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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010


Este post não era para falar do que foi o jogo de ontem, mas ouvi e li tanta coisa que não posso deixar de acrescentar mais uns pontinhos ao que já disse no post anterior.

É claro, nítido e assumido que a segunda-parte do F.C.Porto foi má, muito má mesmo. Não falhou o Walter, que tem 6 golos marcados, o que atendendo ao tempo de jogo, é uma excelente média; não falhou este ou aquele defesa, este ou aquele médio; falhou a equipa, o conjunto desuniu-se, desorganizou-se, perturbou-se, tremeu, mas e ainda bem, não caiu. Só que o jogo não teve apenas segunda-parte, teve primeira e aí o Dragão dominou, mandou, criou, controlou e desperdiçou, uma, duas, três oportunidades claras de ir para o intervalo com o jogo resolvido. Esquecer isto e focalizar o jogo da Mata Real apenas no que aconteceu na segunda metade da partida, falando nas oportunidades de equipa de Rui Vitória e omitindo as do F.C.Porto, não é sério e tem de ser denunciado. Falar de um penalty que não devia ter sido marcado - dou de barato, mesmo e repito, que não tenha visto nenhuma imagem que prove que a bola bateu no pé e não na mão - e dar destaque a isso, ignorando outro, mais cedo e que podia acabar com o jogo, também não é sério e merece ser denunciado.

Resumindo: a segunda-parte foi péssima, a primeira foi boa e até aos vinte minutos, muito boa. O resultado é excessivo, mas a vitória não devia merecer contestação. Dizer mais do que isto, é faltar à verdade, é sectarismo e pior, anti-portismo. Agora é descansar, limpar a cabeça, recuperar bem os lesionados e no próximo ano voltar a entrar forte e atingir objectivos... tendo sempre presente que o principal, é o título de campeão português. 

Teoricamente, os profissionais e no caso os do F.C.Porto, clube de primeiríssimo plano, com condições excepcionais e que compete ao mais alto nível, têm de estar sempre motivados, prontos a dar o máximo, seja frente ao Benfica, Real Madrid ou Limianos, por exemplo. Teoricamente devia ser assim, mas na prática, como sabemos, não é assim. Não é assim agora, como não era assim no passado, mesmo no tempo de Mourinho - passado mais recente -, em que na época de 2003/2004, houve um claro deficit de qualidade entre os jogos da Champions e os jogos da Liga caseira.

Esta época há algo de semelhante no comportamento da equipa portista. Vejamos: até ao jogo frente aos vermelhos da Luz que, é preciso notá-lo e relembrá-lo, foram goleados por CINCO A ZERO, o F.C.Porto esteve quase sempre bem e às vezes muito bem. Depois, com uma vantagem tranquila, que chegou a ser de 10 pontos e agora está em 8, houve um claro abrandamento, em alguns casos, um certo deslumbramento, descompressão, a atitude e a qualidade baixaram e as vitórias, embora tenham continuado a aparecerem, perderam brilho.

Dito isto, o que deve fazer um treinador para manter as tropas em alerta, motivadas e prontas a responder sempre, por mais ou menos badalados que sejam os adversários? Para mim, além das palestras sobre tácticas, as virtudes e fraquezas dos rivais, a atenção devida a este ou aquele jogador, etc., um treinador deve aproveitar tudo, mesmo aquilo que parece insignificante, para motivar e mobilizar a sua equipa. É isso que tem feito e para mim, bem, o técnico portista. Dois exemplos: após a exibição fraquinha frente ao Vitória de Setúbal, que mereceu apupos da plateia do Dragão e quando se avizinhava o jogo frente a um Juventude, pouco apelativo, Villas-Boas apareceu na sala de imprensa e falou dos assobios, dizendo que não eram de agora, mas de sempre, algo que faz parte de uma cultura, que até pode estar errada, mas vai continuar e é preciso saber viver com ela. Deixou uma mensagem clara aos jogadores: «ou vocês encaram o jogo com a atitude correcta, com respeito pelo adversário e pelo público, ou voltam a ser apupados, contestados e a melhor forma de evitar que isso aconteça, é fazerem pela vida.» Sem ser brilhante, a equipa portista fez um jogo agradável, sério e tudo correu bem. O outro exemplo foi há poucos dias atrás, na antevisão do jogo frente ao Paços, quando o técnico portista utilizou as palavras do presidente do clube da Capital do Móvel para passar a mensagem pretendida, mantendo os jogadores alerta, concentrados no último jogo antes da pausa natalícia, altura em que há a tendência para pensar noutras coisas, como por exemplo, nas férias que estão à porta. E se mesmo assim foi complicado...
Recordo, que por esta altura de 2007, com Jesualdo, também iamos com boa vantagem, fomos jogar à Madeira, frente ao Nacional e perdemos...

Não perceber isto, críticar o discurso e a abordagem ao jogo do treinador do F.C.Porto, é não perceber nada de comunicação, de factores motivacionais, de liderança. É ver a árvore e não ver a floresta. 

PS - Estás feito, Bernabé, a propaganda urbana já está a tratar da tua imagem. Parece que batias em toda a gente, desde pessoas próximas do presidente - Valha-nos Deus, esta só cabe na cabeça do recadeiro! -, até elementos do departamento de Marketing. Não resistas, trata da tua vida por outro lado, caso contrário ainda te vão acusar dos piores crimes...

Mais um e-mail do J.M.Conceição. Este tipo é terrível, não deixa passar nada e não me dá descanso.
« Ó Vila, o que comem os jogadores do Benfica? Há semanas atrás foi o Aimar a sentir-se indisposto, a vomitar e a ter de ficar de fora. No sábado foi o Carlos Martins a sentir fortes dores de barriga e a pedir a Jesus para não jogar. Será da picanha?»


Como gosto de satisfazer os pedidos dos meus amigos, desde que não abusem, claro, fica a imagem do roubo de catedral, obra de SLCB - Senhor Lucílio Calabote Baptista, felizmente já reformado - e seu auxiliar, Venâncio Tomé, com que, faz hoje um ano, o F.C.Porto foi derrotado na Luz.

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