quarta-feira, 7 de novembro de 2018
Numa noite a pedir meças ao piores noites de Inverno, chuva intensa e o vento a soprar muito forte e a fazer lembrar o Wrexham de má memória, o F.C.Porto que iniciou a partida com Casillas, Maxi, Felipe, Militão e Alex Telles, Danilo, Óliver e Herrera, Corona, Marega e Brahimi, venceu o Lokomotiv de Moscovo, campeão russo - é sempre bom lembrar...- e colocou pé e meio nos oitavos-de-final. Ao contrário do que o resultado parece indicar, não foi uma vitória fácil, nem uma exibição completa dos azuis e brancos, mas foi uma vitória clara e justa.
Na Champions League, repito, ganhar está sempre acima de tudo, ponto. Mas se não foi uma exibição completa, houve muito gente que brilhou a grande altura, mostrando que para jogar bem em dias de temporal, não é necessário ser alto e forte.
Entrando praticamente a ganhar numa bela jogada pela direita, Maxi, Marega, e que Herrera concluiu, a equipa de Sérgio Conceição a jogar contra o vento, ao mesmo tempo que conseguiu algumas boas jogadas de envolvimento, também complicou e não definiu bem no último terço - ou era um toque a mais, um cruzamento mal executado, um passe que tardava ou saía errado...-, permitiu espaço entre linhas e alguns contra-ataques perigosos ao Lokomotiv que podiam ter causado dano - em particular pela direita, onde Alex Telles por algumas culpas próprias e por falta de ajuda de Brahimi, cobertura e melhor posicionamento de Danilo e Militão, passou por demasiadas dificuldades. Quando fez o que era preciso, conseguiu o segundo por Marega, foi para o intervalo com uma vantagem que, tudo somado, era justa, mas penalizava demasiado o campeão russo.
A perder por dois golos e a ver a possibilidade de lutar pela continuidade na Champions a fugir, o Lokomotiv mexeu, tirou um Manuel Fernandes claramente incapaz de jogar encostado à esquerda, meteu Farfán, melhorou a qualidade de jogo, passou a incomodar o último reduto portista, com os lances de bola parada, cantos em particular, a serem motivo de grande preocupação para a defesa, Casillas incluído, do F.C.Porto.
Tantas vezes o cântaro foi à fonte, que lá deixou uma asa, isto é, golo do campeão russo, resultado na diferença mínima e com meia-hora para jogar. Toque a reunir para a equipa de Sérgio Conceição. Era fundamental organização, voltar a ter bola, circular bem, aproveitar os espaços que o adversário na tentativa de chegar ao empatar iria dar, colocar novamente a vantagem em dois golos, acabar com o perigo moscovita. E assim foi. Óliver viu Corona, Tecatito, simulou, deitou o defesa e colocou a bola lá dentro. Sem matar totalmente a resistência do Lokomotiv, o terceiro golo do F.C.Porto foi um duro golpe para a equipa de Yuri Semin, já fora de horas e com este rapaz a caminho do Metro a apanhar uma daquelas molhas à antiga, a fazer recordar as Antas, Otávio que tinha substituído Brahimi, ainda fez o quarto, golo que o brasileiro mereceu, mas excessivo para o que foi o desenrolar da partida e para excelente réplica dos russos que têm uma equipa que não sendo a quinta maravilha da Europa, também não são tão maus como os andam a pintar.
Entre o terceiro e o quarto golo, Hernâni entrou para o lugar de Corona, Sérgio Oliveira para o de Óliver.
Notas finais:
Quando falei que a grandeza não é qualidade, sem desfazer dos altos e fortes que estiveram bem, estava a pensar nos pequenos Óliver, Corona e Otávio, sem esquecer Maxi que pode ser aquilo que sempre foi a jogar, um bocado anárquico, já não ter o fulgor doutros tempos, mas ainda está aí para as curvas, compensa na raça e experiência de tantas e tantas batalhas travadas, alguns problemas naturais em quem já tem 34 anos.
Foi o jogo 200 do F.C.Porto na prova rainha da UEFA, um feito só ao alcance dos grandes, mas como sempre acontece neste cantinho à beira-mar plantado, nunca é exaltado como merece.
Como referi, os oitavos estão muito próximos, mas ainda não estão matematicamente conseguidos. Mas para o decisivo - até pode não ser... -jogo frente ao Schalke 04 ainda falta muito tempo, há já no sábado mais um jogo de exigência máxima. Para o jogo frente ao Braga, mais que tudo, é preciso recuperar bem a equipa que tem estado sujeita a uma grande sobrecarga de jogos, alguns, como o de ontem, de grande desgaste físico e psicológico.
Esperemos que o S.Pedro ajude, estejam reunidas as melhores condições para que esse confronto entre líderes seja um grande espectáculo e o F.C.Porto passe a liderar isolado.