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quarta-feira, 6 de janeiro de 2016


Quando se faz tudo, mesmo que dentro das pequenas possibilidades e visibilidade que se tem, se procura remar contra a maré, ajudar a criar condições para que nada perturbe o ambiente, isso é conseguido - não houve instabilidade de fora para dentro, apenas houve reacção no final e aí nada a dizer... - e depois, mesmo assim, não se consegue ganhar um jogo em casa, frente a um adversário inferior, que vinha de uma derrota complicada e apresentou-se com várias baixas no seu onze inicial, fica difícil manter a chama acesa. Não há tranquilidade, não há confiança e quando isso acontece, falta clarividência, discernimento, raramente se escolhem as melhores opções, complica-se mesmo as situações mais fáceis, o domínio torna-se estéril, a superioridade termina em muita parra e nenhuma uva. Às vezes, quando não vai a bem, isto é, na qualidade, nas jogadas bem conseguidas, nos inúmeros cantos e livres, na criatividade e até no génio, vai a mal, quero dizer, vai na raça, na alma e na crença. Só que este Porto não tem nada disso, é uma equipa destroçada psicologicamente, com todos e isto é uma triste realidade, a parecerem bem piores jogadores do que são. E os Dragões até chegaram a prometer, nesta noite de chuva e com muita pouca gente no estádio - 19.116 espectadores.

Entrando forte e determinado, o conjunto de Lopetegui rapidamente tomou conta do jogo, não permitiu qualquer possibilidade à equipa do Rio Ave de ameaçar, foi cercando a baliza de Cássio e como corolário do domínio e superioridade exercida, colocou-se justamente em vantagem iam decorridos 22 minutos, por Herrera. Não era um Porto intenso, rápido a executar, contundente, brilhante, mas era um Porto competente, equilibrado, organizado, que mostrava vontade de alterar a história negativa dos últimos jogos. Mas depois do golo, o ritmo baixou, o Rio Ave soltou-se, chegou duas vezes perto da área, fez dois remates fracos, mas ao terceiro a bola tabelou em Danilo, traiu Casillas e os vilacondenses chegaram ao empate. Não era um resultado justo, o F.C.Porto estava por cima e estava mais próximo o 2-0 que o 1-1, mas o futebol tem destas coisas, foi penalizador, mas era preciso reagir. E os azuis e brancos reagiram, sem a qualidade dos primeiros vinte e tal minutos, mas reagiram e pelo que fizeram até ao intervalo mereciam ter ido para as cabines na frente do marcador, quiçá, por mais que um golo de vantagem. Não foram, pelo menos por uma vez, numa cabeçada de André André ao poste, por mera falta de sorte.

Fosse como fosse, apesar do empate e pelo que tinham sido os primeiros 45 minutos, havia optimismo, esperança que na etapa complementar, com mais ou menos dificuldades, o F.C.Porto chegasse à vantagem e ganhasse. Só que, ao contrário do esperado, quem entrou melhor foi o Rio Ave, a equipa de Pedro Martins surgiu mais atrevida e até ameaçadora. Não durou muito esse atrevimento, o F.C.Porto e em particular após a saída de um Danilo lento e trapalhão e a entrada de Rúben Neves, rapidamente voltou a dominar, a atacar muito, a encostar o Rio Ave lá atrás, mas como disse anteriormente, faltou tranquilidade, discernimento, apesar do domínio e da superioridade, lances de golo iminente foram raros, os muitos cantos conquistados quase todos acabaram nas mãos do guarda-redes dos de Vila do Conde. E lá foram mais dois pontos e pior do que isso, quando se esperava que a instabilidade baixasse, ela aumentou.

Nota final:
Não peço a saída de Lopetegui, como nunca pedi a saída de nenhum treinador antes do final da época. Como disse há dias trás, compete  a quem de direito, a quem tem os dados todos, analisar e ponderar, decidir o que é melhor para o F.C.Porto.

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