Houve jogo, houve uma grande atitude das duas equipas - uma palavra de apreço para os profissionais do Estrela, que apesar dos problemas, bateram-se muito bem, dignificaram a profissão, o clube e o campeonato - houve espectáculo, apesar do péssimo relvado, chegou a haver incerteza no marcador, mas tudo acabou, com uma vitória justa, mas que podia ser mais dilatada, do F.C.Porto, apesar, repito, da excelente prestação do conjunto de Lázaro Oliveira.

Uma entrada fortíssima da equipa portista, que nos primeiros dez minutos, obrigou Nélson a uma defesa do outro Mundo, marcou um golo que foi invalidado e marcou outro, que lhe deu vantagem, merecida, no marcador. Depois, a partir dos vinte minutos, o F.C.Porto abrandou, baixou a pressão o ritmo e apesar de poder aumentar a vantagem - Rodríguez falhou um golo certo -, viria sofrer um golo incrível, um bambúrrio de sorte, contra a corrente do jogo, que perturbou a equipa e até ao intervalo, o conjunto azul e branco, nunca mais foi a mesma equipa dominadora, que jogava bem, que baralhou completamente o conjunto da Reboleira, enfim, uma equipa que prometia uma grande noite, uma noite tranquila. Apesar de se ter colocado novamente em vantagem, numa boa altura - em cima do intervalo -, o Tricampeão, que podia voltar a marcar mais golos por Lisandro e por Hulk, no início da segunda-parte, não foi tão forte, permitiu maior equilibrio e noutro golo consentido, cedeu novo empate e mais uma vez, injustamente, pois o Estrela não tinha feito nada para marcar e não tinha levado nenhum tipo de perigo à baliza defendida por Helton. Só que Hulk, o Incrível Hulk - tiro o meu chapéu ao Presidente Pinto da Costa, pois quando ele falou numa surpresa que os adeptos, iriam gostar muito e depois apareceu, o jovem e desconhecido, brasileiro, muitos o criticaram sem sequer esperar para ver. Alguns ainda agora, falam do preço, como se os 5,5 milhões de Euros, não pudessem, se o F.C.Porto quisesse vender a sua parte, valer mais do dobro, enfim...críticos de trazer por casa -, com um golo extraordinário, logo colocou tudo no seu lugar e daí até final, nunca mais o conjunto portista teve problemas, acabando ainda por ampliar o resultado para números, que mesmo assim, não espelham a superioridade do F.C.Porto.

Estamos a dois pontos do líder, estamos a pisar-lhes os calcanhares, a chama do Dragão já os chamusca... podemos, temos essa legitimidade, aspirar a ser primeiros, chegar rapidamente ao nosso lugar habitual: o primeiro lugar.

O lado esquerdo da defesa continua a ser um problema, pese a boa vontade de P.Emanuel. O capitão, um central adaptado, tem a tendência de ir para o meio e dar muito espaço do lado direito o que desiquilibra a defesa. Quem sabe, agora no mercado de Janeiro, não conseguimos colmatar essa deficiência?

Fucile, que jogou e atacou muito, esteve ligado aos dois golos do Estrela. Se no primeiro foi infeliz, já no segundo- se era ele que devia marcar Vidigal, note-se... - foi mal batido.
Já vamos na nona vitória seguida: como somos um clube de gente exigente, não embandeiramos em arco, apesar de sabermos, que se isso se passasse noutros lados, as parangonas nunca mais acabavam.

O melhor do F.C.Porto para mim, foi C.Rodríguez: trabalhou como sempre muito; falhou, mais uma vez, golos fáceis; continuou a querer sofregamente, marcar; mas desta vez, marcou dois golos muito importantes.

Jesualdo Ferreira: «O F.C. Porto fez um jogo muito bom, num relvado muito difícil, que prejudicou as duas equipas. Jogámos contra uma equipa do Estrela com muito brio e com muita qualidade. Dificultaram a vida ao Porto, empataram duas vezes e deixaram-nos sempre alerta. Trabalhámos muito para ganhar. Fizemos quatro golos, ficaram dois ou três para marcar… Sofremos dois golos estranhos, mas saímos sempre das situações mais difíceis e ganhámos com todo o mérito. Subimos mais um pouco. Temos um jogo domingo, que vamos fazer tudo para ganhar. Fica o registo da grande atitude do F.C. Porto, com três avançados que não são fáceis de travar. Acho que o fomos uma equipa muito forte para o Estrela, que se percebe que sabe jogar e teve muito brio.»

Hulk: «Estou feliz pelo golo que marquei, mas mais feliz pela vitória alcançada pelo F.C. Porto, que era o nosso objectivo. Tive a felicidade de marcar um golo, mas espero dar ainda mais ao F.C. Porto»