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terça-feira, 22 de novembro de 2016


Depois uma eliminação prematura da Taça de Portugal aos pés de uma equipa que lhe é inferior, o D.Chaves, e que significou mais um forte abalo na auto-estima do portismo, o F.C.Porto tinha frente ao Copenhaga a possibilidade de conseguir, ganhando, uma espécie de dois em um: ultrapassar o desastre transmontano, colocar-se imediatamente nos oitavos-de-final da Champions, patamar mínimo orçamentado.
Empatou, deixou tudo para decidir na última jornada no Estádio do Dragão, frente aos já apurados e vencedores do Grupo G, os ingleses do Leicester.  Do mal o menos, mas fica um travo amargo, até alguma raiva, por não ficar o apuramento já hoje resolvido. E fica um travo amargo e alguma raiva, porque à excelente exibição do F.C.Porto na segunda-parte, faltou mais e melhor ataque, faltou coragem ao treinador por não ter arriscado e não era preciso arriscar muito, apenas trocar um André Silva desgastado e por isso, a partir de certa altura, incapaz de discernir, pensar, executar e definir bem, por Depoitre.
Como pelos vistos NES só substitui o jovem avançado do F.C.Porto quando ele cair exausto, é melhor na reabertura dos mercados dispensar o belga. A equipa fez tudo para ganhar. O treinador? Não!

Num relvado em mau estado, o F.C.Porto entrou de início com a equipa que tão bem se portou frente ao Benfica: Casillas, Maxi, Felipe, Marcano e Alex Telles, Danilo, Óliver e Otávio, Corona, André Silva e Diogo Jota, mas, na noite de hoje e primeira-parte, qualquer semelhança na prestação dos Dragões, com o que aconteceu no clássico, é pura coincidência. Foram 45 minutos em que o conjunto de Nuno Espírito Santo parecia uma equipa pequenina a jogar frente a um gigante do futebol europeu.
Como a segunda não teve nada aver com a primeira, vamos esquecer os 45 minutos iniciais.

Foi a mesma equipa equipa, mas completamente transfigurada, aquela que apareceu nos segundos 45 minutos. Alicerçados numa defesa de betão - Casillas não fez uma defesa - os Dragões apareceram com outra dinâmica, mais compactos, mais equilibrados e mais organizados, reduziram o Copenhaga a nada. Dominaram toda a segunda-parte, atacaram pela direita e pela esquerda, chegaram com facilidade à área dos dinamarqueses, criaram e desperdiçaram, não muitas, mas as oportunidades suficientes para conseguirem uma vitória que seria mais que justa. Não foi, porque e é uma grave problema, a este F.C.Porto falta ataque, falta na frente um jogador que decida. Nada a apontar a André Silva na entrega generosidade, na forma como tenta marcar, como nunca desiste, mas nem um super-homem, um grande atleta e André Silva é um grande atleta, consegue fazer 90+90+90+120 minutos, sem sofrer um grande desgaste que lhe diminui capacidades, ele que ainda tem muito para crescer. E no ataque também faltou Diogo Jota. Com mais calma, pensando e definindo melhor, o jogador do Atletico de Madrid podia ter dado a Corona, muito melhor posicionado, a possibilidade de marcar. Não deu, tardou em soltar, foi egoísta, fez um passe ao guarda-redes, perdeu-se uma clara oposição de golo. De Corona, nada a dizer, fez um jogão, como fizeram Danilo, Óliver e como referi anteriormente, toda a defesa. Casillas não teve que fazer e Otávio, que não esteve mal, não atingiu o brilhantismo dos outros. Evandro e Varela entraram quase no fim e não foram opções para ganhar o jogo...
 
Nota final:
Não é normal uma equipa como a do F.C.Porto marcar tão poucos golos, quando domina e é claramente superior aos adversários, como tem sido em muitos jogos. A eficácia treina-se, tal como chega de temos de levantar a cabeça, chega de falar em falta de eficácia.

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