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terça-feira, 21 de janeiro de 2025


 

«Não nego, não esperava que fosse Vítor Bruno o substituto de Sérgio Conceição. Não porque não lhe reconheça capacidade, pelo contrário, sempre que foi chamado a liderar teve bons resultados, sempre que apareceu a falar teve um discurso que me agradou bastante - ainda hoje na apresentação confirmou um nível superior na comunicação. Mas porque pertencia à equipa técnica do treinador anterior; porque o processo que levou a essa saída não foi pacífico; porque pode ser olhado pelo grupo como o adjunto - tenho sempre presente aquilo porque passou Vítor Pereira quando sucedeu a André Villas-Boas. 

Dito isto, tomada a decisão por quem tem todo o direito e toda a legitimidade para tal - AVB avançou sem medo da polémica, de ameaças veladas ou menos veladas, do discurso agarrem-me senão... e ainda hoje voltou a ter muito respeito pelo treinador anterior -, importa acrescentar o seguinte:

Desejo toda a sorte do mundo e um grande sucesso a Vítor Bruno. Pela minha parte a postura será a mesma de sempre. Quando achar que o treinador merece elogios, elogiarei, quando achar que merece críticas, criticarei. Obviamente, sempre com respeito, procurando ser objectivo e construtivo. Espero para Vítor Bruno o mesmo apoio e tolerância que teve o treinador anterior. Mas mesmo que tenha o sucesso que todos desejámos, não precisa de ser endeusado. Também não espero que Vítor Bruno passe o tempo a apontar para o emblema, apregoar portismo. Não, só quero que seja bom profissional, competente, enquanto servir o FCP, o honre, vista a camisola no primeiro dia, só a dispa no último».


Disse isto no dia da apresentação, posteriormente fui dizendo mais algumas coisas. 

Que Vítor Bruno tinha tido a oportunidade de treinar um grande clube como o FCP. Ou a agarrava com unhas e dentes, mostrava que tinha capacidade para enfrentar tão grande desafio, numa conjuntura muito difícil e estava lançado para o futuro, ou não mostrava e provavelmente nunca teria outra possibilidade idêntica.


Quando as exibições deixavam a desejar, pior, vieram os maus resultados e a contestação foi crescendo, disse que nunca pedi a saída de nenhum treinador a meio da época, não ia começar com Vítor Bruno, dei até o exemplo do que tinha acontecido com Vítor Pereira, para manter essa linha de pensamento. Acrescentei que quem tem de ver se o treinador serve ou não, é o presidente e a estrutura do futebol, desde logo porque estão lá, vêem se o trabalho é bem feito, se há empatia com o grupo, se o treinador se sabe impor, etc., etc., até porque são todos homens do futebol e com uma larga experiência. E finalmente, disse que para mim não faz sentido despedir um treinador quando a equipa estava próximo do 1° lugar.


Também disse e mantenho, que este plantel é o mais fraco que tenho memória e a minha memória vai até ao tempo da outra senhora, leia-se, quando atravessámos uma longa travessia do deserto no futebol sénior. E uma coisa é o FCP ter um plantel de grande qualidade, com vários craques e vários jogadores que fazem a diferença, uma equipa que jogava pra-carago e veio um treinador que chegou e estragou tudo; outra é ter a antítese disso tudo e pretender que o treinador faça omeletes sem ovos - isto sem retirar a parte de culpas que cabem a Vítor Bruno pelos dois últimos e miseráveis jogos. Vítor Bruno não é José Maria Pedroto. E falo no senhor Pedroto porque para mim é o paradigma do treinador que sem ovos fez excelentes omeletes, em particular na 1ª passagem pelo FCP em que só não foi campeão por razões que não importa referir, frente a um super-Benfica, idem no Boavista.


Dito isto, Vítor Bruno saiu, foi essa a decisão de quem dirige o FCP. Respeito a decisão. O futuro dirá, mesmo com toda a especulação que se possa fazer, se foi correcta, no tempo certo, devia ter sido há mais tempo...


Ao Vítor Bruno desejo as maiores felicidades e espero que no futuro e noutro contexto mais favorável, cresça naturalmente, se possa afirmar e mostrar o valor que acho que tem.


PS - Agora é preciso escolher um treinador. Espero que não seja Jorge Costa e nada tem a ver com as suas capacidades como treinador. Mas para mim o director do futebol passar a treinador seria o fim da picada. Daria uma imagem de um clube sem rumo, dirigido ao sabor de impulsos do momento, amadorismo. 


Ah, não dou palpites sobre treinadores...


PS 1 - Paralelamente às questões internas que urge resolver, AVB tem de dizer de forma clara que o FCP assume a suas culpas nos desaires, mas não admite ser cobaia, árbitros e VAR muito corajosos nos seus jogos, cobardes até dizer basta nos jogos dos nossos rivais. Isto não é arranjar desculpas, é colocar as coisas no devido lugar.

Quando digo que os árbitros e VAR são muito valentes em jogos do FCP e uns cobardes nos jogos dos nossos rivais, não digo por acaso. Digo porque isso é uma verdade absoluta. Este exemplo que podem ver é sintomático. Não foi assinalado penálti contra o Benfica, na sequência do lance golos do Benfica. E para o escândalo ser ainda maior, João Félix estava em fora-de-jogo. VER AQUI

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