sexta-feira, 28 de março de 2008
Que Portugal é um País despudoradamente centralista, é um sentimento quase unânime na sociedade portuguesa, que apenas é contestado por aqueles que dele tiram benefícios.
Vejamos: a região do Porto, onde está inserida a segunda Cidade portuguesa, é a que tem maior taxa de desemprego e onde, nos últimos anos, faliram mais empresas. O Porto perdeu alma, protagonismo, importância, poder, voz...o Porto saiu do mapa!
Há concerteza culpas próprias, mas, a maior responsabilidade é de um centralismo castrador, que coloca o garrote, aperta e não deixa respirar. Já foi tempo em que no Porto, por exemplo, havia sedes de Bancos, de Companhias de Seguros, de grandes Grupos Económicos, etc.
Já foi tempo, em que na Câmara havia um Presidente que gostava do Porto, do povo do Porto e que respeitava as maiores Instituições da cidade... agora, na Autarquia, está alguém que por ambições nacionais, não fala, não reivindica, não faz ondas, mais, a tudo isso, ainda junta uns pózinhos de anti-portismo primário e de um anti-Pintismo barato.
Se um portuense quer fazer carreira na música, na informação televisiva, nas artes, etc., tem de ir para Lisboa, como os exemplos de Rui Veloso, Fátima Campos Ferreira e outros o demonstram claramente. No Governo o paradigma do centralismo é o Sr.Ministro da Obras Públicas, o já famoso Eng. Mário Lino ou se preferirem o Ministro "Jamé", que quando questionado sobre as derrapagens nas obras públicas da Capital, responde sempre:"o que interessa é resolver os problemas e servir as populações", mas, quando se trata por exemplo do Metro do Porto, aí é diferente e é preciso ter muito cuidado com as derrapagens. Já para não falar das Scuts, onde curiosamente, as primeiras a serem portajadas são as do litoral-norte.
Sua Excelência o Sr. Procurador Geral da República, para a violência das noites do Porto nomeia uma Equipa Especial de Investigação, mas, para a criminalidade na noite lisboeta(7 mortes numa semana), diz que são casos pontuais.
Sua Excelência o Sr. Procurador Geral da República, para a violência das noites do Porto nomeia uma Equipa Especial de Investigação, mas, para a criminalidade na noite lisboeta(7 mortes numa semana), diz que são casos pontuais.
É neste Portugal onde o futebol tem uma grande importância e um grande destaque ( há quem diga, demasiado destaque), que o F.C.Porto, ganha, domina, é hegemónico e mais...não abranda, não dorme à sombra do sucesso conquistado e trabalha para agarrar o futuro, como são exemplos as pioneiras iniciativas: Dragon Force, Dragão Tour, Dragon Dream, Via Azul, etc., etc., num vanguardismo que indícia a continuidade de muitas mais vitórias.
Ora este é que é o verdadeiro problema, os êxitos do F.C.Porto trazem 2/3 ou mais, da população portuguesa, triste, descontente, aziada, desiludida, desencantada...e como não encontram no futebol as alegrias que esperavam, viram-se para os problemas do dia a dia e isso é uma "chatice".
Há que alterar, quem sabe voltar aos tempos, dos três campeonatos para o Benfica e um para o Sporting, seria tão bom para os jornais, rádios, televisões, governo, enfim, o País centralista adoraria. Mas, existe um problema, chama-se F.C.Porto, os Dragões atrapalham e como tal; tirem-se os Dragões da frente!
É neste contexto que aparece o Apito Dourado. Sobre esse processo já disse e escrevi muito, apenas deixo uma pergunta que é a verdadeira essência do Apito.
É neste contexto que aparece o Apito Dourado. Sobre esse processo já disse e escrevi muito, apenas deixo uma pergunta que é a verdadeira essência do Apito.
Se alguém me conseguir explicar de uma forma clara que não há dois pesos e duas medidas, no tratamento dado pela Justiça aos jogos: B.Mar-F.C.Porto, que leva o Presidente Pinto da Costa a Tribunal e o Estoril-Benfica da época 2004/2005, disputado no Algarve, que foi o maior escândalo e a maior pouca vergonha dos últimos dez anos no futebol português e onde não houve investigação de espécie alguma...quem sabe eu não comece a acreditar na Justiça? É que alguns processos em que J.N.Pinto da Costa foi constituido arguido, comparados com o que aconteceu no celebérrimo jogo entre os canarinhos e as águias disputado na região algarvia... são apenas fair-divers!
Depois de toda a polémica que rodeou esse jogo, bastaria o facto de o homem forte do futebol do Benfica na altura, José Veiga, ser o accionista maioritário da Sad do Estoril, para o Ministério Público ter agido.
Estas são as minhas convicções profundas, baseadas numa leitura atenta a tudo que é dito, escrito e feito, neste cantinho à beira-mar plantado, onde cada vez mais, tenho interiorizada a ideia que uns são filhos outros são enteados.
A foto da cidade foi retirada com a devida vénia e autorização do blog: "Guardião da invicta"