Tenho um amigo que me diz que com Jesualdo é assim, vai ser sempre assim e portanto não vale a pena pensar em grandes exibições, grandes recitais, grandes massacres, adversários vencidos e convencidos. Tudo bem, mas não me conformo. Hoje ainda menos!

Entramos fortes, dominadores, até arrasadores, encostamos o Sporting lá atrás, marcamos um golo e podiamos ter marcado mais dois ou três, os chorinhas estavam à rasca, nas cordas e nós, como quase sempre, neste Porto de Jesualdo, baixamos as linhas, relaxamos, começamos a perder bolas fáceis - Meireles e Mariano...minha Nossa Senhora! -, a complicar, a fazer faltas e pronto, lá se foi o domínio, lá se foi o bom futebol, lá se foi uma vitória que podia ter sido, houve condições para isso, fácil e resolvida nos primeiros 45 minutos. Se a primeira-parte foi assim, a segunda começou quase da mesma maneira. Às costas de um Super-Hulk, o F.C.Porto tomou conta do jogo e mais uma vez os pupilos do Paulo Chorão, estavam nas cordas. Penalti, expulsão justa, de Polga, tudo a nosso favor para matar o jogo. Mas esta equipa não tem Killer Instinct, parece masoquista, gosta de sofrer e fazer sofrer - os adeptos -, falhou o penalti e nunca mais se encontrou. Se é natural que esse lance tenha abalado a equipa, já não é natural a forma como o F.C.Porto jogou até final. Mesmo contra 10, o Tetracampeão nunca controlou o jogo, nunca aproveitou os espaços, nunca conseguiu ligar uma jogada...bola no pé de um jogador portista, era bola perdida para o adversário, que sem jogar muito, procurando sempre um futebol directo, foi ameaçando e mesmo sem criar oportunidades, foi mantendo a possibilidade do empate até ao fim do jogo.

Concluindo: vitória justa, mas muito sofrida, de um F.C.Porto que, está visto, não sabe controlar vantagens, não sabe ter bola, porque é uma equipa de contra-ataque. E há outra coisa que tem de mudar e rapidamente, na equipa do F.C.Porto: a forma como aborda os lances de bola parada. Cada canto, cada livre e até, pasme-se, lançamentos laterais, foram um sufoco e um perigo junto à baliza portista e só não deram golo por mero acaso, em dois ou três lances.

Helton, muito bem, a evitar por duas ou três vezes golos certos.

Fucile, excelente exibição do lateral portista, que esteve sempre em bom plano tanto a defender como a atacar.

Álvaro Pereira, exibição muito parecida com o seu colega da outra lateral.

Bruno Alves, impecável e sempre seguro, foi o Bruno dos velhos tempos. Parece que o mau tempo já lá vai.

Rolando, o elo mais fraco da defesa. Desatento, desconcentrado, marcando mal e dando espaço, o central portista, parece outro, para pior. Não será o caso de estar a precisar de uma terapia de banco?

Fernando, coisas boas com outras muito más - a forma como marcou um livre na parte final do jogo, entregando a bola ao defesa leonino, quando Fucile estava sozinho a 20 metros de distância... Tem a seu favor, o facto, de durante uma grande parte do jogo, ter jogado por ele e por Meireles.

Meireles, que tristeza! Mais uma noite desinspirada do médio portista, que parece alheado do jogo... Tem que haver mais qualquer coisa para além de uma débil condição física.

Mariano, chamem novamente o Psicólogo!...

T.Costa, só fez asneiras...

Valeri, teve mais bola e foi muito mais esclarecido que T.Costa, mas continua a entar nos piores períodos da equipa o que não o benefícia.

Falcao, muito bem e fortíssimo com a cabeça, menos bem a concretizar com os pés. Perdeu dois golos cantados, mas está nos melhores. Saiu com um grande golpe na cabeça, que espero, não seja impeditivo para quarta-feira.

Farías, naquela altura, pior período da equipa, só podia ir na onda. Não se espere que Farías coloque ordem na casa.

Hulk, para mim o melhor em campo e um quebra-cabeças permanente para a defesa leonina, principalmente no lado direito. Sofreu a falta para o 1º golo; "deu" a Falcao duas bolas de fácil concretização; sofreu o penalti e esteve nesse lance, na expulsão de Polga. Pena que a 20 minutos do fim tenha dado um grande estouro, o que é natural em quem tanto correu e tanto jogou.

Nota final: Belluschi, era titular, passou a não utilizado em dois jogos seguidos. Guarín, foi titular dois jogos seguidos passou a suplente não utilizado. Hoje, Jesualdo não tinha Varela nem C.Rodríguez, mas porque entrou T.Costa e não o colombiano, muito mais capaz de ter bola, que um T.Costa trapalhão, faltoso e pouco esclarecido?

PS- E agora vou dormir que amanhã é dia de eleições e eu como sempre, desde o 25 de Abril, vou cumprir o meu dever cívico.