domingo, 9 de agosto de 2015
Agora que a pré-época terminou, acabaram os jogos particulares e estamos a uma semana do início do campeonato, algumas notas em jeito de balanço.
Regressando ao jogo de ontem e resumidamente, enquanto mantivemos a equipa que iniciou o jogo, apesar do contratempo que foi a saída de Brahimi, fomos uma equipa equilibrada, organizada, conseguimos coisas interessantes, algumas boas jogadas de envolvimento, atacamos pelas laterais, não permitimos veleidades ao adversário. Mas faltou quem desequilibrasse pelo meio, aparecer gente na frente para criar perigo, as situações de golo foram poucas para o domínio e superioridade exercida. Na segunda-parte e nos primeiros 15 minutos, mantivemos as virtudes da primeira, mas pressionamos mais alto, chegamos com mais gente à frente, foi o melhor período do F.C.Porto. Quando voltamos a mexer as coisas pioraram, a juntar a isso o Nápoles meteu qualidade, Callejón e Higuaín, perdemos coesão, demos espaço, podíamos ter sido penalizados. Ainda a acrescentar, mesmo no pior período, quando tivemos espaço, Tello e Hernâni definiram mal, nunca colocaram a bola no local certo e com isso perdeu-se uma clara oportunidade de golo e duas situações potencialmente perigosas se os cruzamentos não têm sido para o guarda-redes.
Portanto, frente a uma boa equipa, algumas virtudes e um defeito que persiste: metemos pouca gente na zona de finalização, criámos poucas ocasiões para a posse e o domínio que temos. Como no campeonato a grande maioria dos jogos vão ser frente a equipas muito fechadas e que raramente saem para jogar, urge resolver este problema. Como? Mesmo sem um médio que no último terço desequilibre, marque ou assista e dê à equipa o jogo interior que ela não tem, temos que chegar com mais gente à frente, gente que apareça nos espaços junto do ponta-de-lança ou a beneficiar das segundas bolas. Os alas tem de sair por fora, mas também têm de interiorizar, criar condições para que os laterais apareçam nas suas costas e no caso de Brahimi, é preciso que varie o seu jogo. O argelino não pode sempre ir para dentro, o lateral sobe uma, duas, três vezes e Brahimi faz sempre a mesma jogada. Para além dos adversários lhe taparem a zona central, o lateral cansa-se em vão, irrita-se, começa a ficar. Este também é um defeito que persiste.
OK, uma equipa tem de ter largura, dois alas bem abertos, dificultam a organização defensiva. Mas se os médios não aparecerem na zona onde se decidem os jogos, se os cruzamentos para a área só encontram um contra três ou quatro, então as dificuldades teóricas tornam-se em facilidades na prática para quem defende. Obviamente que se formos capazes de pressionar alto e bem ajuda muito, potencia o erro e é no aproveitamento do erro que muitas vezes se decidem os jogos. Agora se não pressionarmos alto, nem metermos mais gente na frente, vamos continuar a ter as mesmas dificuldades de sempre.
As equipas começam a construir-se a partir de trás e atrás as coisas já funcionam bem no F.C.Porto. Faltam os dois passos seguintes. Escolher os homens certos para o meio-campo, a Imbula eu acrescentaria, André André - pressiona, segura, toca, aparece em vários lados sem desequilibrar, não tem poder de fogo, mas Moutinho também não tinha e era fundamental -, afinar o trio da frente e dar contundência atacante para que o futebol portista não seja muita parra e pouca uva.
A uma semana do início oficial da época para o F.C.Porto, é assim que vejo as coisas.
Duas notas finais:
Tenho a certeza que os responsáveis do F.C.Porto sabem o que o plantel precisa, tudo farão para resolver os problemas até 31 de Agosto.
Adrián López está de saída. Foi uma contratação que falhou, de um jogador que é bem melhor do que mostrou de Dragão ao peito. É pena, mas Adrián nunca foi capaz de se adaptar, cerrar os dentes, ir à luta, ganhar o seu espaço. Que Mendes resolva rapidamente.