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sábado, 18 de março de 2017


Não sei fazer futurologia, pelo que não posso afirmar que o F.C.Porto vai ser campeão já este ano. Eu e 99% dos adeptos portistas acreditam, devem acreditar e tem obrigação de acreditar.
Mas isto não foi assim que começou. Aquando da triste e vergonhosa época passada, sobretudo a parte final, onde os jogadores estavam anímica e psicologicamente de rastos, e num tempo em que não tivemos treinadores á altura de combater essa depressão, nós os adeptos também ficamos tão ou mais deprimidos que a equipa em si. Eram os assobios, as vaias, a ausência, até quase a chegar á indiferença, sobretudo daqueles que são F.C.Porto só nas horas de vitória.
Na ponta final desse triste campeonato, Pinto da Costa, fez saber que tinha contrato assinado com Nuno Espírito Santo e, aproveitaria o final da temporada para ver quem era ou não era PORTO!
Verdade seja dita, ninguém compreendeu a mensagem, clara e explícita do presidente! Todos nós olhamos para o lado. Todos nós achamos que estava a falar dos jogadores, da SAD, do roupeiro ou do tratador da relva. Mas essa mensagem também era para nós adeptos do F.C.Porto!
Pinto da Costa, no meu entender proferiu a sentença, abrangendo todo o universo azul-e-branco. Demorou, mas notou-se. As saídas, airosas ou honradas, como é apanágio deste enorme clube, mostraram quem não se adaptou. As entradas trouxeram gente que quer ganhar, que está disposta a sofrer para ganhar!
Como diz e bem o meu amigo Vila Pouca, Pinto da Costa é para o bem e para o mal, o responsável de todas as horas. O timoneiro, viu, compreendeu e… agiu! Bendita a entrada do engº Luis Gonçalves, homem que trouxe do frio do leste, o calor do Dragão!
Mas, faltava algo muito mais importante, e creio que ainda falta a uma pequena falange de portistas: convencer-nos que Nuno era o treinador que o F.C. Porto precisava.
O caminho foi árduo. As pedras e obstáculos que se depararam pela sua frente foram gigantescas, desde eliminações de taças internas por erros próprios de uma equipa ainda em recuperação psicológica e anímica, de uma equipa que nenhum treinador credenciado se atreveria a pegar, tendo como exemplo esse sumo-sacerdote da estupidez (não, não é o Jorge Jesus!), Manuel José de seu nome, ter dito que ele próprio não pegaria no F.C.Porto, a juntar ao facto de a maior parte dos árbitros cobardemente, implicitamente, maldosamente sonegar ao F.C.Porto 18 ou 19 grandes penalidades escandalosamente à vista de todos que não houve meio de serem camufladas. O exemplo mais flagrante está na nossa passagem à Champions, onde e com um árbitro imparcial a equipa mostrou que sabia jogar futebol.
Mas a cada jogo menos conseguido e a cada jogo roubado, NES tinha atrás de si um séquito de mãos ameaçadoras, de vozes discordantes, discursos que serviam na perfeição a estratégia dos rivais. Eu mesmo cheguei a embarcar na onda (foi contra o Belenenses, onde insultei barbaramente o nosso treinador) mas depois racional e mais a frio saltei fora dessa onda negativista e populista. E o que fez NES? NES juntou à sua volta um grupo mais que unido. Fechou a porta aos discursos pessimistas vindos da própria casa - foi preciso Pinto da Costa, dizer no seu jeito inconfundível de ironia e gozo, que os assobiadores do Dragão, não eram portistas, eram convidados das empresas que tem direito a bilhetes - e, sem jamais levantar a voz, com um discurso sereno, profiláctico, mas extremamente conciso, levou os bastidores do futebol a emendar a mão. E agora quem chora baba e ranho, quem vocifera quem foi buscar a cassete do apito dourado ao baú, foi o clube do joguem mas é á bola! Cá se fazem, cá se pagam! Foi NES que trouxe a invasão tanto ao Dragão como nos jogos fora. Foi NES que fez de Brahimi um gajo que é capaz de correr um campo inteiro para vir desarmar um adversário junto à nossa linha de canto! E Corona igual! E Marcano que não tinha lugar no Gervide, como diziam muitas bocas? E até o próprio e consagrado Casillas está a fazer uma época de eleição!
Muito caminho se fez caminhando. Muita falta de paciência e calma por nossa parte foi compensada por coragem, abnegação e altruísmo da nossa prinicpal equipa!
E considero-me um tipo feliz, porque sei que este F.C.Porto ainda é só 50% daquilo que pode vir a ser! Mesmo que saiam 2 ou 3 pérolas do nosso colar!
Por tudo isto quero deixar o meu singelo mas orgulhoso tributo ao jovem treinador do F.C.Porto! Foi ele que herdou um grupo de alcoólicos transformando-os em puros abstémios. Foi ele que querendo compreender a equipa, implantou dois sistemas de jogo, que para gáudio dos comentadeiros profissionais, dizem que não é sistema á F.C.Porto! Pois bem, eu digo, um sistema á F.C.Porto é… vencer! O resto é distribuir a rapaziada pelo campo e extrair deles o talento, o suor e a vontade de ganhar!
Uma coisa é certa: com a vitória no campeonato, até os que continuam a desenhar NES irão levantá-lo ao ar! Eu por mim só vou parar na Avenida dos Aliados!

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