sexta-feira, 27 de outubro de 2017
Enquanto portista não admito que o meu clube nem o benefício da dúvida merecesse ou mereça, fosse acusado de tudo, mesmo quando dominava o futebol português e a essa competência juntava uma qualidade que lhe permitia vencer a pouca coisa de uma Taça UEFA e uma Champions League e agora, quando o clube do regime domina, mas não consegue nada de parecido, ninguém pode tocar nele nem com luvas de pelica... mesmo quando é o protagonista de escândalos sucessivos.
Enquanto portista não admito que um árbitro que erra favor do F.C.Porto seja olhado de lado, apontado e dedo, acusado de ser do sistema, corrupto, etc., mas se erra a favor do Benfica ou contra o F.C.Porto, aí, já não se passa nada, errar é humano, quem nunca errou que atire a primeira pedra, quem aponta o dedo e denuncia o erro, mesmo que seja grosseiro e evidente, mesmo que não use, nem de perto nem de longe os mesmos expedientes, é acusado de estar a fomentar o ódio.
Sobre este assunto da arbitragem, gostaria de acrescentar o seguinte:
Se os senhores árbitros querem, como acredito que querem, paz e tranquilidade, ser olhados de outra maneira e que o sector não ande constantemente nas bocas do mundo, devem dar contributos para isso. Por exemplo, devem escolher para o seu orgão representativo de classe, a APAF, alguém que junte à competência, equilíbrio, sensibilidade e bom senso, alguém que quando fala seja olhado com respeito e visto como alguém capaz de ajudar a resolver problemas e não alguém, como acontece com o actual presidente, Luciano Gonçalves, manifestamente incompetente, sem nível e sem capacidade, alguém que quando abre a boca, como ainda aconteceu esta semana, acrescenta problemas aos problemas existentes.
Devem também, em nome da credibilidade do sector, pugnar para que aqueles que pelo seu repetido comportamento no campo, os que com critérios disciplinares absurdos e os que têm olhos de lince para certos lances e cegueira total para outros, sejam afastados, termine definitivamente a sensação que com certos árbitros há um filho e depois os enteados. Pelo seu comportamento em jogos do SLB, como ainda se viu na última jornada no Desportivo das Aves - Benfica, Nuno Almeida é um bom exemplo de alguém que em nome da credibilidade da arbitragem, devia ser afastado.
Enquanto portista não admito que alguns a quem nunca ouvimos ou lemos uma palavra de censura, mesmo que velada, ao comportamento miserável da BTV, televisão onde se insulta, provoca, enxovalha, denigre e achincalha o F.C.Porto, quem o dirige e quem o serve profissionalmente; onde se fazem apelos às armas contra adeptos portistas; se deseja a morte a Jorge Nuno Pinto da Costa; e a lei foi - e ainda é - sistematicamente violada; venha agora criticar e apontar o dedo ao Porto Canal. Na televisão gerida pelo F.C.Porto, mesmo nos espaços F.C.Porto, nunca se viu nada de semelhante, há um recato e um respeito que não admite qualquer tipo de comparação.
Enquanto portista não admito que as nossas claques, Super-Dragões e Colectivo 95, que funcionam dentro da legalidade, sejam sempre tão escrutinadas, apontadas, denunciadas, excomungadas e por vontade de alguns, proibidas e destruídas enquanto grupos organizados, só porque têm um ou outro comportamento desviante e depois, quando os que até estão fora-da-lei, fazem muito, mas muito pior, há um branqueamento notório, fecham-se os olhos, quando se fala no assunto é numa pequena nota de rodapé ou de canto de página, como ainda se viu há poucas semanas em Vila do Conde e se tornou a ver na Vila das Aves.
Enquanto portista não admito o tratamento diferenciado que leva a se um Ministro ou um presidente de Câmara ou mesmo alguém ligado à magistratura, por exemplo, é visto no Estádio do Dragão, isso seja promiscuidade, um crime de lesa pátria, é preciso separar as águas, mas se na tribuna da Luz acontece o mesmo - aquilo às vezes mais parece uma reunião do Conselho de Ministros... -, aí já não há problemas, ninguém questiona nada, o silêncio impera.
Enquanto portista e adepto de uma Instituição Centenária, que tantos e tão relevantes serviços presta ao desporto português, futebol em particular, não admito que a comunicação social trate o meu clube como Filho de um Deus Menor, omitindo ou ignorando acontecimentos relevantes, mas estando sempre pronta a extrapolar quando há alguma coisa que corre mal, quando há situações que merecem reparo. Pior, se isto se passa no serviço público de televisão e rádio.
Resumindo e concluindo: não quero privilégios nem um tratamento de favor, mas exijo rigor, isenção, equilíbrio, equidistância, para factos iguais, tratamento igual, em todas as áreas, seja na desportiva seja na extra-desportiva.
Enquanto portista não admito um futebol de anjos e demónios, onde os demónios são os Dragões; não admito um futebol onde o mérito de um nunca é reconhecido, apesar de vários e retumbantes sucessos - a propósito, a FIFA confirmou o F.C.Porto como campeão mundial de clubes por duas vezes, feito que eles tentaram, tentaram e nunca conseguiram...-, enquanto nem com um pena que pode tocar nos sucessos, pequeninos, do outro.
Boavista F.C. - F.C.Porto. Se os igualarmos no empenho e na determinação, a nossa maior qualidade colectiva e individual fará a diferença.
Frente a um Boavista agressivo, de pelo na venta e pronto a discutir todos os metros quadrados do terreno de jogo, num dérbi portuense de grande rivalidade, só um Porto com atitude, carácter, coragem, um Porto capaz de igualar os axadrezados no empenho e na determinação, pode, depois, impor a sua mais valia colectiva e individual, sair do Bessa com a vitória.
Com um mar azul que mais uma vez dirá presente e vai apoiar como sempre, o líder do campeonato procurará corresponder e agradecer esse apoio, segundo Sérgio Conceição, não com palminhas e beijinhos, mas conquistando os três pontos.
Sérgio Conceição sobre Iker Casillas:
«É importante esclarecer uma coisa quanto ao Iker. Problema disciplinar não é, pois se assim fosse nem seria convocado, e em termos comportamentais também já disse que ele tem um bom comportamento. Quando falo de opção técnica, falo aquilo que é o treino. A conversa que tive com ele, da mesma forma que tenho com todos os outros jogadores, tem a ver com a minha liderança. Pode ser o jogador a solicitar a conversa ou eu a querer falar com ele, pois a porta do meu gabinete está sempre aberta. O Iker quis entender o meu lado pelo facto de ter saído da equipa e eu expliquei-lhe. Não existe nenhuma estranheza a não ser para quem não trabalha aqui todos os dias. Os jogadores sabem quais são as minhas regras, a forma como eu lidero e como exijo aos jogadores que estejam sempre a 100% nos treinos. Tenho de ser coerente no balneário. Se abrir exceções, por um jogador perco o grupo todo. Não existe mais nada, é isto.»
Assunto encerrado.
A minha equipa:
José Sá, Ricardo, Felipe, Marcano e Alex Telles, Danilo e Herrera, Corona, Marega, Aboubakar e Brahimi.