E espero bem que sim!
E espero bem que sim, porque seria o cúmulo, no principal campeonato do futebol português, haver uma equipa a fazer falta de comparência, porque os seus profissionais têm vários meses de salários em atraso. - Com isto não quero dizer que aos jogadores estrelistas não lhes assista esse direito, mas o que quero realçar, como irão verificar mais para a frente, é o comportamento da Liga.- Espero bem que sim, porque a imagem do futebol luso, ficaria seriamente afectada, iria ser alvo de chacota no Mundo do futebol e colocaria, em termos futebolísticos, Portugal ao nível de um país de Terceiro Mundo. Espero bem que sim, porque eu quero muito, mesmo muito, ganhar o jogo e ser Campeão, mas quero sê-lo, a ganhar no campo a jogar e não na secretaria, ao melhor estilo de alguns, que queriam ir à C.League, sem terem conseguido esse direito, dentro das quatro linhas.

Mas se pelas razões aduzidas, não é nada bom haver greve, por outro lado, seria a suprema das ironias, que Hermínio Loureiro, o anafado presidente da Liga, passasse pela vergonha e pelo vexame, de ver, na Liga Sagres, principal competição do futebol português e organizada pela Associação que dirige, um jogo não se realizar, porque profissionais, fizeram greve, pelas razões apontadas anteriormente.

Hermínio, que é político - ainda mantém o estatuto de deputado -, em vez de atacar este problema, esta praga que descredibiliza o futebol, gera concorrência desleal, pode dar origem a situações potencialmente perturbadoras da competição, não, preferiu agradar aqueles que aos gritos, pediam a cabeça de Pinto da Costa e o castigo do F.C.Porto. Pôs-se de cócoras perante a gritaria populista e demagógica de Vieira, deixou-se embalar nos elogios de uma C.Social, maioritariamente, anti-portista e anti-pintista, e junto com o seu companheiro da C.Disciplinar, só teve olhos para o Apito. Enfim, foi o político medíocre, à procura da popularidade fácil e não o dirigente que devia atacar este problema, como principal linha de orientação do seu mandato.

Precisava dessa lição, é pena que o futebol português sofresse por arrasto.

Nesta vergonhosa encruzilhada e sem ter qualquer responsabilidade no assunto, está o F.C.Porto que a 24 horas do jogo, ainda não sabe se vai jogar ou não.

Como se prepara uma equipa para uma partida fundamental - se ganharmos ficamos a dois pontos do líder e a depender só de nós...-, sem saber se vai haver jogo ou não? Como não se passasse nada? Teoricamente sim, mas na prática será que se consegue? Será que na mente dos profissionais azuis e brancos esta questão não influi? Espero que não e possamos dar sequência ao ciclo de vitórias que temos conseguido. Para isso é fundamental respeitar o adversário, que apesar de estar fragilizado, tem valor, brio e sabe jogar. Depois, temos de jogar nos limites, com o espírito da Champions e não com o da Taça de Portugal...se o conseguirmos a vitória será nossa e ficará a faltar um triunfo para um Natal em beleza.

O árbitro é Paulo Baptista, auxiliado por Luís Tavares e por José Braga.

Convocados do F.C.Porto:
Benítez, Bruno Alves, Candeias, Farías, Fernando, Fucile, Guarin, Helton, Hulk, Lisandro, Lucho González, Mariano, Nuno, Pedro Emanuel, Raul Meireles, Rodríguez, Rolando, Stepanov e Tomás Costa.

Sobre se a indecisão acerca de haver ou não haver jogo, interferiu na preparação do F.C.Porto:
«Não altera nada. No E. Amadora não sei, sei que não alterou nada na estratégia do F.C. Porto ou na preparação do jogo. A exigência para o F.C. Porto é alta e os nossos objectivos são ganhar três pontos para nos aproximarmos do primeiro lugar».«Lamentamos o que está a acontecer com o Estrela, mas vamos cumprir a nossa tarefa de uma forma profissional e vamos apresentar-nos amanhã para fazer o jogo».

Analise da prestação do F.C.Porto, até agora:

«A avaliação da época é positiva, embora possamos dizer com alguma segurança que podíamos ter feito melhor. Nomeadamente no campeonato».«Não me parece que tenhamos menos talento do que na última época»
«Temos é mais jogadores novos no plantel».«A integração desses jogadores novos, no seio de uma equipa que joga sempre em patamares de exigência muito elevado, não é fácil, sobretudo para que todos eles se revelem na plenitude das suas capacidades num curto espaço de tempo. Nesse aspecto da integração estou contente, nos resultados não».

Sobre Guarín:
«Há um conjunto de jogadores que chegou há pouco tempo e que tem feito um grande esforço para se adaptar rapidamente. Sempre que cada um deles revela condições para se afirmar no F.C. Porto, acho que o devo referir publicamente. Em Cinfães, o Guarín teve sempre uma grande motivação para trabalhar. Não foi só por ter feito dois golos que o elogiei»

Sobre Benítez:
«O Benítez está a treinar bem, como sempre treinou. É um profissional sério, mas teve algumas dificuldades e nestas situações proteger o atleta é o melhor»

Sobre os alertas e chamadas de atenção publicas e privadas:
«Há jogos em que momentaneamente determinados comportamentos não funcionam como eu quero. Eu resolvo isso internamente, mas há situações que são publicamente tão claras que me parece correcto fazer uma análise clara sobre as mesmas na comunicação social.»