sábado, 27 de maio de 2017
Primeiro, acho estranho que depois de ter sido ultrapassado por Nuno Espírito Santo, na época passada - nem vale a pena dizer as razões...-, passasse a ser agora um treinador a considerar - tudo o que sabemos é o que vem na comunicação social, não há nenhuma declaração de Marco Silva sobre o assunto, a única posição do F.C.Porto foi a que li ontem no JN e foi de Francisco J.Marques a desmentir: "Marco Silva nunca foi hipótese"
Segundo, mas se foi e houve negociações, sabemos como decorreram? Quais foram as razões para a falta de acordo? Não, não sabemos. Mas e se no limite, Marco Silva, pura e simplesmente preferiu continuar em Inglaterra e num clube sem a história e o prestígio internacional do F.C.Porto, que até vai disputar a melhor prova de clubes do mundo, a Champions League, é uma posição aceitável e tem de ser respeitada. A Liga inglesa é a melhor e a mais competitiva do mundo, estão lá a grande maioria dos grandes jogadores e treinadores, entrar lá não é fácil, ter a possibilidade de entrar e continuar, mesmo que num patamar baixo e pouco ambicioso, é uma opção aceitável. Maurico Pochettino entrou pela porta do Southampton e agora está num grande e a lutar pelo título - conseguiu dois segundos-lugares ao serviço do Tottenham.
Portanto e concluindo:
Marco Silva pelo menos que eu tenha dado conta, não faltou ao respeito ao F.C.Porto, não tem culpa que muitos que gostariam de ver no Dragão, olhassem para ele como o novo D.Sebastião e agora que não veio se atirem a ele com tudo. O F.C.Porto é demasiado grande para ficar a chorar uma nega de um treinador qualquer, muito menos de Marco Silva que ainda está a começar e tem muito a provar.
Goodbay que eu good fico.
Retirado de um post de 15 de Setembro de 2011:
«A revolução que alterou esse equilíbrio de forças teve, como ideólogo, e grande protagonista, Jorge Nuno Pinto da Costa. Conhecendo as contrariedades que teria de enfrentar, porque sabia que o centralismo vigente no país nunca acataria pacificamente a inversão dessa lógica, Pinto da Costa construiu, com o apoio de José Maria Pedroto, uma estratégia de combate. Ambos perceberam que não bastaria conseguir os melhores atletas, ter a melhor equipa, ou jogar o melhor futebol. Ao contrário do que sucedia com os clubes da capital, não bastaria ao FC Porto ser o melhor para vencer. Era preciso ser muito melhor do que a concorrência da capital, num país em que tudo aquilo que desafia a lógica do centralismo é olhado com desdém ou é alvo de uma tenaz perseguição. Era essencial também, afrontar o sistema vigente e adoptar uma estratégia belicista, assente nos princípios tácticos da guerrilha, cujo sucesso dependia o empenho individual e da comunhão colectiva de todos aqueles que não se resignavam ao “status quo”. Era necessário, para isso, romper com a tradição de um clube que, por norma, tinha bom perder, e se resignava à sua irrelevância, recebendo em troca, e como único troféu, o prémio da simpatia. Pinto da Costa acreditou, e fez com que os adeptos e toda a estrutura do clube, desde o roupeiro ao treinador principal, também acreditassem, que esse não era o destino inevitável do clube. Foi essa estratégia que permitiu que, em muito pouco tempo, que o FC Porto se superiorizasse aos seus concorrentes. Com Pinto da Costa e Pedroto, o temor reverencial deu lugar ao confronto. O clube passou a atravessar a Ponta da Arrábida, rumo a sul, sem complexos. E, uma vez conquistada a hegemonia, a nível nacional, Pinto da Costa olhou para fora de portas, assumindo que a base regional do clube, que nunca renegou, não o impediria de se afirmar no estrangeiro.»
Vamos conseguir fazer o mesmo agora, quando cada vez é mais notório o centralismo e o apoio ao clube do regime? E com quem?