Nas seis jornadas que faltam temos de recuperar o espírito que nos colocou num patamar acima das expectativas
sexta-feira, 6 de abril de 2018
Vítima, entre outras coisas, da perda de alguns jogadores nucleares - quem haveria de dizer que a maior de todas foi Moussa Marega? -, o conjunto de Sérgio Conceição perdeu algum fulgor, qualidade de jogo, aquela capacidade de pressionar, quase não deixar os adversários respirar, a contundência que tanto encantou os seus adeptos e deixou os rivais preocupados. Esperemos que se não todas, algumas dessas virtudes sejam recuperadas para as seis jornadas que faltam. Mas perdeu outras coisas que precisa recuperar. A serenidade, discurso positivo e o espírito correcto, o SOMOS PORTO na prática e não na teoria, suporte importante que nos trouxe esta época para um patamar acima das expectativas.
Um exemplo que é significatico:
Até ao jogo de má memória em Paços de Ferreira, não sei quantos jogos fez o F.C.Porto após os seus dois rivais de Lisboa, mas foram muitos. E se nós adeptos que não jogamos, não temos de nos preocupar e preparar mentalmente para essa coisa da pressão dos jogos, até brincávamos com as lideranças provisórias, o treinador, quando confrontado com essa questão, sempre chutou para canto, dizia Sérgio e bem, quem joga no F.C.Porto tem de estar preparado para jogar sempre sob pressão. De repente, após a derrota na Mata Real, jogar depois virou caso, problema, aquilo que nos fortalecia psicologicamente, que era um sinal da nossa força e nos guindou até onde não esperávamos, passou a fragilizar-nos? Mas se é assim, porque não levar o caso até às últimas consequências, colocar o problema à LPFP? E sobre as queixas contra a Sport TV, que subscrevo também porque trata mal o F.C.Porto, tem comentadores e narradores que não escondem o mais primário anti-portismo, o que vai o F.C.Porto fazer, agora que no final da época acaba o contrato com a NOS? Nessa matéria a Altice, novo parceiro, vai pôr e dispor? Se nos convocam para estas "guerras", pelo menos passem-nos a informação toda.
Ontem no Universo Porto, atacou-se A Bola e alguns dos seus vendilhões do templo. OK, de acordo, também não faço outra coisa, esse antro tem uma grande influência no futebol português e nos equilíbrios que o dever de informar com rigor e isenção devia respeitar. Mas eu não posso fazer nada, apenas fica novamente a pergunta:
Então para quando, pelo menos, impedi-los de fazer perguntas? Ou se isso não puder ser... as respostas nunca serão as que eles queriam ouvir?
Chega de andar a fazer apenas cócegas.
«O Sindicato dos Jornalistas (SJ) denunciou esta segunda-feira à Assembleia da República, à Procuradoria-Geral da República e ao Ministério da Administração Interna o "crescente ambiente de hostilidade" contra jornalistas que cobrem eventos desportivos, nomeadamente de futebol, após queixas de vários órgãos de media. Em comunicado, o SJ informou que "a liberdade de imprensa, pilar fundamental da democracia, está a ser condicionada por pressões ilegítimas e ameaças graves à integridade física e à dignidade profissional dos jornalistas". Esta posição tem por base "as principais queixas e preocupações dos órgãos de informação nacionais que disponibilizaram relatórios", entre os quais a agência Lusa, os jornais ‘Record’, ‘A Bola’, ‘O Jogo’ e ‘Público’, a rádio Antena 1, o canal Sport TV e o jornal online Mais Futebol. O SJ considera que não são precisas mais leis, mas sim "monitorizar e fiscalizar a aplicação prática das já existentes e impor sanções aos que as transgridem, dentro ou fora dos recintos desportivos". E pede uma "posição firme" das autoridades "no sentido de garantir o livre exercício da liberdade de imprensa, que está constitucionalmente consagrado".»
O Sindicato dos Jornalistas (SJ) foi queixar-se ao Parlamento do clima demasiado quente e do tratamento que os seus filiados têm sido vítima por parte dos clubes.
Mas o que tem feito o SJ contra o jornalismo faccioso, sectário, tendencioso, calunioso, sem ética e sem deontologia?
Idem para o jornalismo que não cumpre as regras básicas, por exemplo, o pública notícias sem procurar o contraditório, saber o que têm a dizer em sua defesa os visados?
O que tem a dizer o SJ dos sites de jornais terem caixas de comentários onde a coberto do anonimato, por exemplo, o F.C.Porto é tratado como F.C.Porco ou Corruptos do Contumil, o presidente é insultado, nem a mulher escapa? Estão estes insultos cobertos pela liberdade de expressão? Não têm os clubes e os seus adeptos, o direito de reagir contra esta bandalheira e esta liberdade onde vale tudo e tratá-los da mesma maneira?
E sobre o jornalismo de cartilha que recebe e propaga notícias provocatórias e difamatórias?
Se em vez de se armar em vítima, o SJ fizesse o seu trabalho, exigisse que os seus filiados cumprissem os deveres e as regras básicas do jornalismo, talvez uma parte substancial do problema desaparecesse... se não fosse o caso, então sim, tinha autoridade moral para se queixar. Na actual conjuntura, não tem nenhuma.