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quinta-feira, 28 de novembro de 2024


Em Bruxelas, frente ao Anderlecht, o FCP tinha um jogo muito importante. Porque era preciso terminar com este ciclo negativo - três derrotas consecutivas e pior, com as prestações na Luz e em Moreira de Cónegos a deixarem muito a desejar. Porque com uma derrota a continuidade na Liga Europa ficaria cada vez mais difícil. Porque a contestação ao treinador e por tabela ao presidente AVB, que já é muita, aumentaria. Mas era também importante para ver de que massa são feitos os profissionais do FCP.
Com Diogo Costa, João Mário, Nehuén, Otávio e Francisco Moura, Alan Varela, Nico e Eustáquio, Pepê, Samu e Galeno, os Dragões em 4x1x4x1, numa toada cautelosa, procurando defender bem e sair em contra-ataque.
Primeiro lance de algum perigo da equipa de Vítor Bruno, perto dos 10 minutos, anulada por fora-de-jogo de Moura. Depois alguns cantos, num deles e aos 20 minutos, VAR chamou, o árbitro foi ver, assinalou penálti, Galeno marcou, Porto na frente.
Era natural a reacção belga, fundamental não dar espaço, tentar ter bola, sair com critério.
Não era assim, não fluía o jogo dos portistas. 
Ao minuto 29 João Mário sofreu uma entrada duríssima de N'Diaye, que levou amarelo, mas devia se de outra cor.
Samu por duas vezes bem lançado, atrapalhou-se, podia ter feito muito melhor, com mais qualidade na decisão podia ter feito golo. Quase de seguida Nehuén dentro da área e sozinho desperdiçou uma boa ocasião. Era um bom período do FCP, faltava apenas mais clarividência, mais assertividade na hora de definir e finalizar.
Ao minuto 44 um amarelo totalmente escusado e estúpido de Nico.
O Anderlecht só procurava a profundidade através de passes longos para as costas da defesa portista.
Ao Dragões só se pedia qualidade na posse, passar bem e com critério, aproveitar bem os espaços, tentar aumentar o resultado. Mas não era isso que acontecia. Ficava a sensação que o conjunto de Vítor Bruno não se soltava, parecia tolhido, nervoso, pior que a que a qualquer momento podia haver um erro que deitasse tudo a perder.
Até ao intervalo não aconteceu, o FCP foi para as cabines em vantagem, que se podia considerar justa, mas com a sensação que se podia ter feito melhor.

No início da 2ª parte saiu João Mário e entrou Martim Fernandes. E o FCP começou por ter muita sorte, ao minuto 47 só não foi golo por milagre. Incrível a facilidade com que a defesa portista foi batida. Não entrou nesse lance, entrou logo a seguir num erro inacreditável de Pepê. Quis andar com a bola e a fintar junto à área, foi desarmado, golo. Não há equipa e treinador que resista a estes disparates.
Uma equipa que está a jogar sob brasas, com a confiança abalada, pressionada, ainda fica pior. E mais grave, é que o brasileiro é useiro e vezeiro a fazer estas porcarias. Hoje, para azar do FCP, custou um golo.
Portistas aos poucos começaram recuperar daquele autêntico murro no estômago e chegar na frente. Foram conseguindo. Mas havia jogadores do FCP apostados em fazer porcaria. Inventavam, perdiam a bola e era quase só assim que os belgas ameaçavam.
Aos 74 minutos Samu não atacou a bola de cabeça, o guarda-redes saiu o evitou uma boa oportunidade.
Aos 75 minutos saiu Pepê e entrou Gonçalo Borges e mesmo minuto Galeno atirou perto do poste.
Porto tentava, ganhou dois cantos, mas faltava contundência no ataque. Aos 82 saiu Eustaquio e entrou Fábio Vieira. Fábio entrou e marcou. Dragões justamente na frente do marcador. Agora era só não fazer asneiras, defender bem, aguentar a vantagem nos últimos minutos. Mas estes jogadores não sabem aguentar vantagens e aos 86 minutos os belgas empataram. Como é que nenhum jogador do FCP sai ao encontro de Amuzu, que teve tempo para ir interiorizando até encontrar a melhor posição, rematar e fazer golo?
Até ao fim ainda houve algum perigo junto ás duas balizas, mas o resultado não se alterou. Foi mais um soco no estômago, mais uma vitória que fugiu no final do jogo. Com erros destes fica difícil mudar o rumo dos acontecimentos.

Foi um empate com sabor a derrota. É inadmissível em alta competição cometer erros como o FCP cometeu hoje na capital da Bélgica. Assim não há equipa e treinador que resistam.

Mais por culpa própria que por mérito do adversário, foi uma oportunidade perdida para resgatar a imagem negativa dos últimos jogos. 


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