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quinta-feira, 5 de novembro de 2015


Como somos uma equipa de Champions, na prática, encaramos com naturalidade e sem euforias, o facto de à 4ª jornada termos 10 pontos e liderarmos o Grupo G. Não há motivos para festa, nem soltar foguetes, muito menos embandeirar em arco. Como somos uma equipa de Champions, na prática, sabemos que na prova rainha da UEFA está muita coisa em jogo e portanto, temos de ser pragmáticos e objectivos. Se pudermos jogar bem, OK, se não for possível, temos de ganhar, às vezes empatar também é bom, a jogar mal. Porque somos uma equipa de Champions, na prática, sabíamos que era fundamental conquistar 6 pontos frente aos israelitas do Maccabi, equipa mais fraca do grupo; não perder em Kiev, estivemos a 3 minutos de uma vitória; conseguir um resultado positivo em casa no confronto com a equipa mais forte, o Chelsea de José Mourinho; e como até ganhamos.. óptimo! Sendo assim, neste momento, pés no chão, apenas temos a garantia que aconteça o que acontecer, vamos continuar a competir nas provas europeias... Mas como somos ambiciosos e sonhadores e estamos a apenas 1 ponto de seguir para os oitavos-de-final, vamos procurar não desperdiçar a oportunidade de continuar a trilhar um caminho que percorremos muitas vezes - o especialista em estatísticas que me diga quantas, eu e a malta, agradecemos - e continuar entre os melhores. Quem sabe eles não se distraem?

No jogo de ontem, tirando os 15 minutos iniciais, sempre um tempo de adaptação a um adversário que a jogar em casa e com a apoio do seu público, arrebitou cabelo; algum relaxamento e descontração após o 0-2; e uma falta de eficácia, factor em que temos de melhorar e já foi responsável por alguns dissabores inesperados; vimos ontem um Porto sério, concentrado, equilibrado, organizado, dinâmico, colectivamente forte, um Porto de boa cepa, que dominou e fez jus ao seu favoritismo, ganhando naturalmente e com toda a justiça. Atacamos, rematamos, marcamos três golos e podíamos ter marcado seis, mas para além disso, gostei muito de ver, com as excepções dos períodos referidos, a reacção à perda de bola. A forma como o F.C.Porto fez a transição defensiva, com os quatro defesas e os quatros médios rapidamente a baixarem e a formarem um bloco compacto, ficando sempre em clara superioridade numérica em relação ao adversário e não permitindo contra-ataques perigosos, agradou-me bastante. As grandes equipas começam a construir-se de trás para a frente e se defendermos bem, como somos uma equipa que marca quase sempre golos - as excepções só confirmam a regra. Vamos em 16 jogos seguidos a marcar golos na Champions -, estaremos sempre mais próximo de ganhar os jogos.

Agora regressamos ao campeonato, aos autocarros de dois andares, às nomeações provocatórias e às arbitragens mesquinhas, que apitam a tudo, cortam o ritmo, favorecem as equipas que defendem, deixando os guarda-redes queimar tempo desde o 1º minuto... mas temos de saber lutar contra isso. Como? Mantendo o mesmo chip da Champions. Não coloco em causa a atitude e o profissionalismo dos jogadores do F.C.Porto e até compreendo que a prova de clubes, mais importante do mundo, mesmo involuntariamente, mexa mais mais com a cabeça de quem serve o Brasão Abençoado; também porque o nosso modelo desportivo passa muito pela Liga dos Campeões; mas só conseguiremos conquistar o principal objectivo da época, o título, se formos capazes de ser tão fortes na competição interna como temos sido na externa. Sim, porque com a excepção do jogo da época passada em Munique e que foi disputado em circunstâncias muito difíceis, sem os dois defesas-laterais titulares - um está no Real e o outro na Juventus -, por exemplo, as prestações europeias do Porto de Lopetegui têm sido muito boas. É esse o desafio que temos de vencer... todos. Equipa e o público do Dragão, sempre muito mais condescendente na Champions que no campeonato.

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