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quinta-feira, 7 de abril de 2011


No primeiro jogo em casa após se ter sagrado vencedor do campeonato, Liga Zon Sagres e perante 38. 219 espectadores, em clima de festa, o F.C.Porto venceu categoricamente a excelente equipa do Spartak e por números que lhe dão grandes esperanças de seguir para as meias-finais da Liga Europa.
Mas até não entramos bem, pelo contrário, entramos preguiçosos, desconcentrados, abúlicos, ainda a festejar o título - o que é compreensível, ainda está bem fresca na memória a fantástica noite de domingo e as fortes emoções não se apagam com uma borracha, nem por mais avisos que se façam.
Com isso deixamos o Spartak ser perigoso e tivemos alguma sorte em não sofrer um golo, em duas boas oportunidades criadas e desperdiçadas por Welliton. Numa o brasileiro atirou para fora e noutra Helton, com uma excelente defesa  evitou o golo moscovita. Aos poucos fomos despertando, reagindo, marcando melhor, começando a equilibrar e se não tinhamos feito muito para chegar à vantagem, também é verdade que acabamos a primeira-parte fortes, a encostar os russos e a mostrar o fogo do Dragão. Era o prenúncio do que estava para vir.
E o que veio, meus caros, foi um Porto de qualidade superior, um Porto intenso, fortíssimo, que faz acreditar e sonhar com tudo. Dominador, pressionante, jogando bem, naquele futebol de toque que nos encanta e atacando com contundência, o conjunto de Villas-Boas mostrou ao que vinha. Depois de Hulk ter deixado o aviso, aos 60 minutos, num livre superiormente marcado, que só a barra evitou e da recarga que Fernando desperdiçou, ao atirar para as núvens, o novo Campeão Nacional chegou ao dois a zero por Varela, passados 5 minutos, ao três zero passados 10, por Maicon. Pena que uma distracção, passados apenas 2 minutos após o golo do central e talvez motivada pela euforia da vantagem dilatada, tenha permitido aos russos diminuir, nessa altura, claramente contra a corrente de jogo.
Não acusamos o toque, voltamos a ir para a frente e ampliamos a vantagem, até aos cinco a um, curiosamente, já sem Hulk em campo e novamente por Falcao, que assim fez mais um hack trick na Liga Europa. O jogo acabou com a sensação que se durasse mais uns minutos podiamos conseguir um resultado histórico. Mas assim está muito bom, melhor era pedir de mais e se temos de manter a vontade, a determinação, o espírito correcto, que ainda há segundo jogo e cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a niguém, também é bem verdade que quem joga assim tem toda a legitimidade para cantar a música que os Super consagraram:
«Venceremos venceremos, venceremos outra vez, o Porto vai ganhar a Taça, como em 2003...»

É óbvio que quem marca três golos, tem de ser a figura do jogo, mas não muito, a equipa sim, é que merece o grande destaque. Este Porto tem muitos e bons jogadores, mas é cada vez mais uma grande equipa.
Notas finais: muitos amigos a confratenizarem antes do jogo, felizes e orgulhosos. Conheci pessoalmente o Pedro Marques Lopes e foi um prazer.
Se pensarmos que aos jogadores utilizados e aos que ficaram a ver jogar, no banco, Beto, Walter Souza e Otamendi, ainda podemos juntar R.Micael, Mariano, Sapunaru, Sereno e Kieszek, sem esquecer o infeliz Rafa, não será excessivo concluir que temos um excelente plantel, um plantel gerido superiormente pelo treinador e equipa técnica, que e mais uma vez, fizeram a diferença ao intervalo.

Palavras de André Villas-Boas no final do jogo:
«Conquistámos um troféu e ainda queremos mais dois

«O resultado é óptimo, mas o Spartak é uma equipa extremamente competente e nós temos o máximo de respeito pelo que acontece de imprevisível no futebol. Vamos com calma, passo a passo, e logo veremos o que acontece no jogo da segunda mão.»

«Reconheço que, nos primeiros 15 ou 20 minutos, houve um certo ascendente do Spartak, mas o golo deu-nos um pouco mais de ânimo. Depois das correcções ao intervalo, passamos a definir melhor os lances e conseguimos um resultado confortável para a segunda mão.»

«Além de todas as equipas portuguesas estarem a um pequeno passo das meias-finais, é certo que vamos recolher os frutos disso mais tarde, com o reflexo pontual no coeficiente da UEFA.»

«Em função dos resultados expressivos conseguidos, há boas perspectivas de passagem às meias-finais para o Benfica, o Villarreal e o FC Porto, mas aproveito para lembrar as dificuldades sentidas pelo Twente, nos oitavos-de-final, frente ao Zenit, depois de uma vitória ampla na primeira mão.»




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