Boavista F.C. 1 - F.C.Porto 4. Sem deslumbrar, campeões golearam e cumpriram o principal objectivo antes da pausa
Muito apoiado por um imenso mar azul, o F.C.Porto de início com Diogo Costa, Pepê, Fábio Cardoso, Marcano e Wendell, Otávio, Uribe, Eustaquio e Galeno, Taremi e Evanilson, entrou por cima, muita bola, no espaço de um minuto, entre o 6 e 7, Galeno primeiro e Evanilson depois, falharam duas grandes oportunidades na cara de Bracali. Só dava Porto, mas faltava mais critério na definição, mais atenção e concentração para fugir ao fora-de-jogo, contundência na frente e eficácia na conclusão.
Entretanto Otávio era constantemente travado em falta, enquanto Evanilson ainda não tinha acordado para o jogo. Era preciso acelerar, melhorar a qualidade no último terço. Durou cerca de 20 minutos o bom período dos portistas, depois o jogo arrastou-se, a promessa de um grande Porto perdeu-se, as asneiras sucediam-se, os maus passes também, era ver quem asneirava mais.
Foi já com o intervalo à vista, minuto 41, quando a qualidade da exibição deixava a desejar e após um canto, Marcano apareceu de trás e adiantou os portistas.
Até ao intervalo apenas de registar um lance em que Evanilson saiu muito queixoso e nada mais.
Resumindo, Dragões entraram bem, criaram, desperdiçaram, pioraram bastante, chegaram ao golo que lhes dava uma vantagem justa, já numa fase em que estavam muito pouco inspirados.
Para a segunda-parte não veio Evanilson, entrou Toni Martínez, esperava-se que o F.C.Porto não cometesse os mesmos pecados do jogo dos Açores frente ao Santa Clara, descansasse à sombra da diferença mínima.
O jogo recomeçou com a bola a rondar as duas áreas, mas o Boavista parecia mais atrevido, os médios do campeão não só não pegavam no jogo como raramente entregavam bem. A excepção era Otávio.
Toni Martínez podia ter decidido melhor, mas encontrar um jogador inspirado na equipa do F.C.Porto era difícil, apenas Galeno fazia bem. Tão bem que arrancou o segundo amarelo a Cannon.
Contra 10 as coisas ficaram mais fáceis para os campeões, mas era preciso passar da teoria à prática. Foi o que aconteceu. Eustaquio aumentou a vantagem concluindo uma bela jogada de ataque.
Tudo jogava a favor dos Dragões, era preciso jogar fácil, não complicar, gerir bem, não correr riscos.
O Boavista atirou ao poste, na frente os pupilos de Sérgio Conceição pareciam apostados em facilitar a vida aos axadrezados.
Aos 79 minutos saíram Pepê e Taremi, entraram Rodrigo Conceição e Grujic.
Galeno, talvez o melhor em campo, fez o terceiro, acabou com todas as dúvidas.
Ainda entraram Pepe e Bruno Costa e saíram Fábio Cardoso e Eustaquio,
Luís Godinho tinha que deixar a sua marca, inventou uma falta com cartão a Uribe, - pareceu um corte normal -, o Boavista reduziu, mas Galeno na resposta voltou a marcar e fechou o marcador.
Concluindo, sem deslumbrar, o F.C.Porto venceu justamente, fez o que tinha de fazer, conseguiu uma vitória importante antes da pausa para o mundial.
Notas finais:
Com a complacência de Luís Godinho, Otávio passou 90 minutos a levar porrada, podia ter saído lesionado com gravidade, ficar fora do campeonato do Mundo.
As jogadas bonitas, com boas opções, boas decisões, qualidade de passe, preferencialmente que terminem golo - nem peço tanto -, têm de acontecer mais vezes. Há jogadores que parecem apostados em complicar mesmo as coisas mais simples.