Que Kelvin tinha talento, potencial e aquela irreverência do puto reguila, própria daqueles que cresceram a jogar à bola na rua, entrava pelos olhos dentro e só não via quem é cego ou percebe pouco de futebol. A questão era saber se todas essas capacidades apareceriam de forma consistente ou apenas em um ou outro fogacho. Depois de um ano emprestado ao Rio Ave e onde não foi destaque, Kelvin regressou, foi tendo algumas oportunidades, umas desperdiçadas, mas outras aproveitadas e de que maneira! Refiro-me, como é óbvio, ao jogo frente ao Braga em que marcou dois golos e manteve o F.C.Porto na corrida pelo título; e em particular, ao jogo frente ao Benfica, quando ao minuto 90+2 incendiou o Dragão, colocou o F.C.Porto a um passo do Tri e levou à loucura os portistas. Com isso Kelvin ganhou uma grande popularidade, virou herói, está na moda. Mas, curiosamente, toda essa euforia não o tem perturbado e o jovem natural de Curitiba tem aparecido sereno, tranquilo, confiante, maduro e a jogar muito! Diz o jornal O Jogo que Kelvin fica no plantel. Não me admira que seja verdade e não tenho dúvidas: se toda a qualidade que tem, mais a irreverência e imprevisibilidade que só alguns dotados conseguem mostrar, juntar maior regularidade, disciplina táctica, espírito de sacrifício, pensar como parece estar a ser o caso, mais no nós de que no eu, ai então, não vou ao ponto de lhe chamar, como um amigo meu, Neymarzinho, mas será alguém muito importante no plantel que vai atacar a temporada 2013/2014.
Que este Kelvin de crista bem levantada, continue por este caminho, é um desejo que deixo, a um jogador de quem gosto muito.