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segunda-feira, 10 de agosto de 2015


Sábado passado, no F.C.Porto - Nápoles, ao ver Maxi e Tello juntos no flanco direito, vá lá saber-se porquê, lembrei-me de uma dupla do F.C.Porto, João Pinto e Jaime Magalhães, que deu brado. Não sei se a comparação é justa, admito até quem ache uma heresia, mas vejo algumas semelhanças e é isso que tentarei explicar de seguida.
João Pinto era um lateral fantástico, defendia bem, era agressivo, difícil de ultrapassar, raramente era apanhado em contrapé. Para além disso e que deve ser a primeira grande virtude de um defesa, atacava bem, tecnicamente cumpria, não era um primor a centrar, mas também não era dos piores. Como se tudo isso fosse pouco, tinha uma alma e um espírito indomável, era um Dragão de corpo inteiro.
Jaime Magalhães, tecnicamente bem mais evoluído e tacticamente irrepreensível, era um médio-ala rápido, cruzava e assistia bem, tinha um remate forte - embora o utilizasse pouco. Aquele golo na Luz, época 1987/1988, foi quase uma excepção à regra de grandes remates de fora da área -, mas não tinha a raça e o espírito de João Pinto. E por isso, mesmo tendo feito uma excelente carreira e conquistado muitos e importantes títulos, ficou a nítida sensação que podia ter ido mais longe, ser um dos melhores do Mundo na sua posição. Mais, como não tinha a vontade e a determinação, antes quebrar que torcer, do ex-número 2, levava muitas vezes com ele. Sim, porque João Pinto não era fácil para os adversários, mas também não deixava brincar em serviço, nem adormecer ninguém, mesmo nos treinos. Adiante.
Maxi Pereira não é João Pinto, desde logo porque não é uma referência do F.C.Porto, não tem o histórico do Grande Capitão que chegou muito novo às Antas e fez mais de 400 jogos com o manto sagrado. Mas é o jogador com as características mais parecidas com João Pinto, que veste a camisola azul e branca, desde que João Pinto deixou de jogar, para mim isso é claro. Tello também não é Jaime Magalhães, outro jogador da formação do F.C.Porto e que fez uma carreira longa ao serviço do Grande Clube da Invicta, mas se Maxi já tem uma carreira consolidada, Tello está na fase do vai ou racha. E é essa a questão.
Com Maxi nas costas, um jogador que ataca e defende bem, daqueles que dá tudo e tem espírito de sacrifício, que toca, tabela ou coloca bem no espaço, que não dispensa ajuda, mas não tanto como outros laterais, Tello ou deita cá para fora o potencial que tem, deixa de ser um jogador de 8 ou 80, desconcentrado e muitas vezes triste e explode definitivamente... ou até poderá fazer uma carreira bonita, mas aquém do que seria expectável fazer.
Não sei se Maxi costuma dizer, anda, corre, mexe-te morcão do cara..., mas sei que está na hora, Cristian!

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