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domingo, 30 de setembro de 2018


Desde que me conheço a ver jogos do meu FC PORTO, sempre vi e ouvi contestatários ao treinador, ao presidente, ao massagista e até ao relvado. Nada de outro mundo num desporto que apaixona e emociona quem efetivamente gosta de ver e senti-lo como se o estivesse a jogar. Lembro-me perfeitamente no tempo das Antas, quando não havia cadeiras, em certas jogadas, o meu pai chutava a imaginária bola para o golo, acabando por atingir o sócio do degrau abaixo. Não havia lesões, mas apenas mau estar. Tanto assim é que já havia gente que quando via o meu pai, sentavam-se noutro lado. Era isso e queimar casacos do vizinho com o cigarro! Adiante.
Como fui frequentador assíduo das Antas e dos primeiros anos do Dragão, agora nem por isso pois não sou lugar anual - mas continuo sócio - e os bilhetes estão quase sempre esgotados - ainda bem - conheço de ginjeira, os adeptos calmos, os nervosos, os críticos positivos e os críticos negativos. Os que para uns está tudo bem e outros para quem está tudo mal. Mas todos eles têm um enorme sentimento em comum: a paixão pelo FC PORTO! Nas Antas ainda se dividiram em dois, o famoso tribunal na superior Sul, na curva encostada junto à arquibancada e os outros. Volta e meia havia sopapos, sentem-se que já acabou, és benfiquista ou pura e simplesmente vontade de embirrar com o parceiro do lado. No Dragão misturou-se tudo e verdade seja dita, nunca vi confrontos entre adeptos, pelo que deduzo que antigamente éramos mais violentos que agora, por incrível que pareça! Ou ganhávamos menos que agora.

Sendo assim gera-me desconforto, vir um treinador à praça pública mandar uns bitaites contra quem lhe paga o ordenado, contra quem, por vezes, tira do seu rendimento para fazer um esforço e manter-se sócio, já que as quotas não são nada baratas e se juntarmos o facto da imensa maioria que frequenta o Dragão ser lugar anual, então o respeito e a honra deveriam ser maiores. E, não sei se já repararam, que estas frases do querem ópera, vão ao S. Carlos, vão ao Sá da Bandeira ou vão á Gala, surgem sempre após vitórias arrancadas a ferros com exibições medíocres! Foi Pedroto quem inventou esta pérola, mas aos esquecidos, Pedroto também disse que os adeptos não são o 12º jogador: são o primeiro!
Por isso meu caro Sérgio, de certeza absoluta como já disseste que jamais em toda a tua carreira jogaste à porta fechada, agora digo-te eu: jamais em toda a tua carreira de treinador tiveste tanto e tanto público, em suma, um Mar azul, a apoiar-te. Quem gosta de uma boa bacalhoada tem que contar com as espinhas! Futebolisticamente falando, compreende-se os assobios e as palmas. Compreendo perfeitamente a terrível angústia do sócio a meu lado que vê o Aboubakar falhar estupidamente um golo cantado. Para esse adepto, assobiar só não chega! Tem que lhe rebatizar o nome e a profissão da mãe! Mas quando a bola acaricia as redes da baliza, esses adeptos abraçam-nos, gritam e alguns até choram, talvez de raiva misturada com felicidade.

Também posso dizer que o Sérgio, nas suas palavras, foi eloquente em vez de ser verdadeiro. O Tondela não é nenhuma equipa competitiva. O Tondela é a equipa típica do autocarro, lesionados fingidos e o Casillas bem que poderia ter ido aos Pilotos ver a canalhada dar uns mergulhos. As únicas vezes que chegaram á nossa baliza, foi mais por atrapalhação nossa que mérito beirão!

P.S. Não sou grande fã do Oliver e os meus amigos sabem perfeitamente disso. Mas há, sei lá, uma espécie de humilhação pública que Sérgio Conceição faz ao espanhol. É sempre dos primeiros a aquecer e é sempre dos primeiros a voltar a sentar-se no banco para outros entrarem. Psicologicamente isto arrasa qualquer um. Mais vale não convocar o jovem do que o sujeitar a estas provações.
E meu caro Sérgio por favor não me mandes ao Sá da Bandeira, porque sabes que tenho razão. Como vês, de médico e de louco, todos temos um pouco. Somos humanos e… SOMOS PORTO!

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