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quinta-feira, 12 de abril de 2018


Não sabia, soube anteontem ao ver o Universo Porto da Bancada, que a LPFP levou a efeito na sua sede na Rua da Constituição, um debate sob o lema, Futebol e Media. Estiveram presentes responsáveis dos OCS - lá estava a Rainha de Inglaterra a representar o panfleto da queimada. Que pena não saber antes, tinha aproveitado para ir cumprimentar Sua Excelência a Rainha -, da comunicação dos clubes, CNID, ERC, Sindicato dos Jornalistas, o presidente e a directora-executiva da Liga.
É apenas mais uma iniciativa, nos últimos tempos as reuniões, debates, artigos de opinião com origem em tanta gente ligada ao futebol ou apelos à contenção, vindos até dos mais altos responsáveis do Estado, têm-se multiplicado e convergido no mesmo sentido: dizem eles que é preciso acabar com este clima de ódio, baixar a temperatura que está demasiado quente, o futebol português precisa de tranquilidade, serenidade, paz.

Até se podia compreender, quando vamos entrar na fase decisiva do campeonato, quando no espaço de poucos dias se vão disputar dois clássicos: o Benfica - F.C.Porto para a 30ª jornada da Liga NOS e o Sporting - F.C.Porto, para a 2ª mão das meias-finais da Taça de Portugal. Mas quando se quer mudar, mas mudar mesmo, na prática e não na teoria da conversa fiada, tem de se começar por quem tem mais responsabilidades.
Três exemplos, um comezinho, mas significativo, outro um atentado à verdade desportiva e por último a cereja no cimo do bolo, premeia-se a violência.
Quando a Sport TV, operadora que tem os direitos de transmissão dos jogos do campeonato, nem um pequeno sinal consegue dar, mantendo ao seu serviço um comentador como o ex-jogador Pedro Henriques, alguém que comenta sempre ao sabor dos interesses do Benfica, mesmo quando comenta jogos dos rivais do clube do regime, alguém que dá constantemente mostras de falta de rigor, isenção, equilíbrio e equidistância, não tem noção do que é ética, como se pode pedir depois àqueles que são apaixonados pelos clubes, vivem intensamente tudo que lhes diz respeito, tenham recato e  sensatez, se mantenham tranquilos e serenos? O comentário sério, rigoroso, isento, não devia estar sempre no pensamento de quem quer vender o tal produto chamado futebol? Alguém tem dúvidas que se Pedro Henriques tivesse este comportamento vergonhoso, sectário, faccioso, desonesto, em prol do F.C.Porto, em vez do Benfica, já há muito que tinha saído de cena?

Como é possível que um clube que dá sistematicamente provas de não ser sério, não ter respeito por ninguém, não olhar a meios para atingir os fins, dirigido por alguém que até é capaz de invadir um estúdio de televisão para reclamar, transmita no seu canal de televisão os seus jogos em casa, 17, num campeonato com 34 jornadas? Porque não acabam com esta pouca vergonha, este escândalo sem paraleleo no mundo futebol, os responsáveis que constantemente clamam pela seriedade das competições e todos aqueles que se dizem preocupados com este clima de ódio? Não é este um factor que leva claramente a excessos? A BTV dá alguma garantia que se houver um lance duvidoso na área do Benfica, por exemplo, quem está a ver o jogo recebe as imagens necessárias para formar um opinião correcta? O que sabemos de transmissões do passado, dizem-nos claramente que não.

Quem também veio a terreiro, reclamando legitimidade para falar, foi Duarte Gomes, o nosso bom amigo Dudu.
- Fala, Dudu! Quem somos nós para impedir de falar uma sumidade da arbitragem, alguém que está no Guinness World Records, antigo Guinness Book off Records, como árbitro que marcou mais penalties, três, no mais curto espaço de tempo, 12 minutos, num Benfica - Vitória S.C.? Não é preciso dizer quem beneficiou desse recorde, pois não?
Tudo é tão maravilhoso no nosso país, temos tudo de bom, como é possível haver gente tão mazinha, não é Dudu? Que quiduxo que és!
Qualquer pessoa subscreve, principalmente, a parte final do artigo do Dudu, mas chega de moralismos. Chega de pedagogia que não leva a nada. Chega de generalidades. Há culpados, estão bem identificados, haja coragem para os apontar. Por exemplo, quem são os grandes responsáveis pela arbitragem estar neste estado?

Rúben Dias, defesa do mês de Março, é mais um exemplo paradigmático do estado a que chegou o campeonato português. Um jogador que em quase todos os jogos tem um comportamento disciplinar que merece forte censura, que só não vem para a rua porque os árbitros têm sido de uma condescendência sem limites, como se esses benefícios excepcionais fossem pouco, ainda por cima é considerado o defesa do mês? Ninguém se interroga como é possível? Ninguém fica chocado com isto? Premeia-se a violência? Não, assim, por mais que se façam apelos à paz, se peça recato e bom senso, é impossível não reagir, não ficar revoltado quando acontecem este tipo de coisas.

Quando se apontam outros campeonatos como exemplos a seguir, com o inglês a ser o mais flagrante, alguém imagina que na Premier League uma coisa destas pudesse acontecer?

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