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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013


Foi mau, como disse no post anterior, um valente murro no estômago. No entanto, há males que vêm por bem, mas só se formos capazes de tirar as devidas ilações do que aconteceu. Quando há dias atrás coloquei água na fervura, foi porque tenho consciência que no futebol tudo muda muito rapidamente e é preciso estar sempre em estado de alerta. Não estávamos no 8 antes dos jogos frente ao Gil e Guimarães; não passámos a estar no 80 após brilhantes exibições e resultados frente a barcelenses e vitorianos; nem voltámos agora novamente ao 8. Temos de ser equilibrados na análise, não embandeirar em arco, passar de excesso de euforia, à desilusão e desânimo, como quem esfrega um olho. Dito isto e tentando descaroçar o que esteve mal na exibição e resultado do F.C.Porto, não acho que tenha sido apenas falta de eficácia, nem a falta de sorte que já nos acompanhou noutros jogos. Vejamos: é óbvio e concordo com a teoria de alguns que dizem: bastava o penálti que Jackson falhou, ter entrado, para a conversa ser outra. É verdade, mas não para mim, procuro que as minhas análises vão muito para além da diferença que faz a bola que entra ou não entra na baliza. 
E como exemplo que merece ser analisado e que diz muito, quase tudo do que foi a abordagem ao jogo, aponto o golo que sofremos, paradigmático do que aconteceu na noite de ontem: individualismo excessivo de Alex Sandro, falta de organização, desconcentração e tardia reacção, para parar o contra-ataque. Não é normal. Depois, é verdade e também é justo referi-lo, fizemos tudo para ganhar e merecíamos ganhar. Mas não seria com a naturalidade das coisas simples, não fruto da nossa melhor qualidade colectiva e individual, de um jogo bem conseguido, seria mais na amarra, mais coração que cabeça. Faltou eficácia, mas para além disso e da falta de flanqueadores que são muito importantes no 4x3x3 portista - mais notórios mais nestes jogos, onde as equipas já vêm fechadas e ainda se fecham mais em vantagem. Uma coisa é ter Izmaylov ou Defour que interiorizam, outra será ter Atsu ou James. Já nem falo na desinspiração de Varela e da inspiração dos laterais - faltou humildade, a atitude e postura correcta. Somos uma equipa de gente jovem, que para mim, se entusiasmou e deixou deslumbrar. Com isso perdeu rigor, colectivismo, a sua maior força, potenciou as dificuldades, ficou ansiosa, pouco esclarecida, mais próxima de ter um dissabor. Foi o que aconteceu.
Que todos tenham aprendido a lição e não cometam os mesmos erros no futuro, é o que se deseja. Caso contrário, o principal objectivo da época, o título, fica muito mais difícil.

Nota final:
Sem grandes alternativas, Vítor Pereira recorreu a Tozé e Sebá, ambos da equipa B. Não resultou, mas não for por aí que não ganhamos. As substituições são como os melões... Mas haja calma com estes jovens, tenhamos paciência com eles, não assobiemos, mesmo que tenhamos ficados irritados - eu fiquei muito! - com os abusos de Tozé nos remates de longe, quando se pedia outra solução. Não devemos criticar porque não lançamos ninguém e depois quando lançamos, criticar também, principalmente quando olhavamos para o banco e não víamos soluções, claramente, melhores. Há momentos em que se ganham ou perdem jogadores. Ontem não ganhamos, mas também não acredito que tenhamos perdido. Refiro-me a Tozé, a quem reconheço muito talento e potencial.

Elogio a Bracali.
É verdade que é um absurdo estar a elogiar um profissional que apenas fez bem o seu trabalho, mas num futebol onde tudo que diz respeito ao F.C.Porto merece desconfianças, as piores teorias da conspiração - em contraponto com o silêncio para algumas poucas vergonhas que se passam noutras latitudes -, ver um guarda-redes que é do F.C.Porto e está emprestado ao Olhanense, fazer uma grande exibição, ser decisivo no ponto conquistado pela sua equipa... apesar dos 2 pontos perdidos, dá-nos um certo conforto. E fica para memória futura.

PS 1 - Pedro Proença parece-me, errou na expulsão de Matic. Mas, se errou, um, foi enganado pelo teatro de Candeias; dois, foi aos 90+5, o jogo estava a acabar. Ver e ouvir a propaganda vermelha culpar o árbitro pela perda de 2 pontos, fazendo um grande alarido, ir ouvir todo o cão e gato, é apenas desviar as atenções, semear, para colher mais tarde. Sobre o pedido de despenalização e o sumaríssimo a Candeias,  acho piada.

PS 2 - Um porco delgado, deve ser falta de bolota, estava com uma crise de azia profunda, depois do empate do Benfica. Mas o empate do F.C.Porto funcionou como a melhor das terapias, o porco arrebitou e até fez gracinhas. Requentadas, sempre no mesmo sentido, mas gracinhas, até com a ética, coisa que na boca do porco devia queimar. Coitado, são dezenas de anos a vê-los passar. O futuro, tal como aconteceu no passado mais e menos recente, dará resposta ao porco delgado. Será falta de bolota?

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