C.D.Tondela 0 - F.C.Porto 1. Vitória importante, mas não podemos errar tantos passes, complicar, definir tão mal
domingo, 13 de agosto de 2017
Depois de na época passada ter perdido pontos em jogos frente a equipas consideradas mais fracas, incluindo o adversário desta noite, havia a expectativa de saber se de facto havia um Porto diferente, capaz de manter o nível que apresentou no último jogo em casa ou continua a haver um Porto que quando sai do Dragão perde capacidades. Hoje, frente ao Tondela, ao contrário do que aconteceu na temporada anterior, pelo menos deu para ganhar e isso é o mais importante, mas a exibição deixou a desejar e temos de esperar pelos próximos jogos para ter resposta às nossas dúvidas.
As razões para tantas dificuldades explicam-se na quantidade enorme de passes errados, na tendência de alguns jogadores para complicar em vez de simplificar, na incapacidade para definir melhor no último terço e em lances que com melhores opções, mais critério, podiam ter terminado em golo.
Entrando com Iker Casillas, Ricardo, Felipe, Marcano e Alex Telles, Óliver e Danilo, Corona, Marega, Aboubakar e Brahimi, o F.C.Porto rapidamente passou a ter mais bola, superiorizar-se, mas faltou aquilo que tão bem tinha feito nos jogos anteriores: pressão, dinâmica, um jogo fluído, capacidade para criar problemas ao adversário, obrigá-lo a cometer erros. Hoje, o futebol portista saía encrencado, trapalhão, em esforço e com uma quantidade de passes errados que tornam difícil a tarefa do mais forte, facilitam a vida ao mais fraco. Tirando uma boa jogada individual de Corona e um remate de Brahimi, até ao golo que lhe deu vantagem - Aboubakar, iam decorridos 35 minutos -, nunca o F.C.Porto foi aquela equipa forte, intensa e ameaçadora dos últimos jogos. É verdade que era superior, tinha mais bola, mas raramente as jogadas saíam com a qualidade que se esperava, nunca a equipa de Sérgio Conceição deixou a de Pepa em grandes dificuldades. Se ao intervalo a vantagem portista podia ser considerada justa, se quando as equipas regressaram ao balneário estivessem empatadas não seria razão para falar de resultado enganador.
Na segunda-parte e durante 25 minutos, foi um Porto melhor, mas com muitos dos mesmos pecados da primeira, continuava a faltar sempre qualquer coisa no jogo dos azuis e brancos. Aboubakar atirou ao poste e Marega obrigou Claudio Ramos a uma grande defesa, nas melhores ocasiões do F.C.Porto na etapa complementar. E como a diferença mínima persistia e o jogo dos Dragões não era famoso, o Tondela acreditou, lutou, criou alguns lances de perigo, quase a acabar podia ter chegado ao empate. Seria injusto, é verdade, mas fica o aviso.
É preciso olhar bem para este jogo, perceber como foi possível errar tantos passes, fazer tantas e tão más opções, falhar tanto na hora de definir, momento que podia e devia, com mais assertividade, ter permitido ao F.C.Porto não ter de sofrer para conquistar os 3 pontos.
Depois de uma pré-época forte e jogo na última quarta-feira, é natural um certo desgaste. Mas também por isso a palavra é simplificar, tocar bem e soltar no momento certo e encontrando a melhor opção.
Registe-se, mais uma vez, o forte apoio à equipa por parte dos adeptos do F.C.Porto.