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segunda-feira, 14 de agosto de 2017


Nota:
Parece que a cada início de época tenho de repetir sempre as mesmas coisas, mas pronto... Enquanto o tasco existir, o tasqueiro vai sempre dizer aquilo que pensa. Se gosta diz que gosta, se não gosta diz que não gosta. Claro que é apenas a opinião de um treinador de bancada, vale o que vale, mas dizer apenas, ganhamos, óptimo, mais nada, não faz sentido. Para isso não valia a pena continuar, já tinha abandonado os picões há muito...

É óbvio que o mais importante é ganhar, é ganhando mesmo quando se joga mal que muitas vezes faz a diferença nas contas finais. E o F.C.Porto já não ganha há demasiado tempo - o ciclo mais longo sem vencer o campeonato no  consulado de Jorge Nuno Pinto da Costa que já tem mais de 35 anos - para se poder dar ao luxo de querer ganhar com show de bola e nota artística, mesmo que quem joga bem esteja sempre mais perto de vencer. É óbvio também que, por razões já muito badaladas e que não adianta repetir - mais que olhar para trás, importa olhar para a frente -, não temos um plantel extraordinário e não tendo um plantel tão mau como alguns dizem, mais dois ou três jogadores de qualidade seriam muito bem-vindos. E o F.C.Porto no passado venceu campeonatos mesmo quando não tinha, nem de perto nem de longe, o melhor plantel nem a melhor equipa, mas tinha aquilo que pode fazer a diferença esta temporada, tinha raça, alma, união, solidariedade, o lema era um por todos e todos por um, um colectivo forte. Dito isto, vamos lá falar do jogo de ontem com mais calma.

Primeira nota:
Não jogando bem, para mim isso é claro, o F.C.Porto venceu com justiça e sem polémica. Olhando para alguns lances, cargas sobre Marega ou sobre Ricardo, deixaram muitas dúvidas, no primeiro lance do maliano - também li malinês -, não percebo como há quem diga que é falta, mas fora da área, como disse Duarte Gomes, o nosso amigo Dudu. Não percebo também como Fábio Veríssimo não pediu ajuda do vídeo-árbitro no Benfica - Braga, lance de Ricardo Horta, mas pediu no de Vincent Aboubakar muito mais claro.

Segunda nota:
Estes jogadores já provaram esta época que são capazes de pressionar, passar e circular melhor; já provaram que são capazes de ter mais dinâmica e intensidade de jogo, fazer melhores opções, definir com mais critério, simplificar. Ontem não conseguiram, daí um jogo mais difícil, uma exibição menos positiva. Esta cultura de dizer que é branco quando é branco e preto quando é preto, repito, não é apenas minha, é, atrevo-me a dizer, nossa, não se pode perder, nunca! Foi assim que chegamos até a um patamar que em Portugal ninguém conseguiu alcançar, é minha convicção que só assim é possível recuperar aquilo que perdemos nos últimos anos. É preciso ter noção da realidade e do que se pode pedir, quando se deve exigir mais ou menos, ser tolerante quando as coisas não correm bem, se isso não for a regra, for a excepção, mas este é o caminho.

Terceira nota:
E porque conheço minimamente o treinador do F.C.Porto, tenho a certeza que Sérgio Conceição vai rever o jogo, vai transmitir aos jogadores que não podem errar tantos passes, complicar tanto, definir e optar tão mal, complicar em vez de simplificar. O futebol é um jogo simples, ir para cima no um para um ou até para dois, OK, passar por meia equipa adversária só resulta de longe a longe; andar com a bola quando o colega está sozinho, é má ideia; como má ideia é demorar a tocar, em vez de soltar no espaço vazio. Sérgio vai mostrar o que esteve mal, corrigir, para melhorar o rendimento da equipa, tendo como paradigma, por exemplo, a forma como os seus pupilos jogaram frente ao Estoril. E os jogadores vão perceber e já no próximo jogo não vão repetir os mesmos erros.

Nota final:
Acho que a equipa também acusou algum cansaço, fruto de uma pré-época forte, um jogo a meio da semana, uma forma de jogar exigente. Há jogadores, Brahimi e Corona, por exemplo, que ainda não têm capacidade física para aguentar em ritmo alto as exigências de atacar, mas também ajudar a defender, que lhes são pedidas.
Quando há cansaço a cabeça funciona pior, perde-se concentração, rigor, capacidade de pensar e executar melhor.

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