sábado, 22 de agosto de 2015
Com um histórico nada famoso nas últimas visitas à Madeira e numa época em que no mínimo tem de a visitar três vezes, esperava-se F.C.Porto forte, determinado e desde o início a mostrar que ia disposto a alterar o rumo dos acontecimentos, acabar com a série de resultados negativos que registou na temporada passada. Mas se a haver um vencedor teria de ser o F.C.Porto e a primeira-parte até prometeu, no entanto e na segunda-parte, nunca foi um Porto contundente, capaz de encostar o Marítimo às cordas, ir com tudo à procura da vitória. Tirando uma oportunidade clara que Aboubakar - como é possível falhar um golo daqueles? - desperdiçou aos 77 minutos e no quarto minuto do tempo de descontos da etapa complementar, uma cabeçada de Maxi - se todos tivessem a mesma raça...- à barra e só por acaso não entrou, pouco mais perigo conseguiram os pupilos de Lopetegui. E dois pontos logo à segunda-jornada.
Entrando de início com Casillas, Maxi, Maicon, Marcano e Cissokho, Danilo, Herrera e Imbula, Varela, Aboubakar e Brahimi, isto é, saíram Alex por razões conhecidas e Tello, numa opção natural, deu o lugar ao internacional argelino, o F.C.Porto logo aos 5 minutos, ainda o jogo não tinha dito nada, viu o Marítimo adiantar-se no marcador. Cruzamento da esquerda, a bola a sobrevoar a defesa portista, Cissokho mal colocado e nas suas costas, Edgar Costa de cabeça fez o golo. No primeiro ataque dos insulares, golo e num erro da defesa portista. Atendendo ao passado recente, pior não podia ter acontecido à equipa portista. O conjunto de Lopetegui reagiu bem, pressionou, foi para cima dos verde rubros, atacou pelas laterais, começou a criar lances de perigo, teve um excelente período, podia ter empatado mais cedo, mas viria a colocar justiça no resultado ao minuto 33, por Herrera. Daí até ao intervalo, sem serem tão pressionantes, nem tão perigosos, os de azul e branco mantiveram o domínio, mas perderam algum gás, nunca mais conseguiram colocar a baliza de Salin em perigo.
Tudo somado, 45 minutos interessantes, bem disputados, Porto melhor, excelente réplica dos madeirenses, resultado que se aceitava.
Para a segunda-parte Lopetegui não mexeu e nos primeiros minutos o F.C.Porto mexeu-se pouco, permitiu ao Marítimo entrar bem, equilibrar, deixar a sensação que as coisas não iam ser fáceis. O técnico dos Dragões não estava a gostar, tirou bem Varela e Herrera, meteu Tello e André André, mas as melhorias não foram muitas. Os portistas tiveram mais bola, mas não tiveram argumentos para desmontar a organização dos verde rubros. Faltou explosão, clarividência, circular com rapidez e qualidade, capacidade física para pressionar e obrigar a errar. Osvaldo ainda entrou para o lutar de Aboubakar, mas o italo/argentino ainda está muito perro, não fez nada, pior, fez faltas que prejudicaram a equipa. E sendo assim, se o F.C.Porto nos lances já referidos, podia ter chegado à vitória, o Marítimo pelo que trabalhou e lutou, nunca deixando de tentar atacar, justificou o ponto conquistado.
Continua o complexo da Ilha e a exibição mostrou que ainda há muito trabalho para que esta equipa possa render o que está ao seu alcance. Se atrás, mesmo que Cissokho tenha comprometido, não penso que tenhamos problemas, é preciso afinar o meio-campo e o ataque. É preciso alguém que nestes jogos rompa, provoque desequilíbrios, assista e se possível marque.