segunda-feira, 5 de outubro de 2009
No final de uma semana difícil, com jogos importantes, de grande desgaste físico e psicológico, era fundamental ganhar e o F.C.Porto, mesmo alternando períodos bons, com outros menos bons, ganhou com todo o mérito e toda a justiça, fechando o primeiro ciclo - antes de mais uma longa pausa que envolve jogos das selecções e Taça de Portugal - com as possibilidades intactas, interna e externamente. Frente ao Olhanense, equipa recheada de jovens com grande futuro e desejosos de se mostrar ao clube a que estão ligados, tivemos, como tem acontecido esta época, ou até, e indo mais longe, desde que Jesualdo treina o F.C.Porto, um Porto capaz do melhor e do pior. Com uma entrada forte, dominadora e com um futebol agradável, o Tetracampeão criou muitos problemas à equipa de Jorge Costa, marcou um golo e criou mais dois lances de golo iminente - Falcao de cabeça completamente sozinho e Hulk isolado e com tempo para tudo, fizeram o mais difícil e falharam - e tinha o jogo na mão. Depois, e esse é que é o problema, mesmo com o perigo que representa uma vantagem de apenas um golo, o F.C.Porto fez o que faz muitas vezes: baixou o ritmo, a intensidade, os níveis de concentração, de pressão, baixou a qualidade de jogo, fez o adversário acreditar e num ou noutro lance - lembro a bola na barra, por exemplo -, podia ter sofrido um dissabor que embora não fosse justo, esteve quase a acontecer.
Estava o jogo assim, quando, e já em cima do intervalo, Bruno Alves aumentou a contagem numa fase em que o F.C.Porto não justificava o 2-0. Se com a diferença mínima foi o que foi, com a vantagem mais alargada as coisas ainda pioraram para os portistas. O "Bicho" mexeu - entraram Guga e Nwokolo - e durante mais de 20 minutos o F.C.Porto foi dominado, apertado, limitou-se a defender e só não sofreu golos por acaso - Há coisas que sinceramente não dão para entender, embora e repito, isto não venha de agora. Como é possível uma equipa como a do F.C.Porto, que esta a ganhar por 2-0, é mais experiente, mais forte e está habituada a enfrentar adversários do melhor que há na Europa, não controla tanquilamente a vantagem e se deixa dominar, correndo o risco de com um golo, ter de passar o resto do jogo com a corda na garganta? Será que os adeptos do F.C.Porto com Jesualdo, nunca assistirão a uma partida, mesmo com vantagens de 2 golos, sossegados? Adiante, perto dos 60 minutos, Jesualdo fez entrar Guarín - patinho feio nº2 - para o lugar do apagado Mariano - patinho feio nº1 - e o colombiano mais uma vez entrou bem. O F.C.Porto voltou a equilibrar, depois a dominar, acabou claramente por cima e até podia ter chegado mais cedo ao 3-0, não fosse o post ter negado o golo a Hulk, golo que acabaria por chegar pelo inevitável Radomel Falcao a 5 minutos do fim.
Resumindo: vitória justa, mas por números que não dizem o que foi o jogo. Exibição com altos e baixos, mais baixos que altos, do F.C.Porto. Adeptos sempre a sofrerem sem necessidade, mas a acreditarem que o Penta vai ser uma realidade. Vale que esta paragem dá para recuperar os corações mais frágeis.
Nota final: mais uma vez o F.C.Porto teve um forte apoio no Algarve. Só por má fé, por ignorância ou por doença sem cura, algum obtuso - gosto da palavra - poderá dizer que o F.C.Porto não é um clube nacional.
Nota final: mais uma vez o F.C.Porto teve um forte apoio no Algarve. Só por má fé, por ignorância ou por doença sem cura, algum obtuso - gosto da palavra - poderá dizer que o F.C.Porto não é um clube nacional.
Os jogadores um a um:
Helton: desta vez levou a viola e não o cavaquinho. Talvez por isso os níveis de concentração estiveram abaixo dos últimos jogos e podia ter sofrido um golo por estar adiantado - valeu Álvaro Pereira. Nem sempre saiu dos postes como devia, o que faz com que os lances de bola parada sejam encarados sempre com preocupação dentro e fora do campo.
Fucile: fez uma boa primeira-parte, mas depois na segunda e com a entrada de Nwokolo, passou a ter dificuldades, também, porque na quarta-feira fez um jogo notável e a frescura já não era muita.
Rolando: não está o mesmo da temporada anterior e tem hesitações que não tinha. Esteve melhor na etapa complementar.
Bruno Alves: ao contrário do seu parceiro do centro da defesa, fez uma boa primeira-parte - até marcou um golo. Mas na segunda teve abordagens em alguns lances que podiam ter tido consequências para a baliza do F.C.Porto.
A.Pereira: alternou o bom, com o menos bom - nunca esteve mal. Se deu profundidade, a bola sempre redonda e até salvou um golo certo, também deu muito espaço, tardou a recuperar e fez faltas desnecessárias.
Fernando: mais uma entrada que não deve fazer e que já pagou caro na Champions. No resto esteve bem, distribuindo bem e sendo uma garantia de qualidade no lugar de trinco.
Raúl Meireles: embora possa render mais, já está melhor fisicamente e já aparece mais no jogo. Chuta bem, mas tira pouco partido disso: aquele lance que a bola sobra para ele à entrada da área e na zona frontal, tem de ser golo.
Belluschi: duas assistências para golo, em dois cruzamentos milimétricos e mais uma assistência que Hulk desperdiçou ingloriamente, bastariam para caracterizar a sua exibição, mas o argentino foi muito mais que isso e fez um excelente jogo durante toda a partida. É curioso, mas quando não jogou perdemos. Se frente ao Chelsea até se pode, com muito custo, aceitar, já frente ao Braga não se compreende que não tenha jogado. Pena Jesualdo, que explica tantas coisas, não explique o porquê de deixar de fora um jogador com as qualidades de Belluschi. O argentino é daqueles que tem de jogar sempre!
Guarín: mais uma vez entrou bem, ajudou a estabilizar o meio-campo e a colocar fim ao atrevimento algarvio. Está confiante e vai passar, não tarda muito, de patinho feio a patinho lindo.
T.Costa: jogou pouco tempo e foi a principal vítima de uma arbitragem, que no campo disciplinar é um desastre!
Valeri: não deu para mais que uma passagem para um bom remate de Hulk ao post...
Mariano: mais uma vez passou ao lado do jogo e teve tempo a mais em campo.
Falcao: dois golos de um avançado letal na área. Pena que muitas vezes se perca em fintas e fintinhas no meio-campo, pois se jogasse fácil, de primeira e fosse logo para onde é mortífero, quem sabe não marcaria mais golos?
Hulk: tem tudo que é preciso num grande jogador...é uma pena que a qualidade do seu jogo não tenha correspondência em golos marcados!...
No Olhanense e dos jovens que são do F.C.Porto, gostei muito de Rabiola. Se jogar sempre com aquela vontade, determinação e qualidade, temos gente!
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