domingo, 3 de junho de 2018
Olá!
Sou natural de um país onde a mediocridade é medalhada, elogiada e faz escola. Um país onde se assaltam bancos sem metralhadoras nem encapuçados. Um país onde se discute a morte sem primeiro se discutir a dignidade da vida. Um país onde um (verdadeiro) herói recebe uma reforma de 300 euros enquanto um deputado que só frequenta meia dúzia de vezes a Assembleia da República leva num tempo recorde 5.000 euros para casa. Um país onde num estádio onde se traficou cocaína, onde se armazenam armas brancas e de outra cor, onde faz bancada uma claque ilegal com o beneplácito de todos, sim todos, os políticos deste país que assobiam para o lado, onde se mais parece um conselho de ministros, com os ditos cujos a ladearem o maior assaltante de bancos português. Um país onde a descoberta de manigâncias é mentira, para depois ser roubo de correspondência.
Sim, sou natural de um país faz-de-conta, que apesar de ser bastante bonito, com um clima agradável, uma história que até determinado tempo nos orgulha, tem um enorme defeito: é povoado por portugueses! Não creio que nós lusos, tenhamos inventado a palavra saudade. Acho que a invenção a que temos direito é na palavra inveja! Amesquinha-se quem vence e louva-se quem constantemente perde, mesmo que os perdedores tenham direito à admiração digna de quem os vence. E se o vencedor se situar bem longe do umbigo da nação, então meus caros, isso é tornar a inveja em ódio. E com ameaças de morte.
Talvez, somando tudo isto, é natural que haja um clube que não dê os parabéns ao nosso FC PORTO por ter sido campeão. A inveja é tremenda quando os arranjinhos saem pela culatra.
É perfeitamente normal que um clube que vence intramuros, mas também conquista títulos lá fora seja enxovalhado por um centralismo doentio e único a nível mundial. Sim é que nem na Coreia do Norte. É perfeitamente normal que para se poder passear nas ruas da capital do Império com uma imagem de distanciamento regional ou provinciano, se declare promiscuidade o receber na Câmara anos a fio uma equipa que não só deu o nome da cidade a conhecer aos 4 cantos do Mundo, como também o nome de Portugal. Um clube que se tornou ele próprio maior que a sua própria cidade, tendo hoje em dia adeptos em todos os 4 cantos do Mundo (apesar de em Portugal sermos meia dúzia deles, visto os outros 2 compinchas perfazerem 9,5 milhões, bebés e sem-abrigo incluídos!).
Como é normalíssimo, que todas as televisões e rádios ditas nacionais, estejam sediadas na cidade do costume. E que seja lei que após o abandono chocante, direi mesmo criminoso, de catadupas de governos, sobre a interioridade de Portugal, promulguem uma lei em 3 dias e a façam cumprir sob pena de coimas e retomas em 3 meses para a protecção da nossa floresta. Afinal o parque Eduardo VII é tão gaymoso, quer dizer, glamoroso. Mas o manto diáfano da corrupção continua a mostrar que o rei se não vai nu vai com pouquíssima roupa. E assim se vê como um presidente de um certo clube se diz sério (esforço-me para não desatar às gargalhadas) apesar de estourar com a banca, de comprar por x terrenos que valem y e depois avaliá-los por z, sem que nada aconteça, bem antes pelo contrário.
Por tudo isto meus amigos, mesmo que exagere, mesmo que seja insultado por 9,5 milhões de portugueses, há sempre meia-dúzia de portistas que estarão de acordo comigo: este título do FC PORTO, não foi contra tudo e contra todos. Foi apenas e só a vitória do bem sobre o mal. Foi a vitória do que sofre sobre quem o faz sofrer. Foi a vitória dos esquecidos, dos injustiçados, dos revoltados. Foi a vitória do Portugal ultrajado sobre o Portugal virtual centralista, elitista e corrupto. Foi a vitória da verdade sobre a mentira, perante um sistema (agora sim é que existe um… sistema e que bem complexo ele é!) cuja finalidade é bem simples e esse pequenino ser abjecto de corpo e mente (sabem bem quem é? o RGS!) o afirmou: aniquilar todos os outros para poder reinar á vontade! Algo que me faz lembrar um certo Reich por mil anos…
Até á próxima época meus amigos, porque o melhor… ainda está para vir!