terça-feira, 18 de julho de 2017
Porque estes jogos mais que tudo, servem para treinar, dar pulmão, ver como se comportam os jogadores em conjunto e individualmente, verificar se os métodos estão a ser assimilados, há evolução na organização, nos processos, nos automatismos, temos sempre de ter alguma calma e distanciamento, ter vários factores em conta. No caso concreto do F.C.Porto, que é o que nos importa, temos de analisar tendo presente que há um treinador novo, com tudo o que isso implica; o cansaço próprio e natural num início de temporada forte; uma viagem longa e para um Continente com fuso horário diferente, mais a questão da altitude; um adversário mais rodado e por isso com mais ritmo. E porque no futebol não há milagres, não é carregar no botão e já está, convém não dar muita importância ao resultado - obviamente, desde que não descambe para um resultado desprestigiante...-, embora, pelo que fez na segunda-parte, o F.C.Porto merecesse ter ganho.
O treinador Sérgio Conceição escalou de início, Casillas, Ricardo, Filipe, Marcano e Alex Telles, Mikel e Óliver, Corona, Otávio, Soares e Brahimi. Portanto, tirando uma ou outra alteração, sendo que a mais lógica será a entrada de Danilo e saída de Mikel, uma equipa muito próxima daquela que, se não houver surpresas - mercado ou lesões -, será a equipa chamada de titular - embora no actual futebol, equipa titular seja um conceito cada vez mais ultrapassado - e a primeira-parte, no que aos Dragões diz respeito, não teve grandes motivos de interesse. Frente a um adversário mais fresco, mais solto e mais ligado, foram naturais as dificuldades do conjunto de Sérgio Conceição. Com as pernas a pesarem tudo fica mais difícil, lá se vai a clarividência e o discernimento, a capacidade para decidir e definir bem. Não se estranhou por isso a pouca bola, os problemas na saída a jogar, a pouca ligação das jogadas e as poucas oportunidades que os portistas tiveram, nem o nulo ao intervalo, resultado que se ajustava ao desenrolar da partida - os mexicanos também só por uma vez estiveram muito próximo do golo.
Como é hábito neste tipo de jogos, ao intervalo houve várias substituições e no início da segunda-parte o F.C.Porto começou com José Sá, Maxi, Filipe - viria a sair para a entrada de Jorge Fernandes ao minuto 81 -, Martins Indi e Alex Telles - Rafa aos 64 -, André André - 81 Herrera -, Óliver - 64 Sérgio Oliveira - e Otávio - 64 João Carlos Teixeira -, Hernâni - 81 Layún - Aboubakar e Galeno - e, ao contrário das expectativas, a etapa complementar foi mais conseguida que a inicial.
Não foi um Porto de nível superior, seria pedir demasiado, mas foi melhor. Pressionou bem, teve mais bola, mais organização, critério na saída para o ataque, mais intensidade, criou várias e algumas claras, oportunidades, apenas pecou no ultimo passe, não teve eficácia na hora de meter a bola lá dentro. Merecia pelo menos um golinho e ganhar o jogo.
Assim, a conclusão a retirar deste jogo é positiva. Não seria exigível, nesta altura, pedir muito mais a este Porto versão 2017/2018.
Acredito que mais adaptado, menos cansado, logo, mais solto, o F.C.Porto vai evoluir, estar melhor no próximo jogo frente aos também mexicanos do Chivas.
Há a sensação que temos ali gente que bem preparada, orientada e motivada, pode ser uma surpresa. Dois exemplos: Sérgio Oliveira - ou vai ou racha - e João Carlos Teixeira - tem muito talento, só precisa que o ajudem a deitá-lo cá para fora. Não com um futebol curto e lento, de muita parra (fintas) e pouca uva (objectividade e capacidade de explosão), mas com um futebol capaz de ser produtivo, render golos e assistências.
Nota final:
Que é feito da Carolina? Boa pergunta.
- Alô, alô Carolina, que é feito de você?