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segunda-feira, 7 de setembro de 2015


Nos últimos anos proliferam nas rádios e televisões programas sobre futebol. Uns com paineleiros afectos aos três grandes e aqui, há de tudo, alguns são, pasme-se, políticos no activo ou ex-políticos; outros, com comentadores, no caso, treinadores no desemprego, ex-jogadores ou jornalistas ligados ao desporto, futebol em particular. E o que ganha o futebol português com isso? Não ganha nada, mas perde muito. Sim, perde muito com a má-língua, a desinformação, o facciosismo e muitas vezes, o puro fanatismo. Em vez de se discutir futebol pela positiva, ou seja, a jogada e o golo bonito, a estratégia que foi mais ou menos brilhante, a substituição decisiva ou que não produziu qualquer efeito, sem esquecer a melhor ou pior qualidade do espectáculo, discute-se até à exaustão e repete-se até à náusea o erro dos árbitros, quanto mais confusão e polémica, tiverem, melhor. E aí brilham as novas vedetas, um médico cirurgião, conhecido e idolatrado no seu fundamentalismo leonino. Um ex-ministro da propaganda que levava a bandeira do rafeirismo e trogloditismo, mas já não leva, porque e para nosso espanto, ou talvez não, apareceu Pedro Guerra que ainda é pior que Rui Gomes da Silva - convenhamos, não era um feito fácil de conseguir. Nos programas de comentadores, aí, a isenção, rigor e equidistância, deixam muito a desejar, alguns mandam às malvas a imparcialidade e fazem comentário com a camisola do seu clube vestida, cachecol ao pescoço e bandeira na mão. Neste caso, o paradigma é o tenebroso e autêntica ratazana de esgoto, Rui Santos, que ganhou popularidade e vai-se mantendo na ribalta, graças a um anti-portismo que nunca dispensa. Com as coisas assim e sendo o F.C.Porto o principal alvo a abater, o que vemos? Nos programas sem paineleiros e em muitos casos, não há ninguém com ligações ao F.C.Porto e os que há, batem mais depressa no seu clube que nos rivais, enquanto comentadores como Manuel José, por exemplo, não se inibe de dizer que quer o Benfica campeão. Já nos programas com painel, aí temos um apagado José Guilherme Aguiar; um Manuel Serrão mais pronto para a galhofa que preparado para argumentar pelo seu clube; e Miguel Guedes, embora sendo para mim o melhor, nunca foi nem é capaz de dar um murro na mesa, chamar a atenção de Hugo Gilberto, apresentador do programa, pela forma como privilegia o Benfica em detrimento do F.C.Porto. Com as coisas assim, não admira que no F.C.Porto - não quero voltar a dizer, por culpa própria -, as mensagens passem com dificuldade, demorem muito mais tempo a produzirem efeito, enquanto outros passem as mensagens que querem. E é vê-los sempre de apito na boca, mas um assunto tão grave como o da Porta 18 já passou à história.

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