sexta-feira, 16 de março de 2012
Depois de recuperar 5 pontos de atraso, ganhar na Luz e passar a ter 3 de avanço; do tropeção que não estava no programa, frente à Académica e que reduziu a vantagem pontual para a diferença mínima; pedia-se à equipa do F.C.Porto atitude, carácter, que recuperasse a embalagem, desse uma imagem diferente, um sinal que quer, muito, revalidar o título.
O jogo não era fácil, na Choupana nunca é fácil, a pressão aumentou, faltavam dois jogadores nucleares, Hulk e Fernando, substituídos por C.Rodríguez e Defour, respectivamente, a que lhe juntou outra alteração, esta por opção técnica, entrada de Otamendi e passagem de Maicon para o lugar que foi frente à Briosa, de Sapunaru, mas era fundamental conquistar os 3 pontos e manter a liderança no campeonato. Conseguimo-lo, sem grande brilhantismo, sofrendo, muito, mas e nesta altura, quando a equipa joga sem tranquilidade, sobre brasas, o fundamental é ir ganhando e depois do que aconteceu no sábado passado, nem se fala.
Entrando mal, desorganizado, errando muitos passes e dando muito espaço entre sectores, com apenas dois homens meio-campo, Moutinho e Defour - Lucho estava no vértice superior do triângulo -, menos presente que o normalmente titular, Fernando, o F.C.Porto deu a possibilidade a um Nacional atrevido e rápido na frente, de ser perigoso e valeu Helton, em duas ou três circunstâncias, em particular aos 3 minutos com uma grande defesa, para que o Campeão não entrasse a perder.
A juntar ao referido, o lado esquerdo da defesa, muito permissivo, com Alvaro várias vezes apanhado em contra-pé, sem a devida compensação, também contribuiu para as dificuldades que o Dragão teve para se impor durante uma boa parte dos primeiros 45 minutos. Mas aos poucos, sensivelmente a partir dos 20 minutos, muito por culpa de um Moutinho a pegar na batuta e Lucho a descer para junto dois outros dois colegas de sector, o F.C.Porto começou a melhorar, a ter e a circular mais e melhor a bola, a ocupar melhor os espaços, a ser mais perigoso, marcou por Janko, num golo estranho e podia, pelo menos em duas ocasiões - Rolando completamente sozinho e de frente para a baliza, falhou incrivelmente. E Cebola, embora um pouco descaído sobre a esquerda, também falhou outro golo cantado -, ter aumentado a vantagem que seria importante para dar ao conjunto de Vítor Pereira a tranquilidade que tanto precisa. Não conseguiu e foi pena como se viu na segunda-parte...
No reinício, até deu ideia que o F.C.Porto vinha disposto a acabar com o jogo, mas foi sol de pouca dura. Rapidamente perdemos frescura, o controlo, não conseguimos sair, manter a organização da parte final da primeira-etapa, deixamos o Nacional acreditar, sofremos muito e valeu Helton, por várias vezes, a negar o golo a Mateus, para que os 3 pontos viajassem para a Invicta. Tivemos, é verdade, estrelinha, mas numa partida muito disputada, frente a uma boa equipa, também tivemos atitude, carácter, espírito de grupo. Repito, para a má segunda-parte portista muito contribuiu o facto de não termos marcado o segundo golo, no melhor período, golo que a ter acontecido, daria outra confiança, outra tranquilidade e como a confiança e a tranquilidade são tão necessários a este F.C.Porto!
Notas finais:
Depois daquela atitude no jogo frente à Académica, confesso, foi muito estranho, para não dizer outra coisa, ver Rolando com a braçadeira de capitão...
Nada a dizer da arbitragem de Carlos Xistra.
Helton foi o melhor do F.C.Porto.
De saudar o golo de Alex Sandro, uma boa alternativa para o lado esquerdo.