domingo, 26 de janeiro de 2025
A atravessar um momento difícil e com uma crise de resultados que remontam para tempos, felizmente, longínquos, o FCP para manter a chama ainda acesa na luta pelo título - um portista nunca desiste, mesmo nas alturas mais complicadas e em que os nossos desejos parecem impossíveis de alcançar -, não podia vacilar, tinha de ganhar frente a um Santa Clara a fazer um excelente campeonato.
Sem Nico e Samu, castigados, José Tavares fez entrar de início Diogo Costa, Martim Fernandes, Tiago Djaló, Otávio e Francisco Moura, Alan Varela, e Vasco Sousa, Gonçalo Borges, Fábio Vieira e Galeno, Gul, o FCP entrou a dominar, instalou-se no meio-campo adversário, mas tudo lento , previsível e com muitas dificuldades em criar perigo. Ao minuto 11 pontapé para a frente de Diogo Costa, Gul ganhou a frente, foi travado na área, pareceu falta, mas estas faltas a favor do FCP nunca são marcadas.
Ao 14 minutos Martim Fernandes que tinha regressado de lesão, ressentiu-se, entrou João Mário. O jogo estava mais parado que jogado.
Os azuis e brancos continuavam desinspirados, com os mesmos defeitos de sempre: dificuldades em circular rápido e com critério, passar bem, encontrar espaços. Quando faziam mais ou menos bem, a definição não era a melhor. Ou rematavam em cima de um defesa e contra ele, ou os cruzamentos nunca eram para o sítio certo.
Só em cima da meia-hora o golo esteve perto. Excelente defesa do guarda- redes, recarga para fora.
Aos 32, novamente de canto, novamente uma vergonha a abordagem dos jogadores do FCP, apareceu alguém do Santa Clara, Gabriel Silva, a rematar sozinho na área, perante a passividade de dois portistas, João Mário e Fábio Vieira, golo. Começam a faltar palavras para adjectivar estes lances.
Aos 40 Gul marcou, mas estava fora-de-jogo.
Quando estava em jogo falhou de baliza aberta, bola no poste, na melhor, única oportunidade clara do FCP.
O intervalo chegou com os açorianos em vantagem, sem terem feito nada para o merecer, limitaram-se a aproveitar mais uma grande caixa dos jogadores do FCP, que mais uma vez jogou pouco.
No recomeço o FCP entrou com mesmo onze, Galeno falhou uma boa oportunidade, mas o problema é mais profundo: falta qualidade, experiência e golo na frente de ataque e já agora, não é só frente. E já é rotineiro, cantos e livres continuam a não resultar.
Ao minuto 55 entraram Zaidu e Rodrigo Mora, saíram Francisco Moura e Vasco Sousa. E o nigeriano bem posicionado na área, atirou muito por cima.
Os azuis e brancos dominavam, instalaram-se no meio-campo, mas chegavam perto da área era um deserto de ideias, não criavam nem marcavam. Pior, começaram os erros grosseiros, passes nem nexo, não é Otávio?
Aos 69 minutos, Galeno lançado por João Mário, foi derrubado pelo guarda-redes, penálti. Galeno falhou, atirou ao poste. De seguida, Zaidu meteu a bola na zona de finalização, mas Gul, sempre mal posicionado, não aproveitou. Mas finalmente e como não há mal que sempre, ao fim de não sei de quantos jogos, um golo de bola parada. Livre de Varela, marcou Otávio.
Entraram Namaso e Pepê, saíram Gonçalo Borges e Gul.
Era a hora de ir com tudo para cima do Santa Clara, ainda para mais que ficou com 10.
Dragões atacavam com todos, mas tardavam em meter na área, encontrar o golo.
Já no período de descontos, com o jogo a terminar, Pepê claramente derrubado na área, penálti. Galeno voltou a tentar, voltou a falhar e na recarga, com a baliza aberta, espirrou, não aproveitou a oportunidade de dar ao FCP uma vitória que era justa e muito importante. Mas porque quis ou o deixaram marcar, quando tinha na equipa um especialista como Fábio Vieira? Para se reabilitar? Tinha muito tempo para isso, jogando melhor e na próxima quando o momento não fosse decisivo. Desde quando a reabilitação de um jogador é mais importante que os interesses da equipa? E assim se perderam mais dois pontos de forma surreal e por culpa própria.
Não vale a pena dizer muito. Quando se domina totalmente um jogo, embora melhor na segunda-parte, se tem uma brutalidade de posse de bola, mas se oferece um golo de forma inacreditável, se tem dois penáltis e não se marca nenhum, não admira que não se ganhe.