terça-feira, 22 de maio de 2018
Partindo do artigo de Miguel Sousa Tavares, gostaria de dizer mais umas coisas, muitas das quais já não são novidade para quem frequenta o Tasco. Sim, porque os gravíssimos acontecimentos de Alcochete despoletaram uma série de reacções em cadeia e transversais, tanto que até parece que vivemos num país onde não se passava nada, mas de repente, passou-se tudo, parece que até aparecer o Bruno, nunca houve fenómenos de populismo no futebol português. Só que não é assim...
Quantas vezes nós aqui reflectimos sobre alguns programas desportivos em que em nome das audiências, valia tudo, quanto pior melhor, programas esses que não servem para mais nada que incendiar e fomentar rivalidades doentias, prejudicando e lesando gravemente o futebol? Muitas.
Quantas vezes reflectimos sobre a falta de profissionalismo, ética, deontologia, rigor, equilíbrio na informação, muitas vezes entregue a comentadores e analistas que são apresentados como independentes e não passam de gente alinhada e que segue uma cartilha? Muitas.
Um exemplo:
Nuno Farinha, até há pouco sub-director da lixeira desportiva da Cofina, a propósito de um e-mail que circula por aí sobre pagamentos do Benfica a jornalistas, disse no twitter e cito de cor, qual é o problema de um jornalista receber dinheiro de um clube? Acho que nem é preciso dizer muito mais, apenas, não me admira que o tenha dito, era sobejamente conhecido como um servidor do SLB no Rascord, como não me admira que tenha durado tanto tempo no jornal. Gente desta e com estas práticas, tem raízes profundas naquela lixeira. Mas é um bom exemplo do que não deve ser o jornalismo. São muitos como este, gente com comportamentos altamente censuráveis, que não ouve, vê ou lê quando se trata de um e não deixa escapar nada, extrapola até à náusea quando se trata dos outros, que contribui para uma realidade que agora todos condenam.
Quantas vezes aqui falamos sobre as provocações, ameaças, insultos, faltas de respeito para com o F.C.Porto e quem o dirige e serve profissionalmente, bem como contra os portistas e que são prática na BTV? Muitas.
Quantas vezes nos revoltamos contra comportamentos de uma claque fora-da-lei que espalha o terror por onde passa, sem que algumas vez o seu comportamento tenha merecido por parte de quem de direito, organismos desportivos, mas não só, a atitude e o tratamento que devia? Muitas.
Quantas vezes aqui chamamos a atenção para a postura populista, demagógica, desrespeitosa de Bruno de Carvalho? Muitas.
Outro exemplo:
Ontem, o freteiro Delgado, um autêntico rato de esgoto, numa espécie de mea-culpa, dizia que se em retrospectiva, há algo a criticar à comunicação social no caso de Bruno de Carvalho, foi o escasso escrutínio a que foi sujeito quando apareceu na cena pública.
É preciso ser muito cara de pau, é preciso ter uma grande lata, uma falta de pudor e vergonha na cara sem limites, para dizer uma coisa destas.
Se há algo que se viu desde o início do mandato de Bruno de Carvalho, é que ele sempre foi aquilo que se vê, mas que só agora alguns parece que perceberam e as razões são simples: enquanto o presidente do Sporting se entreteve a mandar umas bocas foleiras, a dizer a maiores barbaridades, a mentir, como se veio posteriormente a concluir, no caso do problema com Adelino Caldeira no Algarve, aí o chiqueiro da queimada, não só não o criticava, como alimentava o seu ego, dava-lhe corda e todo o destaque. Agora, ai que temos escrutinar melhor estes fenómenos.
Pois, até parece que também Bruno de Carvalho foi uma originalidade, não tinha havido um João Vale e Azevedo e... Luís Filipe Vieira! Sim, o actual presidente do Benfica também é um demagogo, um populista, um arruaceiro, um carroceiro sem respeito e sem educação, alguém que invade estúdios de televisão, insulta tudo e todos, tem tiradas de péssimo gosto, como, por exemplo, aquela do estrebuchar do morto.
E para se perceber, Vale e Azevedo, mal chegou ao futebol o que fez? Exactamente o mesmo que fez Bruno de Carvalho: virou a artilharia para Norte. E que o fez também Vieira, mal saiu do Alverca e chegou à Luz, ele que até tinha excelentes relações de amizade com Jorge Nuno Pinto da Costa?
- Meus senhores, não pode ficar a sensação e ela para mim, existe, que se fosse com o Benfica todos estes tristes e lamentáveis acontecimentos, nunca teriam tido estas repercussões.
O futebol português tem de mudar, todos queremos que mude. Mas só mudará quando se atacar a fundo e sem medo, o tumor chamado Benfica. Sim, por mais condenável que seja o que se passou em Alcochete e em Alvalade e os comportamentos do líder leonino mereçam censura.
Nota final:
Quando disse muitas vezes, é mesmo muitas vezes, mas para não estar a maçar com vários exemplos, deixei apenas um... se for preciso mais... é só dizerem.
PS - Como hoje é dia do abraço, sintam-se abraçados.