quarta-feira, 19 de setembro de 2018
Frente a uma equipa sem grandes primores técnicos, nem uma qualidade de jogo aprimorada - pelo menos foi isso que vi e como nunca tinha visto antes este Shalke... -, mas fisicamente muito forte, com uma grande capacidade de luta e para pressionar os jogadores adversários, o F.C.Porto raramente conseguiu ter e circular a bola - teve, é verdade, mais posse, mas foi uma posse muitas vezes estéril -, permitiu um jogo físico, de choques, tão do agrado dos alemães, não conseguiu impor o seu jogo, empatou - um empate fora de casa na Champions é sempre um resultado positivo -, não merecia mais.
O jogo começou muito disputado, equilibrado, mas sem grandes atractivos. E estava assim, quando e de um lançamento de linha lateral, uma má abordagem de Naldo, corte com a mão dentro da área, deu origem a uma penalty, oportunidade clara para a equipa de Sérgio Conceição se adiantar no marcador. Só que Alex Telles, um exímio marcador, apesar de não se poder dizer que bateu muito mal, permitiu a defesa, excelente defesa, diga-se, do guarda-redes Fahrmann, a oportunidade gorou-se. O campeão português não acusou o toque, até pareceu melhorar a qualidade de jogo, mas rapidamente tudo voltou à primeira forma, jogo muito quezilento, pouco fluído, mal jogado, muitas paragens, poucas jogadas de perigo, o intervalo chegou com as equipas empatadas, um nulo que era justo, apesar de ser o F.C.Porto que teve a melhor chance para inaugurar o marcador.
Entrou bem e a prometer, a equipa portista, ainda não iam decorridos 5 minutos e já Felipe obrigava o guarda-redes alemão a uma defesa por instinto, o golo esteve à vista. Durou cerca de 10 minutos essa superioridade do F.C.Porto, depois o vice-campeão alemão, recuperou, equilibrou, mais na raça que em jogadas bem delineadas, causou perigo, embora o golo nunca estivesse à vista. Continuava o jogo sem grandes motivos de interesse, quando o Schalke, aproveitando uma sequência de erros portistas, chegou à vantagem sem ter feito muito para o conseguir. A perder, a equipa de Sérgio Conceição reagiu, foi à procura do golo, beneficiou de outro penalty - é um daqueles penáltis de televisão, mas há um toque no pé de Marega - e desta vez, agora por Otávio, a oportunidade não foi desaproveitada, Dragões colocaram justiça no marcador, iam decorridos 75 minutos. Após o golo ainda deu a sensação que o F.C.Porto podia vencer, mas essa sensação durou pouco, na parte final e num forcing dos alemães, o perigo rondou a baliza de Casillas, algumas atrapalhações até podiam ter tido graves consequências.
Conclusão:
Tudo somado, resultado justo, num mau jogo de futebol e exibição pouco conseguida da equipa do F.C.Porto.
Foi o terceiro jogo que os Dragões disputaram frente ao Schalke em Gelsenkirchen, foi o primeiro que não perderam. Já não é mau...
Notas finais:
Éder Militão: vai certamente cometer erros, todos cometem, mas tem tudo para ser um craque, não corro riscos de me enganar se disser que é um grande reforço.
Herrera: Real Madrid, Tottenham, Inter, Roma, último ano de contrato, mais que físico o problema do capitão do F.C.Porto é mental. Talvez por isso nos últimos jogos, ontem em particular, temos visto um Herrera aéreo, disparatado, a fazer coisas que julgávamos ultrapassadas.
Danilo: depois de uma longa paragem e ter jogado pouco, ontem, atendendo ao grau de dificuldade do jogo, sem fazer um jogão, fez um excelente jogo.
Marega: há quem diga que o maliano não está ao nível da época passada. Tendo a concordar, mas, não é pelo jogo frente ao Schalke que tiro essa conclusão. Um, Marega encostado à linha e preocupado em fechar o corredor, não é a mesma coisa. Dois, Marega a 9, depois da saída de Aboubakar, pede profundidade, não um futebol de apoios, tabelas...
E como os últimos são os primeiros, mais uma vez os adeptos portistas estiveram em grande número e deram um grande apoio à equipa. São os únicos que já estão em grande forma.