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segunda-feira, 31 de julho de 2017


Estádio cheio, 47.609 espectadores e como sempre acontece na apresentação, grande entusiasmo, muita alegria, uma festa bonita, mais uma manifestação de portismo praticado e mais uma vitória gorda, numa exibição que teve momentos altos e deixa boas promessas para o futuro.
Não quero embandeirar em arco, criar demasiadas expectativas, ainda estamos na pré-época, a competição a sério é que vai falar, mas estou a gostar da equipa, estou a gostar da postura do treinador. Sérgio Conceição tem analisado bem e no final dos jogos não se inibe de elogiar, mas também dizer aquilo que não gostou, durante o jogo dar umas descascadelas oportunas naqueles que fazem asneira grossa, como aconteceu com Otávio, por exemplo.

Dinâmica, pressão, circulação, ritmo alto, qualidade, 30 minutos muito bons, um golo e mais uns ameaços. 15 minutos finais, piores, Corunha mais atrevido, Porto mais confuso, o golo do 2-0 veio quando os espanhóis não mereciam. No melhor período do F.C.Porto, dois jogadores uns furos abaixo, Danilo - falarei dele em particular mais à frente - e Corona - tem a vantagem, mesmo quando não está  a um nível elevado de sacar uns coelhos da cartola, como aconteceu na assistência para o segundo golo de Aboubakar, para fazer um belo golo, como foi o caso do terceiro do F.C.Porto -, outro mais trapalhão e desconcentrado do que o costume, Felipe - o brasileiro tem de ter algum cuidado, aquelas escorregadelas, entradas fora de tempo, mau posicionamento, em alguns jogos da temporada passada, têm de ser corrigidos. Sérgio perdoa menos que NES. 
Tudo somado, uma excelente primeira-parte, vantagem correcta, merecia mais golos o melhor período dos Dragões, galegos quando equilibraram nunca foram capazes de criar muito perigo.

Na segunda-parte, uma recuperação, após pressão feita com critério, resultou num belo golo de Corona, 3-0, resultado feito. Naturalmente, tempo de começarem as substituições e com elas perdeu-se muito do que de bom tinha sido feito até aí. Com o F.C.Porto a acabar o jogo com apenas um jogador que o iniciou, Marcano, não admira que a consistência não fosse a mesma, a qualidade tivesse baixado bastante. Mesmo assim, nunca o Corunha mostrou argumentos para incomodar muito José Sá, Marega ainda fez o gosto ao pé ao assinar o quarto golo, o jogo terminou com um resultado justo e uma vitória indiscutível da melhor equipa.

Notas finais:
1 - Ando há anos a dizer que não consigo saber se o defeito do F.C.Porto é do cu ou das calças, isto é, se são os jogadores que não são famosos, se são os treinadores que não conseguem tirar deles o melhor, individual e colectivamente.
Ainda é muito cedo para tirar conclusões, responder com certezas absolutas, mas que há sinais que já não enganam, há.
Um exemplo: Tiquinho Soares e André Silva, ao fim de mais de quatro meses davam claramente a sensação que não funcionavam juntos. Abou e Tiquinho, com muito menos tempo de trabalho em conjunto, parecem que já se conhecem e jogam juntos há anos.

2 - Que o F.C.Porto pressiona mais e pressiona melhor que na época anterior, provoca mais o erro do adversário, parece-me óbvio - ah e tal, os espanhóis ofereceram dois golos. É verdade, mas há muito mérito da equipa do F.C.Porto na forma como procura provocar o erro -, mas pressionar não é fácil, é preciso organização e coesão - pressionar de forma desgarrada, com ou outro jogador a correrem à sorte, não é pressionar, é burrice - e também muito pulmão e como os jogadores são homens não são máquinas, daí a referência à importância de saber descansar com bola.
Neste item as coisas ainda precisam de ser mais trabalhadas, mas gostei de saber que o treinador está atento.

3 - A dinâmica que o F.C.Porto imprime; as movimentações dos dois avançados que jogam pelo meio e de um Óliver diferente, porque com maior amplitude; junto com os os alas e aqui, ontem, Corona e Ricardo, Brahimi e Alex Telles; desorganiza, desequilibra, abre espaços mais facilmente, mesmo frente a equipas curtas, com mais apetência para defender que para atacar. Para poder beneficiar e tirar mais proveito dessa dinâmica, é fundamental pensar, executar rápido e bem. Neste momento, é em Danilo que às vezes a máquina emperra. O chamado jogador da posição seis, tem de melhorar, nestes jogos, muitas vezes, um passe certo e metido no momento oportuno, versos uma hesitação, falta de confiança para colocar longo e optar por jogar curto, pode fazer toda a diferença entre um golo marcado e uma oportunidade desperdiçada, até um golo sofrido - como aconteceu ontem, um passe errado de Danilo em zona proibida, esteve na origem do primeiro lance perigoso do Corunha, valeu a excelente defesa de Iker Casillas.
Danilo tem outras virtudes, já mais que conhecidas, com mais tempo - recorde-se que foi dos últimos  a chegar -, mais e melhor trabalho, espero que melhore naquilo que é o seu calcanhar de Aquiles, ganhe ainda mais dimensão como um médio de nível superior.

4 - Recordo aos mais desatentos, uns por umas razões, outros por outras e que estão a colocar muito enfoque no grau de dificuldades dos adversários que o F.C.Porto tem enfrentado nesta pré-época, que não foi contra os chamados grandes que o Dragão perdeu a possibilidade de ser campeão...

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