenham dívidas ao fisco que nunca mais acabam... só o dinheiro que gastam em desinfectantes e ambientadores por causa do mau cheiro...

O senhor Tavares acha que Pinto da Costa devia sair. Como já aqui disse - não foi apenas nos últimos tempos, disse o mesmo também em 2010 -, este era o momento de aparecer alguém a candidatar-se. O F.C.Porto só tinha a ganhar com isso. Alguém que aparecesse, não para lavar roupa suja, fazer má-língua ou crítica fácil, mas com boas ideias, propostas concretas e objectivas, apontando o que está mal e o que se proponha fazer de diferente, seria bem recebido, podia perder, até por muitos, de certeza, ganharia o meu respeito e o respeito de muitos milhares de portistas. Não apareceu ninguém, todos se encolhem, mesmo aqueles que os mais atentos sabem que querem o lugar. Esses se amanhã aparecerem já vêm tarde... Quanto às mudanças reclamadas na estrutura, para mim, o F.C.Porto não precisa de fazer revoluções nessa matéria, precisa apenas de uma coisa: liderança. Que o presidente lidere, mas lidere mesmo. E liderar até pode passar por perda de algum protagonismo, por exemplo, na comunicação. Se há um responsável pelo futebol, ele tem de aparecer, sem que isso signifique perda de influência do líder nessa matéria. O F.C.Porto, nesta altura do campeonato e por razões óbvias, não pode ser apenas a voz do presidente. Mas compete ao presidente criar as condições para que a mudança aconteça, sem que isso seja olhado com desdém, Pinto da Costa já não manda, já ocuparam um espaço que era e sempre foi dele, etc.

Podemos não ter a pasta do Barça, Real, Manchester United e City, PSG, Juventus, etc., mas no resto, o F.C.Porto proporciona aos seus profissionais todas as condições de trabalho para poderem dar um rendimento máximo. Portanto, sendo os jogadores que jogam, quando vamos assistindo e repetidamente, falta de alma, crença, determinação, espírito de luta e de sacrifício, baixar facilmente os braços, incapacidade constante de lutar contra adversidade e raramente há transcendência, é natural que o presidente tenha enchido o copo no jogo frente ao Tondela, dito o que disse na entrevista. Se eu fosse jogador, encarava o facto como normal, cerrava os dentes, fazia tudo e mais alguma coisa para lhe provar, logo no jogo seguinte, que não era bem assim. Não vou falar em falta de atitude na Mata Real, mas houve aquele grito de revolta que todos esperaríamos? Não, não houve, salvo raríssimas excepções, só vieram dar razão a Pinto da Costa.
Nesta matéria, eu já enchi o saco muito antes do presidente, já aqui e desde os tempos de Jesualdo, falava de treinadores que pareciam ter receio de dar um murro na mesa, confrontar os meninos com as suas responsabilidades.

PS 1 - Há tempos atrás, o director, entre aspas, do panfleto da queimada, Vitor Serpa, também conhecido pelo Pastel de Belém, Rainha de Inglaterra e Kasparov, desancou forte e feio nas redes sociais e afins. Agora o que vemos? Pois, os jornalistas do dito pasquim, andam nas redes sociais e outros espaços da net, à procura do que lhes dá jeito para cascarem no F.C.Porto e em quem o dirige. O despudor dos sem vergonha não tem limites.

PS 2 - Todos viram o chega para lá de Chidozie e disseram que devia ter levado amarelo - seria o segundo e expulsão -, mas ninguém viu um, mais um, gesto igual de Renato Sanches no Académica-Benfica.

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