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domingo, 1 de outubro de 2017


Primeiro clássico da época, de um lado o Sporting a jogar em casa e a fazer tudo para chegar à liderança, do outro o F.C.Porto a tentar manter-se na frente do campeonato e, se possível, continuando com o pleno de vitórias.

Moralizado e motivado por uma vitória categórica na casa do campeão francês, líder isolado do campeonato com um pleno de 7 jogos e 7 vitórias, o F.C.Porto estava tranquilo, tinha muito mais a ganhar que a perder. Em caso de derrota em casa de um candidato ao título - há quem diga, principal candidato -, ficaria a tristeza da derrota, da perda da liderança, mas nada mais do que isso. Nos clássicos é natural que quem joga em casa tenha algum favoritismo, perder em Alvalade não seria um drama, não é o mesmo que perder frente a uma daquelas equipas em que a obrigação de vencer está sempre do nosso lado.
Um empate seria um excelente resultado, até porque manteria os Dragões na liderança, uma vitória, seria obviamente ouro sobre o azul, colocaria a equipa de Sérgio Conceição numa óptima posição, aumentaria a confiança que já é alta, deixaria os rivais numa situação nada agradável.
Com este quadro pela frente, que Porto em Alvalade? Um Porto calculista, na expectativa, dando alguma iniciativa ao adversário, procurando defender bem e depois sair rápido e surpreender o Sporting no contra-ataque? Ou um Dragão audacioso, entrando forte e a pressionar alto, tentando impor-se e a tentar chegar à rapidamente à vantagem? Pois, foi um Porto que quis ganhar, entrou para ganhar, merecia ganhar.

Escalando de início Casillas, Layún, Felipe, Marcano e Alex Telles, Danilo, Herrera e Sérgio Oliveira, Marega, Aboubakar e Brahimi, o treinador do F.C.Porto deu sinais que o modelo Mónaco, se se pode falar assim, era para repetir - a entrada de Layún para o lugar de Ricardo não mudava nada, apesar do português dar outra profundidade e ser mais fiável a defender. Mas se no Principado os Dragões ainda esperaram para ver, em Alvalade notou-se logo nos primeiros minutos uma postura mais ousada, menos expectante, tentar fazer acontecer e não esperar que acontecesse. Já o Sporting, ao contrário do que era esperado, até porque jogava em casa, não entrou forte, pressionante, não veio com tudo, não procurou rapidamente chegar à vantagem para depois ficar como peixe na água, jogar nas transições, aproveitar a velocidade de Gelson para surpreender o F.C.Porto. Não, os leões entraram desconfiados, receosos, com receio do F.C.Porto. E assim, o intervalo chegou com o nulo no marcador, mas pela melhor qualidade que apresentou, pela superioridade que evidenciou e pelas oportunidades que criou e desperdiçou - aquela de Marega à barra foi a mais flagrante -, o conjunto de Sérgio Conceição merecia ir para as cabines na frente do marcador. E não exagero, nem puxo demasiado a brasa à minha sardinha, se disser que a vantagem mínima ainda seria pouco.
Não foi, foi pena, teve um grande sabor a injustiça. E com o nulo, tudo em aberto para os segundos 45 minutos.

Na segunda-parte Sporting esteve melhor e o F.C.Porto pior, mas nem de perto nem de longe os leões atingiram o nível, superioridade e qualidade que os Dragões tiveram na primeira.  O mesmo em relação às oportunidades. Pelo contrário, continuou a ser Marega a desperdiçar a mais flagrante. E da parte dos treinadores foi Sérgio Conceição que mais mexeu para ganhar, quando primeiro, meteu Otávio e mais tarde, não vou dizer demasiado tarde, Soares e Corona. Também não podemos esquecer que se o Sporting ganhou ao Vitória F.C. de Setúbal, com um penalty por um lance muito parecido com o lance que aconteceu hoje entre Coates e Aboubakar, é mais uma razão para que o F.C.Porto se possa lamentar de árbitro e pior, do VAR. Se fosse ao contrário teria caído o Carmo e a Trindade. Veremos se todos aqueles que concordaram e declararam como bem assinalada a grande-penalidade no jogo citado, mantêm agora o mesmo critério de análise.
Como o nulo não se desfez, pela primeira vez o F.C.Porto ficou em branco e repartiu os pontos. Paciência, mas se fica um travo amargo, porque tudo somado merecíamos vencer, também temos de perceber que empatar na casa de um rival e forte candidato ao título, é sempre um resultado positivo.

Notas finais:
Chegar a esta altura, no fecho de mais um mini-ciclo - vem aí mais uma interrupção para compromissos com as selecções -, com o F.C.Porto na liderança, uma liderança limpa e cristalina, depois de já ter jogado em dois campos difíceis, Braga e Alvalade, está acima das expectativas, é motivo de satisfação e deixa boas perspectivas para o futuro.
Uma saudação ao mar azul que mais uma vez acompanhou a  equipa e deu um forte apoio. Este treinador e esta equipa têm feito por merecer.

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