segunda-feira, 4 de setembro de 2017
É uma espécie de cassete, mas porque é verdade, importa repetir, até para que não restem dúvidas:
O F.C.Porto fez muita coisa mal, está numa situação complicada, a pagar um preço alto. Ponto final, parágrafo.
Agora podemos continuar a olhar para trás, apontar o dedo, uns num sentido, outros noutro, não acreditar no futuro. É legítimo que haja quem pense assim. Ou podemos analisar o que foi feito neste defeso, os sinais que vão aparecendo e se a convicção e a crença já não é tão forte, pelo menos é suficiente para não perturbar. Neste mercado de Verão, se nem tudo correu dentro do que seria desejável, para mim o F.C.Porto esteve bem. Explico:
Como se vê em sucessivas imagens espalhadas pelo post, tempos houve que tínhamos capacidade financeira e sucesso desportivo(*), íamos à luta, muitas vezes ganhávamos a "guerra". Agora não temos, como tal e ao contrário do que vinha acontecendo no passado recente, se não tivemos capacidade para contratar os alvos definidos, os jogadores que clube e treinador, achavam a priori podiam ser mais valias, optamos por não contratar por contratar, não veio ninguém.
Temos os que temos, temos a equipa B, muitas vezes é nestas alturas que jogadores que nunca teriam oportunidades as têm, se ganham jogadores para o plantel, alguns por quem não dávamos nada. Será que se não tem havido o Verão quente de 1980, João Pinto e Jaime Magalhães teriam sido os jogadores que foram?
Há quem não compreenda a saída de Rui Pedro. Já falei no assunto, mas reforço: se Sérgio Conceição, mesmo com a lesão de Tiquinho Soares, nunca levou o jovem Rui Pedro para o banco, não é um sinal que para o treinador as opções são outras? Para mim, é, e assim, para interesse do jogador e do F.C.Porto, o empréstimo foi a melhor solução. Ser ao Boavista já é outra história...
E quem coloque a questão, se Aboubakar se lesionar e Soares for castigado, temos um problema. Claro que temos. Como terá, por exemplo o Barcelona, com uma lesão de Messi e um castigo de Suárez.
Não concordo tanto na questão dos centrais. Aliás, já na época passada se colocaram as mesmas reticências, Boly fez muitos poucos jogos e Chidozie nunca jogou na equipa principal. Em caso de emergência, mesmo sem recorrer à equipa B, onde há miúdos com jeito e tudo indicia, futuro, temos Danilo e Layún. O mexicano jogou a central em Dortmund e não comprometeu frente a grandes jogadores, o português quebra um galho, como dizem os brasileiros.
Outro lugar onde também há críticas pela escassez, é na posição seis, trinco, só Danilo é um seis puro. Se Rúben teve de sair para resolver um compromisso com a UEFA que não podia ser violado, porque saiu Mikel? Não sei, pode ser porque na altura se acreditou que podia vir um dos reforços pretendidos, saiu porque Sérgio achou que tem alternativas para o seu modelo e sistema onde preferencialmente não há seis puro, há uma dupla de médios centro. No F.C.Porto não me lembro, mas na selecção do México, Reyes já jogou na posição e não esteve mal.
Onde penso que há uma carência que pode ser difícil de colmatar é nas alas. Brahimi e Corona não são alas puros, daqueles habituados a ir e vir durante o jogo todo. Como esta forma de jogar lhes exige isso, é natural que o físico se ressinta mais do que seria desejável, mais tarde ou mais cedo acusem desgaste. Temos Hernâni e Galeno pode ser uma solução interessante. Mas é preciso que o primeiro dê aquele passo em frente que ainda não deu, que Galeno na equipa principal se desiniba, mostre algumas das qualidades que tem mostrado na equipa B.
Ricardo com Maxi nas costas ou Alex com Layún atrás, também pode resultar, mas parece-me mais difícil.
Sobre excedentários não tenho mais nada a dizer, já disse tudo num dos posts anteriores, sobre os jogadores que entram no último ano de contrato e podem sair a custo zero, umas palavrinhas.
Sei o que desejo, mas não sei o que vai acontecer com Aboubakar, Reyes e Marcano. Dizer que não devíamos deixar os jogadores chegar a esta altura com a possibilidade de a partir de Janeiro assinar por outro clube, é dizer o óbvio, apenas uma parte do problema. Partindo do princípio que nestas questões está sempre em causa o interesse de duas partes e no processo de negociação é preciso ir derrubando barreiras para que se chegue a um acordo, os casos de Aboubakar e Reyes são diferentes de Marcano.
O primeiro foi trocado por Depoitre, saiu zangado para a Turquia, nem queria regressar, quanto mais pensar em renovar.
O segundo nas últimas épocas nunca foi opção, como prolongar o contrato de um jogador a quem sistematicamente dizemos que não conta? Agora, o camaronês é titular, sente-se estimado, mesmo tendo em conta várias circunstâncias: o F.C.Porto tem uma percentagem do passe que não chega aos 40%, livre pode ter grandes ofertas turcas, por exemplo, espero que seja possível - apesar de o investimento entre a negociação com o Lorient e a parte para o jogador não ser pequeno.
Reyes é um caso bem mais bicudo. Continuando no banco, com o Espanhol a acenar e disposto a esperar, a margem de manobra do F.C.Porto é estreita.
Marcano tem um contexto diferente. O central espanhol, mesmo jogando muitas vezes, foi até há pouco tempo olhado de soslaio por muitos portistas, como mais um da armada espanhola, uma contratação sem sentido do mal-amado Julen Lopetegui. Impôs-se, fez uma grande época 2016/2017, está muito bem nesta, é o capitão e ninguém questiona. Já houve tentativas para Marcano renovar, ainda não há acordo. Tentar que fique, sem cometer loucuras - estamos a falar de um jogador com mercado no país vizinho, logo que não é barato -, seria bom. Não é fácil encontrar centrais esquerdinos e do nível de Marcano, a um preço razoável.
Seja como for, também nestes três casos o problema vem de trás.
(*) - Quando se ganha muitas vezes internamente e as prestações nas competições europeias dão nas vistas, promovem, valorizam, proporcionam bons negócios para todas as partes, um clube torna-se muito apelativo, em particular para os sul-americanos que vêem na Europa o seu El-Dourado. O F.C.Porto ultimamente não tem sido esse clube, tudo se complica, quer na hora de vender quer na de comprar.
Formulo o desejo que coisas esta época corram bem, os Dragões ganhem títulos e para além disso joguem um futebol atractivo. Se for assim, é natural que tudo seja diferente, o F.C.Porto volte a ser um clube apelativo, os seus activos mais valorizados e pretendidos, quem agora hesita venha a correr.
Nota:
Teclar é fácil, gerir na net também.
Aqui procuro ponderar, enquadrar as situações, não criticar por criticar. Há quem confunda estas análises com pintismo e seguidismo. Como não me afecta nada, se ficam felizes...
A grandeza não se apregoa, pratica-se.
Quando um clube tem uma comunicação que chafurda no lixo da manhã, papel ou tv, tanto faz; aproveita e usa o lixo, para atacar e tentar descredibilizar alguém, no caso o director de comunicação e informação do F.C.Porto, Francisco J.Marques; não tendo sequer o cuidado de verificar se o lixo tem alguma coisa que se aproveite, não é apenas lixo que tresanda - e era, qualquer criança atenta, rapidamente verificava que aquilo não tinha ponta por onde se pegue; esse clube desce ao nível da indigência e a grandeza é pífia. É uma comunicação a reboque do pior do chico espertismo saloio e mentiroso, a reboque de trogloditas como Hugo Gil, Pedro Guerra ou José Marinho.
A famosa estrutura do Benfica é apenas conversa, tirando o polvo tentacular e mafioso, só não é arrasada porque neste país quem de direito trata um como filho e outros como enteados e não há uma comunicação social livre e corajosa, há maioritariamente uma comunicação social de freteiros, recadeiros e prostitutos da escrita e da palavra. É isto que se pode concluir da reportagem que passou na tv da lixeira da Cofina e que deu origem a um comunicado do clube do regime que começa assim:
«Tendo sido confrontados com diversos pedidos de reação à notícia ontem vinda a público, num especial informação da CMTV, onde surge a revelação de que o atual diretor de comunicação do FCP terá estado na Guiné-Bissau, envolvido na solicitação de prestação de serviços de "Bruxaria", esclarecemos...»
Quanto à parte que se segue do comunicado, há certezas que os portistas têm: não acreditam no Pai Natal, não comem gelados com a testa, não têm medo de bichos papões.
«1 – Estão abertos os competentes processos-crime contra a administração do FCP – Futebol SAD, FCP – Media SA, Diretor de Comunicação do FCP e Diretor do Porto Canal, entre outros, pelos crimes de:
- Violação do sistema informático, violação de correspondência e divulgação – já que se gabam de estar a divulgar pretensa correspondência privada e interna de outra sociedade desportiva.
- Prática de concorrência desleal - com as devidas consequências económicas pelos danos causados ao bom nome e reputação de outra sociedade desportiva.
- Prática reiterada de difamação e calúnia – onde terão oportunidade de, na sede própria, provar todas as acusações e insinuações feitas publicamente.»
Polvo grego com tempero chinês
«No decorrer do processo, LFV liga para me dizer: ‘Você vai ler uma notícia n’A Bola na qual o Mitroglou diz que não quer ir para a China. Não se preocupe, eu é que mandei pôr.»
E pôs, como podem ver ao lado. Mas pergunto: alguém ainda se surpreender por Vieira pedir e os freteiros e lambe cus da queimada, muito solícitos e de pernas abertas, obedecerem? Não, essa é a prática corrente de A Bola e de há muitos anos a esta parte.
À direita outro frete pedido e prontamente satisfeito. Curioso, o ponta-de-lança dos espanhóis que queriam tomar o Benfica de assalto, José Eduardo Moniz, agora é administrador da SAD do clube do regime.