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terça-feira, 22 de outubro de 2013


Depois do haraquiri de Herrera que deixou o F.C.Porto com menos um desde o minuto 6 da primeira-parte, se o jogo já não era fácil, mais difícil ficou. Jogar com menos um jogador frente a uma grande equipa, com jogadores de grande qualidade e um Hulk em grande forma, era uma tarefa muito complicada, muito exigente, super-desgastante e que obrigava a que no bem tratado relvado do Dragão estivesse um grande Porto. E esse Porto esteve lá. Mesmo tendo perdido o jogo e ficando numa situação muito difícil para seguir para os oitavos-de-final, não tenho nada a recriminar ao conjunto azul e branco. Apoiados por um público excelente, que nunca se cansou de apoiar e que no fim soube reconhecer o trabalho dos pupilos de Paulo Fonseca, fomos uma equipa unida, concentrada - tirando uma ou outra excepção, Otamendi em particular -, tivemos atitude, carácter, períodos de bom futebol, em particular na primeira-parte e não merecíamos perder.
Mas se é verdade que não merecíamos perder e repito, não há nada a apontar à equipa; também porque a arbitragem com um critério que deixou muito a desejar, teve uma actuação que prejudicou o F.C.Porto; estarei a ser injusto se disser que Paulo Fonseca, na segunda-parte e partir de certa altura, foi demasiado passivo - concretamente a partir de meio da etapa complementar? Nestes jogos frente a equipas de valor semelhante à nossa, jogar tanto tempo com menos um nota-se muito, obriga a que cada um dos outros tenha de dar mais um bocadinho, o desgaste é maior e faz-se sentir mais nuns do que noutros. Por isso, com o Zenit a crescer e ter mais bola, circulando-a a toda alargura do campo e assim, obrigando os jogadores portistas a correrem mais, o meio- campo começou a vacilar, a perder organização, houve uma clara quebra física em Josué, em Lucho - quando o capitão baixa as meias, só quem está distraído não percebe o significado -, apenas esse "Monstro" chamado Fernando foi capaz de manter o nível. Com o nº8 a não conseguir segurar uma bola, sair a jogar, idem para Lucho - não tanto nas saídas, mais na marcação e recuperação -, com a agravante de El Comandante, por falta de pernas, ter originado dois ou três livres em zonas perigosas e com Hulk a marcar os livres, ainda pior, Paulo Fonseca hesitou demasiado. O técnico portista que tinha tirado e bem, um Licá ainda a ter dificuldade em soltar-se nestes jogos e metido Varela; ainda tarde, mas a tempo, metido Defour, para o lugar de Josué, demorou de mais a tirar Lucho, só o tirou e meteu Ghilas, quando o F.C.Porto já perdia.
A equipa, numa atitude louvável e grande demonstração de raça e crença, ainda reagiu, podia e merecia ter empatado nos últimos minutos, altura em que teve duas boas oportunidades, mas não conseguiu fazer justiça. Provavelmente estou a ser injusto, teríamos perdido na mesma com a saída de Lucho mais cedo, mas tenho a meu favor o facto de no estádio e quando faltavam vinte minutos, ter dito que era a hora do capitão dar a vaga. Lucho estava completamente exausto. Não foi assim e agora não adianta chorar, olhemos para a frente. Quando a equipa dá tudo, deixa tudo em campo, só nos resta aplaudir, deitar a tristeza para trás das costas e seguir em frente.

Notas finais:
Quando se perde assim, custa, mas não deixa mossa. Na Champions a situação está complicada, mas se em S.Petersburgo tivermos esta atitude, este carácter e esta qualidade, podemos fazer lá o que os russos fizeram cá. Já não seria a primeira vez que isso acontecia com equipas russas e dos seus vizinhos ucranianos - já fomos arrancar vitórias em circunstâncias terríveis, na neve de Moscovo e Kiev
Nas provas internas, atrevo-me a dizer, um Porto como o de hoje, é o grande favorito para ganhar o campeonato. É essa a lição que devemos retirar desta derrota amarga.
Grande força colectiva, grande solidariedade, um por todos e todos por um, hoje fomos Porto. Muita gente em grande nível, mas Helton, Mangala e Fernando e Jackson um bocadinho mais acima. Pela negativa, Herrera. Um jogador que já tem amarelo não vai para a barreira, muito menos sai da barreira antes da bola partir.

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