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sábado, 8 de setembro de 2018


Uma vez que o processo E-Toupeira segue os seus trâmites legais e pouco há a fazer senão divulgar as incoerências da defesa perante a justiça, abordo então outro tema que me parece significativo daquilo que é a influência que um clube tem dentro do poder político.
Já há muito se intuía e se sabia que o IPDJ não era mais do que um tentáculo do polvo, principalmente no que concerne às claques do benfica e às suas ilegalidades cometidas nos últimos anos.
E quando se diz que o benfica é um estado dentro de um estado, é por causa destas situações agora denunciadas por Augusto Baganha(AB) que, demitido, veio para a praça pública denunciar as ilegalidades que são praticadas num instituto do estado. Aquilo que AB disse em entrevista à SIC Notícias, foi gravíssimo, pena é que não tenha denunciado essas mesmas ilegalidades enquanto presidente do IPDJ. Ao ficar calado tanto tempo e só falar agora, demonstra falta de carácter, pois qualquer ilegalidade a existir deveria ser denunciada a quem de direito no momento em que se tem conhecimento e não apenas quando o seu superior lhe retira o tapete.
Mais, AB sentindo-se injustiçado vai colocar um processo em tribunal ao Sec. De Estado do Desporto João Paulo Rebelo com o objetivo de poder cumprir o último ano dos cinco que julga ter direito. Assim, deixo aqui a transição do que me parece importante reter do que ele disse na entrevista:
1) “"Quando se dá a interdição do campo, eu tive de avocar o processo. Tive necessidade disso. É algo que está na competência do meu ex-colega que agora vai ser presidente, mas fui eu que tive de avocar. Ele estava retido incompreensivelmente. Havia algo a ver com o cumprimento da lei. É que não pode haver aqui entidades beneficiadas... O que é facto é que eu tive de o fazer, tive de avocar o processo, pois a lei não estava a ser aplicada", explicou.” Ora, ele foi demitido após ter instaurado um processo ao benfica para a interdição do estádio da luz por um jogo, processo decidido por ele após avocar um dos variados autos que estavam na gaveta. Que pressões existiram para que o seu ex-colega não desse provimento aos autos instalados? QUEM exerceu pressão? Esta questão tem de ser cabalmente respondida. E porque é que o Vítor Pataco armazenava na gaveta autos que a PSP levantava às claques ilegais do benfica? Estava a trabalhar para quem? 2) “"Ao reter esse processo o Benfica, de facto, beneficiou com isso, porque continuou e continuava a praticar a ilegalidade", considerou Baganha, numa entrevista na qual admitiu que de certo modo se sentiu "traído" e "incomodado" pela forma como deixou o cargo de líder do IPDJ.”
Ao que se sabe, foram 19 autos que estavam na gaveta, e porquê é que o número de vezes é importante? Porque sendo esta uma situação claramente ilegal e estando regulamentadas, as punições começam por ser ligeiras, mas que sendo reiteradamente repetidas passam a ter uma pena maior. O que como é óbvio, se a lei tivesse sido cumprida desde o inicio obrigaria o benfica a jogar muitas vezes á porta fechada, com os inerentes efeitos desportivos, financeiros e sociais que dai advêm.
3) "Em parte foi uma surpresa, porque o Conselho Diretivo foi todo dissolvido. É apresentada uma fundamentação e há dois que não servem e dois que servem... Quem escolheu é que tem de justificar. Pode ser por serem pessoas com alguma postura ou atitude mais favorável... [ao Benfica?] Talvez!"
Depois a 3ªparte desta questão, porquê é que foi demitido? Ora, AB fala que tem um mandato de 5 anos para cumprir e que falta 1 ano, logo que pressões existiram e de quem para originar a sua demissão? E porque é que nomearam alguém que tinham demitido quando da dissolução do Conselho Diretivo? Lembro que Vítor Pataco é claramente alguém que está neste organismo com o propósito de impedir que a justiça que este organismo exerce no desporto em Portugal não seja igual para todos. Mas a questão é que se trata de um instituto público, dependente do estado, será que ninguém vai tomar medidas? Ou o intuito é apenas condicionar á partida a PSP para esta perceber que não vale a pena levantar autos ao benfica, pois ele vai para lá e não abre processo a nenhum auto... Isto não pode passar em claro, existe responsabilidade política de quem nomeia e o Secretario de Estado do Desporto João Paulo Rebelo tem de prestar declarações sobre os regulamentos que não estão a ser cumpridos.
Será que no governo vão todos continuar a assobiar para o lado? Será que na oposição ninguém terá a coragem de averiguar como se chegou a este estado de coisas, será que ninguém percebe o trafico de influencias que existe nestes procedimentos, e que ninguém da oposição chama estes 3 senhores, Augusto Baganha , Vítor Pataco e o Sec. Estado do Desporto, João Paulo Rebelo, a uma comissão de inquérito? É que este caso do IPDJ é suficiente demonstrativo de todo o mal que existe na nossa sociedade quando se trata de trafico de influências no poder político e que engloba um clube de futebol que manifestamente se apoderou de muito poder de forma indevida, viciando assim as várias competições desportivas em que participa.
Posto isto pergunto, se após o processo E-Toupeira onde o clube arguido no processo colocou toupeiras a espiar a justiça Portuguesa no que concerne aos mais variados processos que esta tem contra eles, que mais provas faltam para que o Estado Português se demarque de todas estas situações onde o nome do benfica está envolvido? Não percebo que o próprio primeiro ministro não peça explicações concisas sobre o que se passa no IPDJ ao seu secretário de estado do desporto... e que a confirmarem-se as suspeitas, não sejam todos imediatamente demitidos.

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