domingo, 10 de novembro de 2013
Com uns primeiros 45 minutos razoáveis e que lhe valeram uma vantagem de dois golos, o F.C.Porto conseguiu uma vitória justa e segue para os oitavos-de-final da Taça de Portugal. O Jamor está mais próximo.
Entrando bem e dominando o jogo, seguro e concentrado atrás, bem colocado e organizado no meio-campo e mais agressiva do que o costume no ataque, a equipa de Paulo Fonseca chegou à vantagem aos 15 minutos num cruzamento? remate? de Fernando que se transformou num belo e vistoso chapéu a Assis. Não se pode dizer que apesar do domínio e superioridade portista, o golo estivesse eminente, mas naquela altura só o conjunto de azul e branco tinha feito alguma coisa para chegar à vantagem. Feito o mais difícil e com o Vitória a ser obrigado a subir e arriscar mais, o F.C.Porto continuou a ser dono da bola e do jogo, teve mais espaço, esteve perto do segundo, mas Jackson e Mangala atiraram rente ao poste. Passado esse bom período que durou até cerca dos 25 minutos da primeira-parte e em que foi superior e o Vitória só viu jogar, o F.C.Porto baixou o ritmo, a intensidade e a pressão, aproveitando a equipa vimaranense para equilibrar e chegar mais à frente, embora sem nunca criar grande perigo para a baliza de Fabiano. Sentindo o perigo e que era preciso voltar ao jogo e a fazer o que tinha feito bem, a equipa de Paulo Fonseca nos últimos 10 minutos até ao intervalo voltou a exibir-se em bom plano e aos 40 minutos, por Jackson, chegou ao 2-0 com que se chegou ao intervalo - boa recuperação a meio-campo, belo passe para Lucho que colocou de bandeja na frente de Cha Cha Cha e o colombiano ali não podia falhar.
Sem ser esmagador, sem ter feito uns 45 minutos brilhantes, a vantagem portista era justa, fruto de uma primeira-parte em que se exibiu durante uma grande parte do tempo num plano razoável.
Com uma desvantagem de dois golos e com nada a perder, o Vitória veio para a segunda-parte disposto a mudar o rumo dos acontecimentos. Entrou forte, pressionou mais à frente, foi mais agressivo na procura da bola e o F.C.Porto passou um mau bocado. Não porque o perigo e as ocasiões de golo surgissem - só me lembro de uma meia oportunidade quando Maasou deixou Otamendi para trás e já sobre a linha de fundo rematou para a defesa de Fabiano -, mas porque a equipa portista baixou a intensidade, deixou de meter o pé e discutir as bolas divididas, passou a errar passes, às vezes a complicar e com isso deu ao Vitória o alento que precisava para ir à procura do golo. Com a equipa da Cidade Berço mais exposta, houve mais espaço, mais possibilidades para contra-atacar. Mas esta equipa portista tende a escolher as piores opções, não tem killer instinct e assim, por duas ou três vezes, em clara supeioridade numérica e com possibilidades de matar definitivamente o jogo, não fez o 3-0 e o Vitória continuou a acreditar. Se até aí acreditou, mais acreditou ainda quando Mangala já com amarelo meteu o braço à bola, levou o segundo e foi expulso - vai fazer-lhe bem ficar de fora... Valeu que só faltavam 10 minutos e mesmo que a equipa vitoriana continuasse com a alma grande, a resultado não sofreu alterações.
Na Taça o que é preciso é passar e esse objectivo foi conseguido com toda a justiça. Mas ainda há muito a trabalhar, principalmente na concentração, na agressividade, na qualidade de passe e na contundência que nos falta no último terço do campo. Não podemos nem devemos, em vantagem, mesmo que de dois golos, pensar que já está ganho, abrandar, relaxar, complicar, deixar de discutir os lances com a mesma determinação e o mesmo empenho. Um golo pode mudar tudo. Apesar do desgaste de São Petersburgo e do relvado estar em mau estado. Saber ter bola e fazê-la circular, obrigando o adversário a ter o desgaste de correr atrás dela, era uma virtude que tínhamos e precisamos de recuperar. Até porque não é incompatível com uma maior rapidez em chegar à baliza contrária. Nada a dizer das substituições.
Uma nota para Fabiano:
- Meu caro, és guarda-redes do F.C.Porto e não de uma equipa pequena. Levar amarelo por queimar tempo não faz o nosso género. Fora isso estiveste bem.
O melhor? Fernando Reges. E uma belíssima primeira-parte de Lucho.