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segunda-feira, 26 de agosto de 2013


Bater num treinador na hora da derrota é fácil, questionar algumas decisões após uma vitória e uma exibição que teve períodos brilhantes, é mais difícil. Mas como não gosto de coisas fáceis, procuro ser objectivo e construtivo, aqui vai.
Gerir um grupo de trabalho com vinte  e tal jogadores, todos com valor e vontade de jogar, não é fácil. Um treinador tem de ter bom senso, sensatez, ser capaz de em certos momentos fazer concessões, manter equilíbrios, sem que a sua autoridade e poder sejam colocados em causa. Mas no jogo de ontem e sendo para mim claro que o menor brilho da equipa portista na segunda-parte e em particular depois do 3-0, apesar do natural abrandamento e descompressão, deveu-se ao facto de Lucho e Defour terem perdido frescura - é natural, a primeira-parte foi muito intensa e disputada a ritmo alto -, errado muitos passes e raramente encontrarem as melhores opções no último terço do campo e zona de finalização. No entanto, quem primeiro saiu foi aquele que melhor estava a jogar, Josué. Porquê? Porque tinha cartão amarelo e não havia necessidade de correr riscos? Porque é difícil tirar o capitão, mesmo com o jogo dominado e controlado, o resultado em 3-0, portanto, o momento ideal para a entrada de Quintero para o meio, mantendo-se Josué sobre a direita? Espero sinceramente, até para bem de Lucho, que não haja receio de o tirar da equipa. Ontem e como se notou na parte final do jogo, El Comandante estava em dificuldades, acabou o jogo agarrado à coxa e em risco de romper. Seria mau se isso acontecesse. Lucho ainda é muito importante na equipa do F.C.Porto e a pior coisa que se pode fazer, é mantê-lo sempre, mesmo quando entra pelos olhos dentro que devia sair. Aconteceu em Setúbal e ontem.
Não nego e por isso voltei à carga, que esta história da utilização de Lucho me preocupa, é até, a única preocupação no momento.

Quando Iturbe, já na parte final do jogo e numa jogada que poderia ser perigosa, centrou para as mãos do guarda-redes, alguém atrás de mim exclamou: "Não percebo tanto falatório por causa do Iturbe..." Sinceramente, eu também não!

Vou repetir-me, mas tenho de voltar a falar do assunto. Fazer comparações entre o Marítimo que jogou e ganhou ao Benfica e o de ontem no Dragão, não é correcto. A exibição do F.C.Porto, em particular na primeira-parte, onde atingiu grande brilhantismo, não teve nada a ver com a do Benfica nos Barreiros. Colocar a ênfase na má prestação da equipa insular, em detrimento do grande jogo do F.C.Porto, irrita-me solenemente, é prejudicial, ajuda a criar estados de espírito que não têm correspondência com a realidade.

Partindo do princípio que os jogadores não são estáticos e se tivessem que definir o sistema em que evoluiu o F.C.Porto ontem, na primeira-parte, período em que foi brilhante, o que diriam? Para mim e podem bater à vontade, 4x2x2x2. Os quatro defesas, Fernando e Defour, Lucho e Josué, Licá e Jackson. Foi assim, com o envolvimento dos laterais que faziam os dois corredores e beneficiavam da interiorização de Josué e Licá, que o F.C.Porto destroçou o Marítimo e atingiu um fulgor que merecia mais golos. Quem estivesse a ver de cima, não tenho dúvidas, via a equipa com esta disposição. Aliás e ainda a propósito, as análises que tenho feito, giram muito à volta do 4x3x3; 4x2x1x3; 4x2x3x1 e a partir daqui, se precisamos ou não, de mais uma ala. Mas se olharmos bem para o plantel do F.C.Porto, porque não um 4x4x2 losango, na mesma linha do comentário do Xuenenev há dias atrás? Sem abandonar qualquer dos sistemas referidos, não teremos nós um plantel mais formatado para o 4X4X2 losango? Dois laterais que sabem atacar e dão profundidade; um trinco que sozinho dá conta do serviço, Fernando; Josué que pode jogar num ou outro vértice, idem para Lucho e Defour, sendo que o belga também pode ser 6; dois jogadores que são 10 por excelência, Quintero e Carlos Eduardo; dois ponta-de-lança e meio, Jackson, Ghilas e Licá; sem esquecer Izmaylov, Tiago Rodrigues, Ricardo, Kelvin e Iturbe. Porque não? Temos um plantel que permite muitas variantes, com jogadores versáteis, capazes de fazer, bem, várias posições. Se não houver nenhum rombo no porta-aviões e houver possibilidades de ainda acrescentar qualidade... estamos aí!

Ao contrário de muitos portistas, compreendo a reacção eufórica dos técnicos, dirigentes, jogadores e adeptos do Benfica após terem conseguido a vitória já nos descontos. A razão está na diferença entre dizer adeus ou continuar na luta pelo título à segunda-jornada.


Nuno Matos, meu histérico, tem vergonha na cara, deixa a rádio pública e vai trabalhar para a Benfica Tv.

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