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sexta-feira, 15 de outubro de 2010




























                                                    Ao centro os pesadelos do Penhorado.
                                                    1- Jesus versão Abel Xavier
                                                    2- Jesus versão Nuno Gomes
                                                    3- Jesus versão Manuela Ferreira Leite
                                                    4- Jesus versão Paulo Bento
                                                    5- Jesus versão David Luiz
                                                    6- Jesus versão Maria José Valério

Eles são tão ridículos, tão patéticos, vejam aqui: Futebol: Benfica requisita 2500 bilhetes para o jogo com o F.C.Porto que só apetece brincar com eles... Entretanto falemos de coisas sérias, e coisas sérias são o artigo e entrevista de Rui Moreira à Bola e ao Jornal I, que aqui vos deixo.

«O fósforo na gasolina

A violência que não tem cor nem clube, não se desafia. Combate-se em todas as frentes, sem hipocrisias


É razoável que o Benfica receie que a sua caravana possa ser alvo de ataques quando se deslocar ao Dragão, porque se vive-se um tempo em que a saudável rivalidade entre clubes degenerou num antagonismo perigoso que é aproveitado por alguns, por fanatismo ou razões inconfessadas, para perpetrar actos condenáveis. O que não se entende é o presidente do Benfica aproveite o ensejo para fazer declarações incendiárias e desafios imprudentes à violência. Nessa linha, também o apelo ao boicote aos jogos que a equipa disputa em campos adversários é, um acto que desafia o bom senso, e o reaparecimento de escutas requentadas, que o Benfica fomenta nos “media” através dos papagaios amestrados, só serve para acirrar a intolerância.

Se receia o pior, e não quer encontrar pretextos, o Benfica deve condenar todos os actos dessa natureza, em vez de recorrer à auto-vitimização e à bravata. E, como o clube tem responsabilidade pelos conteúdos da Benfica TV, não se pode alhear do que tem sido dito nos seus programas por Pragal Colaço e quejandos, e não se conhece da parte de LF Vieira qualquer acto ou declaração de repúdio por esses incitamentos.

Cada acto de violência é, por si só, condenável e não pode ser relativizado com o argumento de que “os outros já fizeram o mesmo”, que só potencia a espiral de ódio, mas os benfiquistas sabem bem que o FC Porto tem muitas razões de queixa, algumas das quais aqui recordo:

-A Equipa de hóquei em patins do FC Porto foi vítima de emboscada no Estádio da Luz, planeada em pormenor. Dezenas de membros das claques do Benfica invadiram o autocarro com gás pimenta e tacos de basebol, causando graves lesões cerebrais ao hoquista Filipe Santos.

-Um autocarro de adeptos do FC Porto foi incendiado e destruído próximo do Estado da Luz, no dia em que aí se disputava o play-off do campeonato nacional de hóquei.

-O Team Manager do FC Porto, Acácio Valentim, foi agredido por seguranças no túnel da Luz. O acto foi captado pelas câmaras de vídeo, apesar de estas terem sido previamente desviadas, o que prova que houve premeditação.

-Pinto da Costa foi alvo de tentativa de agressão por parte de um adepto benfiquista, à porta do hotel, antes do jogo de futebol no estádio da Luz.

-O autocarro do FC Porto e viatura de Pinto da Costa foram apedrejados na A5, antes do jogo de futebol com o Estoril Praia.

-Os carros e as camionetas que transportavam adeptos do FC Porto foram apedrejados quando regressavam a casa, após a final da Taça, disputada no Jamor.

A violência, que não tem cor nem clube, não se desafia. Combate-se em todas as frentes, e sem hipocrisias. Compete às autoridades garantir a segurança a todos mas, na medida em que poderá haver manobras de diversão, gostaria de apelar às claques portistas para que não respondam às provocações e, em vez disso, vigiem os acessos ao Dragão, para que não haja inventonas ou imposturas.

A razão de RAP
Ricardo Araújo Pereira recorre à central de informações para me acusar de ter utilizado uma expressão que li na transcrição que o “Publico” divulgou de uma escuta. Quanto ao sucinto comentário sobre as consequências externas, e patentes na imprensa internacional, da divulgação de escutas a Sócrates, limitei-me a não ignorar o que era público, ainda que resultasse de uma ilegalidade. Ninguém se pode alhear do que é público e das suas consequências. Diferente é o acto de divulgar e promover escutas ou tentar reabrir, na praça pública, processos já julgados em tribunal. Por isso, ao contrário do que Eduardo Barroso julga, ele, o Miguel Sousa Tavares e eu, não fizemos o que A-P Vasconcelos fez.

O Auto de Fé
APV não se limitou a falar das escutas requentadas ou a referir as consequências que tiveram na imagem do FC Porto. Insistiu na divulgação específica dos seus pretensos conteúdos, desclassificou a justiça dos tribunais, e desenvolveu a tese de que o que importa é a opinião pública maioritária, o que corresponde a um auto de fé, como então expliquei, em coerência com o que disse no ViceVersa da RTP-N, em que me insurgi contra a divulgação das escutas do caso Face Oculta (usando os argumentos que invoquei no Trio d’Ataque), e com outras crónicas (Tenho medo in Publico - 2006 e As Farpas in JN-2010) em que condeno a divulgação de escutas e os julgamentos populares.

As caixas de ressonância
Por falta de pachorra e de tempo, não respondo ao afinado miar dos outros gatos (à melancia e ao Góis), nem dou troco a manhosos e a escribas com interesses nesta causa. Todos sabem que nunca censurei ninguém, e quem me lê e ouve sabe que nunca fui instrumentado. Gostava que RAP, num dos raros dias em que os cronistas do FC Porto não lhe dão ensejo para sobre eles escrever, explicasse o que pensa sobre a divulgação dos conteúdos de escutas na praça pública. Não ouso pedir-lhe que escreva sobre o deletério tema do futebol, mas gostaria de conhecer os seus padrões cívicos e éticos a propósito de um tema que só aborda para questionar e censurar a opinião alheia, sem nunca dizer o que pensa.

A reboque da águia
Vítor Pereira, reconheceu que não há necessidade de fazer um novo balanço às arbitragens à 10ª jornada. "Não andamos a reboque de ninguém. Fazemos quando achamos ser uma mais-valia, pode ser à 10ª ou à 15ª jornada", avançou Pereira, dando o dito por não dito. Fica assim demonstrado que a sua efémera aparição como comentador não era o início de um novo estilo de intervenção, como ele então anunciou e em que Cruz dos Santos acreditou. Justifica-se assim a suspeita, que alguns achavam infundada, de que a sua inovadora intervenção foi feita a reboque das exigências públicas do Benfica e percebe-se bem porque razão, na época passada, nunca teve cuidado de abordar os erros dos árbitros.»

Entrevista ao I, na parte que diz respeito ao futebol:
«Rui Moreira, adepto que do FC Porto que abandonou em directo o Trio de Ataque, da RTPN, diz que António-Pedro Vasconcelos é o porta-voz do Benfica e recusa ser carrasco ou testemunha em "tribunais de opinião pública". O ex-comentador defende Pinto da Costa e critica Luís Filipe Vieira por incitar à violência.


Como foi a experiência de abandonar um programa em directo? Há algum tempo que não ocorre algo semelhante.
Lembro-me de Francisco Sousa Tavares abandonar um programa em directo e de Santana Lopes. Na altura não me lembrei dos antecedentes. Não foi algo pensado. Não dei gritos, nem urros, nem atirei cadeiras. Sai de uma forma tão discreta que teve de ser o comentador a explicar que eu me tinha ausentado do programa.

Arrependeu-se?
Não. Acho que fiz aquilo que devia ter feito. Por um lado, o Hugo Gilberto tinha, por duas vezes, prevenido o António-Pedro de que estava a cometer uma ilegalidade e, em segundo lugar, eu tentei junto do António-Pedro, de uma forma razoável, admoestá-lo para as consequências do que estava a fazer. Isto não se enquadra na ideia que eu tenho do António-Pedro enquanto cidadão. Acho que há circunstâncias em que a melhor forma de interromper uma conversa é sair. Ele ficou lá e foi livre de dizer o que quis. Não censurei ninguém. Faria certamente a mesma coisa hoje.

Não estava à espera de que se falasse nas escutas?
Já no programa anterior o António-Pedro tinha feito uma referência a escutas. As escutas, quando surgiram, eram um facto público. Na altura, tive a oportunidade de ouvir as coisas que ouvi e de concordar com algumas no programa. Uma coisa diferente é tentar, relativamente a um tema que já foi julgado, levar isso para um julgamento público. O António-Pedro disse especificamente, antes de eu me levantar, que, independentemente do que aconteceu nos tribunais, entendia que o assunto devia ser julgado pela opinião pública. Comparando com o caso Casa Pia, e com o que aconteceu com o Carlos Cruz, este caso parece-me paradoxal. Nesse caso, independentemente dos direitos que tem de defender-se em recurso, ele foi julgado e depois houve um movimento nas televisões para o inocentar através da opinião pública. Não aceito isso e muito menos aceito que se faça o contrário. O senhor Pinto da Costa ganhou todas as acções que tinha em tribunal. Nuns casos nem chegou a ser acusado, num foi acusado e foi ilibado.

Se esta situação fosse sobre outro clube e incidisse sobre o presidente do Benfica, teria tido a mesma atitude?
Nós nunca sabemos o que fazemos. Só lhe posso dizer que espero que sim. Relativamente ao presidente do Benfica, defendi-o de uma insinuação que o António-Pedro fez há menos de dois anos. Numa altura em que o António-Pedro tinha uma visão diferente do Benfica e pôs em dúvida se o presidente do Benfica era benfiquista. Nessa altura disse que ia abrir uma excepção - nunca falo dos dirigentes dos outros clubes - e disse que achava inadmissível que um adepto do Benfica ou de outro clube pusesse em dúvida o benfiquismo ou o portismo do seu presidente. Não sendo uma situação análoga, já defendi o presidente do Benfica.

Já ouviu as escutas no Youtube?
Não, mas sei quais é que estão cá fora. O que está por trás disto é uma guerra que existe neste momento em que o Benfica conseguiu assumir o controlo sobre pessoas que participam em programas desportivos, e que anteriormente eram livres, como eu sou livre. E que passou a fazer com eles reuniões, que denunciei. Eu tinha denunciado dois programas antes do célebre almoço no Estádio da Luz em que estavam presentes Rui Gomes da Silva, António-Pedro Vasconcelos e a direcção do Benfica, em que foram decididas aqueles tomadas de posição que os órgãos sociais do Benfica vieram a concretizar no dia seguinte. Há um alistamento dos comentadores nos programas desportivos, o que altera as regras do jogo. Eu nunca fui representante do FC Porto.

Diz que não gosta de ouvir escutas particulares, mas em Fevereiro comentou o caso Face Oculta e as escutas ao primeiro-ministro. Vê de forma diferente as escutas a Sócrates e a Pinto da Costa?
Nada disso tem a ver com o que se passou. O que disse sobre as escutas do Face Oculta foi avaliar aquilo que era público. Tinha vindo da Alemanha, e pelo que li na imprensa internacional José Sócrates passara a fazer parte do problema. Em 2005 todos comentaram as escutas do FC Porto. Não podemos ignorar o que é público e avaliar o seu impacto. Isso é diferente de revelar conteúdos. Não li as escutas a José Sócrates. Admito comentar tudo aquilo que é tornado público, mas não cometo ilegalidades. Acho que não fiz nada que possa ser comparado com isto. Vivemos num país estranho. As pessoas que são constituídas arguidas são tomadas pela opinião pública como culpadas. A revelação de escutas torna-nos a todos em julgadores.

Mas chamou a António-Pedro Vasconcelos representante do Benfica.
Com certeza. De facto o que o António-Pedro passou a ser é um representante do Benfica. Eu nunca fui representante do FC Porto. Não só porque nunca me pediram, mas porque também não fazia sentido. Nunca pedi a autorização do Porto para ir fazer o programa. Muitas vezes critiquei e louvei dirigentes e actos da direcção e nunca ninguém discutiu comigo. Também nunca senti que alguém ia interferir.

Está a dizer que esta atitude de António-Pedro Vasconcelos é uma estratégia pensada com o Benfica?
Acho que sim. Isto tem a ver com uma estratégia que o Benfica arquitectou, de que fazem parte essas medidas, e de transformar as posições dos benfiquistas numa linha única.

É então uma espécie de porta-voz do Benfica na sua opinião?
Eu chamei-lhe isso e ele não negou.

A RTPN tentou convencê-lo a voltar?
Ninguém me tentou convencer. Dei explicações à RTPN verbalmente, na própria noite, e por escrito, no dia seguinte. A partir daí a RTPN tomou a decisão que tomou.

Foi dispensado do cargo de comentador desportivo. Se não tivesse havido essa dispensa voltaria?
Não voltaria a fazer um programa naqueles moldes e com aqueles princípios.
O que estava em causa com a divulgação destas escutas?
São os princípios da legalidade. Mas eu acho que, quando associamos a isto outras medidas que o Benfica anunciou, como esta posição estranhíssima de apelar aos seus adeptos para que não participem em jogos fora de casa, ao desafiar a violência relativa à sua vinda ao Porto... Estou de acordo que se combata a violência, mas outra coisa é desafiar a violência. Acho que as declarações de Luís Filipe Vieira são faíscas num depósito de gasolina. É uma táctica perigosa montada pelo que parece ser uma central de informações em que um conjunto de pessoas colabora numa estratégia de afrontamento.

Está a sugerir que o António-Pedro Vasconcelos colabora nessa estratégia através do Trio de Ataque? Não devia ser um programa normal?
Durante muitos anos o programa foi uma coisa normal. Depois houve um momento em que se transformou num programa pouco normal quando o António-Pedro começou a tomar uma posição activa num acto eleitoral do Benfica. Soube-se no Parlamento que chegou a convidar o José Eduardo Moniz para avançar para a presidência do Benfica. Depois houve uma conversão. Tenho amigos que mudaram de religião e respeito isso. As regras do jogo alteraram-se com a conivência da RTPN que deveria ter definido claramente o que entendia para o programa.

O comentador do Sporting também dizia o que pensava?
Nunca houve da parte do Rui Oliveira e Costa - ainda que nunca tenha omitido o facto de ter uma relação privilegiada com os dirigentes do Sporting - um alinhamento excessivo. Tanto não houve que o António-Pedro passava o tempo a acusá-lo de ser portista.

O que é o Trio de Ataque agora?
Será aquilo que as pessoas que lá estão fizerem dele.

O FC Porto emitiu um comunicado a dizer que não apoiará outro representante no programa nem lhe prestará informação.
Não tenho responsabilidades sobre o comunicado.

Qual é a sua opinião sobre o Miguel Guedes, que o substituiu?
Teve a consideração de me telefonar a perguntar se me importava que me substituísse. Também é verdade que em Agosto, quando não pude fazer o programa, sugeri o Miguel.

Vai continuar a ver o programa?
Certamente que não.

Aceitará propostas para comentador desportivo noutro programa?
Nos tempos mais próximos não.»

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